Sociedade

Finalmente começam as obras de reconstrução da maior ponte do país

A ponte sobre o rio Lembá no norte da ilha de São Tomé é a maior do país. Desabou em dezembro do ano 2021, após o país ter registado uma forte tempestade.

Fenómenos naturais extremos provocaram inundações na ilha de São Tomé e a região norte foi mais devastada. As principais pontes desabaram, e várias comunidades ficaram isoladas do resto da ilha. O rio Brigoma também saiu do leito e destruiu a ponte.

Hirondina Rocha, habitante da roça Brigoma recordou a fúria que a natureza exerceu na região.

«No dia 29 de dezembro de 2021, testemunhei o desabamento desta ponte. Foi exactamente no momento que eu ia atravessar, com as mercadorias para vender. Assim que pus o pé a ponte ruiu. Recuei, e fui guardar os produtos em casa, que acabaram por estragar», revelou a habitante da Roça Brigoma.  

O escoamento da produção agrícola deixou de ser possível, e as crianças continuam a ter dificuldades para ir à escola.

«Desde 2021 que nos dias de cheias, as crianças não vão para escola. Ficam em casa. Há um mês a minha filha vinha da escola e o caudal do rio aumentou. Foi graças ao auxílio de um senhor é que as crianças conseguiram atravessar o rio», relatou Hirondina Rocha.  

Quase 5 anos depois da enxurrada que arrasou a região norte e agudizou a pobreza no seio da população, o governo da ADI liderado por Américo Ramos lançou a primeira pedra para a reconstrução das pontes sobre o rio Brigoma e sobre o rio Lembá.

«Já passaram aproximadamente 4 anos que essas pontes caíram, fruto de uma enxurrada mostrando, o que é o efeito das mudanças climáticas. E só graças à proactividade do governo e uma parceria estreita com o parceiro Banco Mundial, estamos hoje a dar início aos trabalhos para a reparação dessas duas pontes», afirmou o primeiro-ministro Américo Ramos.

O financiamento veio do Banco Mundial, 11,3 milhões de dólares. Uma obra que pretende minimizar o enorme peso social suportado pelas populações.

«Tivemos a oportunidade de ver pessoas a atravessarem o rio com cargas, com bens e isso representa um problema social grande», frisou o chefe do governo.

As obras vão ser executadas por uma empresa chinesa de engenharia civil “China JK”, e devem terminar dentro de 2 anos.

Abel Veiga

4 Comments

4 Comments

  1. Bencú

    4 de Julho de 2025 at 10:33

    Antes de levarmos a cabo projectos, há que ter em conta conceitos de transparência, organização, rigor, trabalho/trabalhar, responsabilidade/responsabilização, a justiça, a defesa, a segurança, a protecção, a emergência, o desenvolvimento bem como a sustentabilidade.

    Continuamos com deficiências nas problemáticas das inspecções/manutenções as infraestruturas, o que é premente inverter a nossa cultura do fazer , do cuidar, do manter

    Havendo uma instituição/ instituições, com responsabilidade nesta área há que começar a responsabilizar, as pessoas, os dirigentes, os directores, planos e cronogramas de manutenções tem que haver,…

    Esta ponte foi projectada e feita, no tempo colonial, um século passou, até cair, nem inspecção, nem manutenções, assim vai as infraestruturas, bens, máquinas, equipamentos, carros, autocarros, estradas, pontes, imobiliários, casas, habitações, hospitias, centros de saúde, servicos do país, sobretudo a nivel do estado…

    Pedidos apoios para reabilitação, pedidos apoios porque necessitamos, mas depois jamais mantemos, nada de manutenções, jamais inspeccionamos, nada de fiscalização, nada de planos cronograma de manutenção/ fiscalização para a manter,…depois voltamos a pedir apoios,…

    É altura de mudar de paradigma, este modelo é ruinoso, temos muitos jovens que podem e devem capacitados mediante formação técnica, temos engenheiros, há que dar possibilidade de trabalho…

    Muitas obras realizadas feitas, com apoios, internos/ externos, estão ao abandono, sem um plano de verificação/manutenção,…

    Se és daqui, ajuda a desenvover o teu distrito, a tua região, o teu país

  2. Sotavento

    4 de Julho de 2025 at 15:45

    Tanto teatro para reconstruir uma ponte.E para quando o hospital?Enchem a boca e falam de 50 anos de pais independente.

    • Lucas

      5 de Julho de 2025 at 9:25

      40 anos sem agua no hospital
      Independência?

  3. Mé Uê

    6 de Julho de 2025 at 5:59

    Precisamos reconciliar com os nossos antepassados para que as nossas almas estejam em paz, é a partir deste gesto que haverá o desenvolvimento para São Tomé e Príncipe. Amém!

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