O senhor primeiro-ministro, numa entrevista recente, com algum sarcasmo, terá dito, entre outras coisas, que a oposição teria dias difíceis pela frente porque ele tencionava “lançar duas grandes obras no país” e, com este propósito, a oposição diria “Nossa Vida Acabou”. Quando tomei contacto com tal afirmação, ri-me, inicialmente, mas, posteriormente, já num contexto de reflexão pessoal, fiquei chocado com a facilidade com que se dizem tontarias no país e ninguém questiona, com criticismo desejável, as consequências que estes disparates podem ter no próprio partido de que ele é líder, no sistema partidário em geral e no próprio Estado, desejavelmente dotado de alguma organização e eficácia.
Estamos, infelizmente, mais preocupados com aquilo a que se chama a “espuma dos dias” enquanto o país está a ser consumido, paulatinamente, num lume brando que criará, inevitavelmente, uma espécie de crosta dura, sem qualquer válvula de escape que, posteriormente, desembocará, necessariamente, mais tarde ou mais cedo, em conflitos sérios.
Ao fazer tal afirmação o senhor primeiro-ministro está, em primeiro lugar, a tentar fazer do Estado uma máquina organizada que, poderia substituir o seu partido, estando concretamente ao seu serviço e belo prazer, em detrimento da sua utilização como meio para o exercício de uma conceção política específica, legitimada eleitoralmente, em prol do progresso do país e da nossa comunidade.
O grande erro inicial do ADI foi ter feito uma grande quantidade de promessas que, agora, passados três anos, não está em condições de cumprir. Ou seja, as promessas que o ADI fez para conseguir o poder, hoje, constituem elementos que diminuem as condições do exercício controlado deste mesmo poder com consequências sérias para o próprio partido.
Não obstante este erro, o ADI promete-nos duas obras novas para que os partidos da oposição possam dizer “Nossa Vida Acabou”.
Reparem bem que o ADI não diz que as obras têm como objetivo criar riqueza no país e, com tal, diminuir a nossa dependência externa mas, sim, para complicar a vida dos partidos da oposição para que estes possam dizer “Nossa Vida Acabou”.
Os nossos principais parceiros e doadores internacionais devem achar que somos, para além de irresponsáveis, loucos, pois, um povo que não produz nada e vive, momentaneamente, de doações, ainda dá-se ao luxo de transformar estes donativos financeiros em instrumento de aniquilação de adversários políticos em vez de os utilizar para resolver a situação de dependência crónica em que o país vive.
Quais são as consequências deste fenómeno, para o próprio ADI, para o sistema partidário de uma forma geral e para o próprio Estado?
Basta, em primeiro lugar, ver a nossa administração e empresas públicas com muita gente, menos funcional e organizada, com níveis de desempenho e profissionalismo que nos envergonha a todos, dentro e fora do país e, momentaneamente, paga com muitas dificuldades.
O momento de rutura desta irresponsabilidade pode ser adiado por artifícios distributivos anómalos, como a criação recente de um fundo de Apoio para os funcionários públicos ou, ainda, através de pagamento dos vencimentos da função pública a conta-gotas.
Mas este momento de rutura é inevitável, mais tarde ou mais cedo, com custos para esta solução política encontrada, na medida que as vantagens, de emprego e rendimento, concedidas a este grupo, afeto ao partido em causa, serão destruídas pelo processo de estrangulamento financeiro e orçamental estatal, como já se constata, que permitirá a rutura em causa ou, em alternativa, por acontecimentos políticos posteriores relacionados, direta ou indiretamente, com a criação de condições que permitirão a correção do processo de rutura constatado.
Neste âmbito, o ADI será um dos principais prejudicados com esta decisão porque esta ineficiência e desorganização do Estado, mesmo em ações puramente sectoriais ou de rotina, decorrente da aplicação desta política, nunca deixará de ser imputada ao partido em causa, todavia, com custos para o Sistema partidário e para o próprio Estado.
Num contexto socioeconómico difícil como o nosso, em que quase tudo depende da manifestação ou apoio estatal, constata-se, momentaneamente, uma luta sem quartel entre aqueles que estão no poder e usufruem de todas as mordomias que este mesmo poder possa oferecer, criando condições para o prolongamento temporal deste propósito, e aqueles que, não estando no poder, momentaneamente, ambicionam este objetivo para alimentação dos interesses da sua clientela.
E é neste âmbito que o Sistema Partidário é contaminado com a atitude do ADI porque os outros agentes políticos, conhecendo esta posição do referido partido, é natural que também extremem as suas posições, prometendo, também, muito aos seus clientes, tendo em conta que tencionam manter a sua relevância nesta relação de concorrência, e devem-no fazê-lo se, para tal, querem aproveitar os benefícios da derrota do ADI.
Não me admira, pois, que o MLSTP, por exemplo, através dos seus tempos de antena, que vamos conhecendo, já comece a dar sinais de prometer tudo a toda a gente como sinal da manifestação deste perigoso jogo, esperando que a sua clientela venha a usufruir, no futuro, dos interesses que a clientela do ADI usufrui, momentaneamente, tendo capturado o Estado para este propósito.
As consequências globais deste jogo são: a insegurança do poder; a neutralização temporária de vários partidos que estão mais preocupados em dar cabo uns dos outros, como o primeiro-ministro profetizou, em vez de terem uma conceção política que faça desenvolver o país e tirá-lo, paulatinamente, da dependência externa; o aumento da agressividade política e, por último, o aumento da instabilidade geral do nosso sistema político.
Basta constatar os níveis de agressividade com que se faz política, neste momento, em S.Tomé e Príncipe, levando pessoas, aparentemente sensatas e bem formadas, a se comportarem como cães de fila, prontos para a defesa canina dos seus chefes, em quaisquer situações, nem que para tal tenham que maltratar, ofender, ostracizar e, até, ameaçar fisicamente, aqueles que ousam simplesmente refletir e debater sobre os nossos problemas estruturais em detrimento da preocupação com as “espumas dos dias”.
O país está, desta forma, dividido numa espécie de “castas” em que aqueles que usufruem das condições privilegiadas que o poder estatal oferece exercem uma espécie de exclusão dos outros baseada em noções perigosas e patéticas de pureza institucional, histórica ou de diferenciação financeira e, até, não hesitam em verbalizar este propósito recorrendo a expressões como, por exemplo, “acabou a chupeta” que, no fundo, representa o status diferenciador dos privilegiados de hoje e os de ontem.
Se tínhamos a “chupeta”, anteriormente, agora temos um “chupão” na medida que os privilégios da “casta” superior aumentaram, sobretudo nos domínios de rendimentos salariais, do número impressionante de delegações e viagens ao exterior e, até, da qualidade e quantidade de automóveis topo de gama distribuídos aos membros da referida “casta”.
É um disparate comparar isto a um processo de bipolarização do nosso sistema partidário, como já ouvi por ai, porque ele não é suportado por nenhum projeto político diferenciador, com intenção reformadora do país, nem tão pouco é alicerçado por um dualismo ideológico, político ou social que o conforma. O papel diferenciador destas “castas” está relacionado, unicamente, com a eventual captura momentânea do Estado por um dos grupos e distribuição de privilégios pelas respetivas clientelas.
De certa forma, é ai que se constata a origem da ficção política na nossa Terra que, direta ou indiretamente, está relacionado com as insuficiências organizativas dos partidos políticos que, nalguns casos, chegam a criar a situação paradoxal de elaboração dos seus projetos e programas políticos, só depois de conquistarem o poder e sacrificarem os interesses coletivos, uma vez no Estado, em prol da maximização dos interesses das suas clientelas com o objetivo de atraírem o apoio de maior número possível de eleitores.
Só assim se compreende a expressão utilizada pelo senhor primeiro-ministro. Este ciclo ininterrupto de captura do Estado e, posteriormente, ir pedir dinheiro aos doadores e gastá-lo na manutenção dos interesses de uma das “castas” sufocando, política e economicamente, a outra, só pode indiciar, no médio e longo prazos que a nossa vida em comunidade, de acordo com as regras e princípios de um verdadeiro Estado de Direito Democrático, está a acabar se, entretanto, não arrepiarmos caminho.
Adelino Cardoso Cassandra
Trindadense
29 de Agosto de 2017 at 22:45
Muito bem escrito e fundamentado senhor Adelino Cardoso Cassandra. Parabens.
Trindade
Jaca Dóxi
29 de Agosto de 2017 at 22:49
Plano de verdade e oportunidade. Só espero que os que estão na casta de baixo neste momento quando subirem façam as coisas para o bem do país e não caiam nesta tentação de perseguição como está a acontecer e aproveitem para dar uma grande lição a este ditador.
Original
29 de Agosto de 2017 at 22:59
Cada vez mais tenho medo e preocupação com o rumo que o país está a seguir. É tanta a confusão e problemas graves de ano para ano que o povo já está cansado. Este senhor Patrice Trovoada prometeu tanto, disse tanta coisa e agora que está no poder está a fazer pior ou igual que os outros. Onde é que está o estado de direito que este homem prometeu eu não vejo. Onde é que está a liberdade de expressão que este homem prometeu eu não vejo. Onde é que está o desenvolvimento que este homem prometeu eu não vejo. Onde é que está a responsabilidade e profissionalismo da função pública que este homem prometeu eu não vejo. Eu só vejo luxo para alguns e aumento de pobreza para a maioria. Uns estão bem e outros estão male. É isto o país de Dubau que ele quer construir?
Ralph
31 de Agosto de 2017 at 6:08
É claro que isto é decepcionante, mas é exatamente o que todos os políticos fazem. Dizer alguma coisa antes de uma eleição e fazer o oposto uma vez que assuma o poder. Não se pode confiar neles.
Quilixe Furtado
30 de Agosto de 2017 at 10:56
O lugar do ladrão é cadeia
O lugar do criminoso é cadeia
Então por razões ainda temos Patrice Trovoada como Primeiro Ministro?
vicente
30 de Agosto de 2017 at 11:40
Duas grandes obras? Está claro que Patrice Trovoada tem a razão em dizer que a vida dos outros partidos políticos acabou.Duas grandes obras sim senhor, estrategicamente bem maquiavélica.
UMA GRANDE OBRA,a alteração da lei do comissão eleitoral Nacional de forma que praticamente somente o ADI possa ter os representantes deste órgão de decisão eleitoral.Três cidadãos idóneos “do ADI” Três membros propostos pelo governo.ADI, dois do partido maioritário e um do sendo partido com representação na assembleia, se for recusado o segundo partido de representação na assembleia, e se de,novo for recusado o maior partido proporá o terceiro representante. Uma grande obra.
O Tribunal Constitucional criado de urgência, depois do discurso do Juiz Silva sobre a separação de poderes. Outro órgão importantíssimo de decisão nos momentos de eleição. Se olharmos para o passado recente, nas recentes eleições presidencial, nenhum recurso apresentado pela oposição teve resposta. Foi simplesmente ignorado. Segunda grande Obra. Duas grandes obras sim senhor.
Para os senhores do ADI um conselho e como dizia o meu avô ” zequentxi ca da som ê panta Zambá magi munquém só ca tué ni vagi.
Chateado com Tudo Isso
30 de Agosto de 2017 at 11:41
Este primeiro ministro pensa que todos as pessoas são burras neste país. De entrevista em entrevista ele se vai enterrando cada vez mais. O país precisava neste momento de um líder que nos traçasse um caminho e seguro e respeitasse as leis do país dando exemplos positivos. Infelizmente não é isto que temos no governo do país. O primeiro ministro é o primeiro que não dá exemplos positivos nem cumpre as leis do país transformando num exemplo que ninguém deve seguir. Isto é muito triste sobretudo para a nossa juventude.
Félix Rocha
30 de Agosto de 2017 at 11:50
Magnífico senhor Adelino Cassandra, o senhor consegue desmascarar estes larápios do povo que andam a dizer que o povo está feliz como nunca, que o país está a desenvolver como nunca, que os anteriores governos andaram a delapidar o país como nunca e que eles é que são santos. O senhor sabia que o ministro das finanças comprou um caro novo em folha no valor de mais de 100 mil euros, onde é que ele arranjou dinheiro para isso é que ninguém sabe, no entanto anda a dizer que os outros é que tinham a chupeta.
Plaquini
30 de Agosto de 2017 at 12:18
Deixa o homem trabalhar, por favor. Este primeiro-ministro é visionário e único que está a tirar o pais do buraco que os outros meteram. Porquê que este senhor Cassandra não vem para a Terra trabalhar em vez de estar lá fora só a mandar bocas? O que é que o senhor já fez pelo país? Vai mas é trabalhar…
Riboqueano
30 de Agosto de 2017 at 12:30
Eu só digo uma coisa. Ninguém consegue enganar toda a gente ao mesmo tempo. O senhor primeiro-ministro pode enganar um conjunto de pessoas mas cada vez mais o número de pessoas que ele consegue enganar vai diminuindo porque as pessoas podem não ter uma formação superior ou mesmo o liceu completo mas já começam a ficar saturadas e começam a ver que este discurso repetitivo de mentiras e vitimização já não pega. Pode-se fazer isto 5 ou 10 vezes mas depois cansa e as pessoas começam a ver que é tanga e mentira.
Faz Sai
30 de Agosto de 2017 at 13:34
Patrice é a maior fraude da nossa democracia. Tenho muita pena de dizer isto mas é pura verdade. Eu acreditei neste homem como acreditava no meu pai. Estou triste e desiludido com a quantidade de mentira deste homem. Digo com todas as letras que ele é a maior fraude da nossa democracia. Nunca é culpado de nada, nunca faz nada, sempre os outros é que são culpados. Faz sai, por favor.
Vexado
30 de Agosto de 2017 at 16:06
O problema prende-se com as promessas efectuadas ao povo e como o actual primeiro ministro não está interessado no desenolvimento do país, senão nas suas negociatas tem vindo a criar intrigas no seio da sociedade para poder reinar.
Quando o primeiro ministro atira farpas a oposição e a outras pessoas, acusando-os de serem maus feitores, denota-se a tendencia de dividir em vez de resolver as questºoes do país.
Esse primeiro ministro está mais direccionado para vingança pessoal, perseguição politica. Porque a sua imagem está abaixo de uma imagem de cão, vem agora com essas estrategias para permanecer no poder com obras aqui e obras ali, obras essas todas engavetadas.
Onde está a grelha salarial reformulada que o mesmo disse existir?
Onde está emprego jovem que prometeu? Afinal, comeram o dinheiro do empreendedorismo, os tais 6 milhões.
Onde está os inqueritos mandado realizar sobre as embarcações?
Digo: este homem fala na tv e manda os seus subordinados fazerem o contrario para depois vir dizer que culpa não é dele, que foram os outros.
É isto que tem ocorrido no seio deste governo.
João Carlos
30 de Agosto de 2017 at 17:23
É importante não se perder o discernimento, o País é nosso. Já está mais do que visto que com o Patrice Trovoada e o seu ADI jamais o nosso País sairá do buraco em que está mergulhado. É preciso acreditarmos, sobretudo em pessoas que nunca estiveram ligadas ao poder, afinal somos mais de 190.000, no País e na diáspora, temos de acreditar no nosso País. O Patrice deve um dia partir a bem ou mal, o importante será encontrarmos pessoas certas para conduzir os destinos do País… S. Tomé e Príncipe é maior do que esses larápios todos do ADI e não só…..
Fulano de Madalena
30 de Agosto de 2017 at 23:12
Concordo consigo senhor João Carlos. No entanto quem acompanha a vida política cá no país e quer fazer alguma coisa de útil como o senhor diz para mudar a realidade, encontra muitas dificuldades e pressões. Em primeiro lugar se o senhor trabalhar para o Estado este seu contributo para mudar aquilo que está mal, dando sugestões ou fazendo críticas, pode ser motivo para o senhor ser repreendido ou até ser marginalizado ou perder o seu lugar de trabalho. Basta ver o que aconteceu com algumas pessoas ultimamente. Tudo isto afasta as pessoas da política e de ter uma intervenção ao nível da cidadania. A única forma é a pessoa ter o seu negócio próprio e mesmo assim eles fazem tudo que está ao alcance para prejudicar as pessoas nos seus negócios. Basta ver aquilo que aconteceu com muitas pessoas que tinham negócios e este governo fez tudo para arruinar os negócios destas pessoas. As coisas são muito complicadas. Eu tenho um cunhado que era um pequeno empresário e sofreu tudo isto, ficou falido e ainda por cima, gente deste partido, ADI, via ele a passar na praça e gozava com ele. Ele começo a ficar doente e no mês passado foi embora para Portugal e deixou a esposa e filhos aqui. Foi procurar outras condições de vida para conseguir sobreviver. Isto é admissível???
Aqueles que estão fora do país é que podem fazer alguma coisa e mesmo assim alguns sofrem pressão e coação. É verdade que um dia este homem vai embora e deixa o país porque toda a família dele está lá fora e o país vai precisar de continuar. A oposição que existe é muito fraca e ainda não tem uma estratégia bem definida. Esta união que eles fizeram agora pode ser importante mas não chega.
Martelo da Justiça
30 de Agosto de 2017 at 21:01
Pois é Senhor João Carlos, já não estou preocupado com o ADI e o Patrice Trovoada porque estes estão moribundos. Já não conseguem descolar! Estou preocupado sim é com a oposição como alternativa ao atual poder. A oposição tem-se revelado incapaz face a situação que se vive no Pais. Não tem estratégia de governação, não tem líder credível, não está organizada a não ser uns encontros pontuais e a produção de comunicados. Na linguagem de festivais, “estão a fazer muito pouco barulho”. Para mim, o Senhor Adelino Cassandra, com as suas crónicas tem valido mais do que toda a oposição junta.
A minha preocupação é de saber quando o ADI deixar o poder como é que vai ser? Quero deixar bem claro que não me interessa apenas mudar de Partido. Quero sim é ver novas politicas, ao nível económico e social. Quero ver uma sociedade em que as pessoas possam exprimir o seu ponto de vista sem sofrer represálias, incluindo os que nos estão a submetermos nessa condição de um Pais ditatorial. Quero ver uma imprensa livre. seja ele estatal ou privada. Quero ver debates de ideias e promoção do contraditório. Quero ver a oposição a desempenhar o seu papel sem constrangimentos dentro dos limites da Constituição e das Leis, enfim, quero ver um São Tomé e Príncipe verdadeiramente democrático. Bem haja.
seabra
30 de Agosto de 2017 at 21:42
O melhor crítico do governo TROVOADA -ADI, graças ao bom conhecimento dele,monsieur Cardoso Cassandra Adelino,de ex.militante de anos que bem conheceu a casa e o seu pessoal,sobretudo o seu patrão PT. Obtive a resposta,que o senhor A .C.C.não me quis dar.
Maria
30 de Agosto de 2017 at 22:31
Eu começo a pensar que já é uma vergonha para o nosso país ter um primeiro-ministro com um cadastro tão mau e ainda por cima que não dá confiança nenhuma. É muito triste e lamentável.
explicar sem complicar
30 de Agosto de 2017 at 22:41
Agora Patriçe Trovoada INVENTOU outra para disfarçar denúncia de Peter Lopes do Búfalo.
Mandou pedir ex-Presidente de Nigéria para vir meter nariz onde não é chamado através de uma nota para dar SHOW na TVS, para desviar atenção das pessoas.
Porquê o ex-presidente, com todo o respeito que merece não fez a mesma nota para o presidente de Nigéria, com relação ao Escritor/Doutor Nigeriano que escreveu e publicou a TESE em que sobre o envolvimento de Patrice Trovoada no envolvimento de golpe em STP em 2003, que foram informações de próprio serviço secreto e de segurança de Nigéria?????????
Não fez a mesma nota porquê?
António
30 de Agosto de 2017 at 23:57
Um texto notável, que li de uma ponta com enorme interesse. Um excelente professor com uma proveitosa aula de formação política para a Democracia. Obrigado.
Ralph
31 de Agosto de 2017 at 5:57
O que este artigo descreve é a descida de todo o sistema político num jogo juvenil entre partidos, em vez de lidar com os assuntos sérios que precisam de ser resolvidos. Os líderes e os políticos de todos os lados preferem brigar sobre os frutos de poder em vez de fazer o que estão eleitos para fazer. Ou seja, representar os seus povos e ganhar melhorias para a comunidade geral. E assim, o jogo político torna-se cada vez mais numa piada doente que apenas serve para piorar a estima do sistema político aos olhos do povo. O sistema é estragado. Mas não acreditem que este problema se limite apenas a STP. A mesma está a acontecer em volta do mundo e a gente está farta disso.
No meu país, a Austrália, vejo a mesma situação descrita pelo autor a decorrer, tendo-se tornado pouco mais além de uma luta sem propósito entre uma equipa com uma bandeira vermelha e outra equipa com uma bandeira azul. Nada se importa a não ser que o governo consiga ganhar mais cobertura nos meios de comunicação do que a oposição. No entretanto, continua a haver problemas a sério por resolver. Enfrentar e solucionar os problemas sérios é algo que se tem tornado algo demasiado difícil. Eu defenderia que todos os partidos estejam tão piores uns quanto aos outros e não há nada para sugerir que as coisas vão mudar. Uma oposição possa prometer fazer algo diferente ou melhor, mas é provável que simplesmente continue o padrão de promessas desfeitas quando assume o poder. Não admira que as pessoas pequenas hoje em dia pensam nos políticos como inúteis e gananciosos.
Original
31 de Agosto de 2017 at 7:24
S.Tomé já é uma panela onde todos já podem meter as mãos.Até cheguei a pensar que Obasanjo é um dos Búfalos que veio completar o que Arlécio e salvador disseram.Bandidos é que defendem bandidos e até dá nojo ver TVS.
Outra questão é introdução de queixa de crime e difamação contra bom nome do PT feito pelo mesmo em relação a UDD,Pergunto?
Quantas queixas de crime estão depositados no Ministério Público?
Este PT não vê espelho para saber que
Raul Cardoso
31 de Agosto de 2017 at 9:02
Parabéns, Adelino Cardoso Cassandra, por mais um excelente artigo de opinião. Aliás, já nos habituaste a textos muito bem elaborados e de análises profundas e coerentes. Subscrevo na íntegra o teu artigo de opinião.
O teu artigo é muito rico, e devia levar todos nós a pensarmos sobre o nosso futuro colectivo, independentemente das nossas opções políticas. Nenhum cidadão são-tomense devia ficar indiferente a esta tua análise sobre a nossa triste realidade, mas, infelizmente, a ganância desmedida de alguns ofusca os seus olhares perante os factos.
As políticas dos governos devem ter como objectivo principal o bem-estar de todos, e não a promoção e a protecção de “castas”. O bem-estar de todos deve ser o princípio norteador deste ou qualquer outro governo. Por outro lado, os governos no exercício das suas funções nunca podem pretender esmagar ou acabar com os partidos de oposição, já que o multipartidarismo é a essência dos regimes democráticos. Se um determinado partido do poder com as suas acções governativas visar acabar com os outros partidos políticos, está-se perante um regime democrático ou uma ditadura? Todos certamente sabem que não é possível uma Democracia com apenas um único partido político. A não ser que pretendamos criar uma “Democracia são-tomense”, mas muito distante dos princípios universais.
Que Deus abençoe São Tomé e Príncipe e o seu Povo!
Que Deus ilumine as nossas mentes!