Sociedade

EMAE prepara cortes de energia e denuncia o acordo com a Tesla-STP

 A Empresa de Água e Electricidade, EMAE está a preparar um plano de racionalização no fornecimento de energia, que passará por cortes de eletricidade, a partir de quinta-feira quando  a empresa Tesla-STP suspender os seus serviços.

“É um direito que lhe assiste, suspender ou não, entretanto julgo que noutras instâncias outras ações serão tomadas”, disse.

O diretor-geral da EMAE, Raúl Cravid alertou e apelou a população e os clientes que “caso isso venha a acontecer a EMAE será forçada a fazer uma racionalização do fornecimento de energia até que se encontre soluções para suprir esta carência de eletricidade”, salientou.

Segundo Raul Cravid a saída da Tesla representará menos  4.8 megawatts de energia na rede, o que  a empresa não conseguirá garantir de forma contínua:

“Hoje a EMAE precisa nas horas de pico de consumo que vai entre as 17 até às 21, 22 horas, de aproximadamente de 17 megawatts (…) quer dizer que restam apenas 12 (megawatts)… nós não vamos poder explorar os grupos (de geradores) em carga máxima todos os dias” afirmou.

A EMAE já trabalha no plano de suspensão de energia, e promete para breve torná-los públicos.

“Faremos a publicação deste plano de modo que o pessoal saiba qual vai ser o período em que terá ou não energia”, avançou.

Raúl Cravid prometeu ainda que esforços serão feitos para que a parte administrativa do país não sofra com cortes de energia na hora do trabalho.

O diretor geral da EMAE também rejeitou o valor da dívida imputada pela Tesla ao Estado são-tomense:

“Eles (Tesla-STP) dizem que o Estado deve-lhes uma média de 7 milhões de euros, mais ou menos coisas. Se nós deduzirmos os pagamentos feitos, incluindo de uma caução de um milhão e trezentos mil (euros) que também foram feitos diretamente à conta da Tesla, dos pagamentos feitos temos um total quatro milhões e cento e quarenta e oito mil euros. Deduzido o valor da dívida, temos apenas uma dívida de dois milhões e oitocentos e cinquenta e quatro mil euros”, declarou.

Raúl Cravid revelou que logo após assumir a direção da EMAE havia alertado os dois governos da ADI sobre as cláusulas lesivas do contrato com a Tesla-STP. A primeira denúncia feita pela direcção da EMAE ao então Ministro do Plano e Finanças Ginésio da Mata, tem data de 16 de Dezembro de 2024, durante a vigência do governo da ADI liderado por Patrice Trovoada.  A segunda denúncia da direcção da EMAE de que o contrato com a Tesla lesa o Estado santomense foi endereçada ao novo governo da ADI liderado por Américo Ramos no dia 29 de Janeiro de 2025.

“Em tempo certo e oportuno tive o cuidado de informar as autoridades e o Tribunal de Contas também o faz no seu relatório”, justificou.

Os sucessivos governos da ADI, não agiram no sentido de corrigir ou anular o contrato que prejudica São Tomé e Príncipe, e beneficia a Tesla, que é propriedade da turca FB-Group, por sinal detentora também do aeroporto internacional de São Tomé e Príncipe por um tempo de 45 anos.

Dentre as várias cláusulas contratuais, Raul Cravid abordou algumas que impõem condições desvantajosas para a EMAE, e para São Tomé e Príncipe.

“Além daquilo que a Tesla fatura na base da produção instalada e não na energia efetiva relativamente produzida e entregue, a EMAE também tem que entregar combustível para a Tesla para poderem fornecer energia…a Tesla não compra o combustível com o qual produz a energia que depois é consumida pela EMAE”, salientou.

Isso tudo em contas representa, segundo o diretor-geral da EMAE, uma despesa de dezembro de 2023 a abril deste ano, de mais de 17 milhões de euros em compra de combustível para a empresa Tesla.

Juntando às denúncias feitas pelo director geral da EMAE, ao Relatório de Auditoria do Tribunal de Contas que detalhou os prejuízos do acordo com a Tesla, chega-se facilmente à conclusão, de que o acordo assinado entre o governo da ADI liderado por Patrice Trovoada e a Tesla – STP, que permitiu a concessão da central térmica de São Tomé por cerca de 25 anos, é um CRIME cometido contra o Estado e a República Democrática de São Tomé e Príncipe. 

Oiça as declarações do director geral da EMAE :

Odjay Ceita c/ Abel Veiga

3 Comments

3 Comments

  1. Bichô

    18 de Junho de 2025 at 7:11

    O Sr. sabia e jamais tornou informação publica, porquê?

    Como cidadão deste país deixou andar para se manter no cargo, manter o seu ordenado, hoje após a queda do anterior governo, com a necessidade de rever o contrato, o Sr. já fala….

    Sr. Presidente, Sr. Primeiro Ministro, Sr. Presidente do tribunal de conta, Senhores Juízes, caros cidadãos, sociedade civil organizada, é imprescindível imperioso, que de agora em diante qualquer contrato de concessão, de exploração, de compra e venda, antes de ser assinado pelo estado, ou as partes, seja submetido a entidade competentes, para devida discussão, análise, fiscalização e emissão de parecer, num país pequeno, de dupla insularidade com problemas de finanças, jamais pode permitir dar a luxo ousadia e atrevimento, má dos políticos , falta de transparência, corrupção, assinar contratos sem conhecimento público, contratos estes que lesam o estado, da qual todos fazemos parte.

  2. Santo

    18 de Junho de 2025 at 8:58

    Eu admiro, como é que ainda há pessoas que apostam nesse Pinta Cabra. Todo o contrato que ele traz para o País é lesível ao estado STP. Mas tudo isso, não é por inocência ou falta de capacidade, mas sim é negócio de corrupção para tirar dividendo. Mas como Deus é pai. está tudo as claras. Assim mesmo, há defensores cegos que respondem pra ele…

  3. Jorge Costa

    19 de Junho de 2025 at 15:38

    O dito Pinta Cabra não faz na sozinho, os piores são aqueles que colaboram com ele. Deveriam ser presos, julgados e nunca mais ocuparem nenhum cargo público!

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