Opinião

Deuses e Demónios na gestão da saúde pública para o desenvolvimento de STP

Deuses e Demónios na gestão da SAÚDE PÚBLICA para o desenvolvimento de São Tomé e Príncipe[1] 

O meu último artigo dediquei uma assertiva crítica á má gestão da comunicação em saúde, pública, uma especialidade a que tenho dedicado mais de 20 anos da minha vida, em investigação e intervenções preventivas. A minha consideração – fique claro – por Jorge Bom Jesus, em nada se alterou. Continuo sem qualquer atividade de militância partidária. Pese embora (cada ser humano) tenha direito a simpatizar com partido político A, B ou C. No Caso, a liderança do Governo anterior impediu-me de votar, alegando que não me tinha recenseado, desrespeitando regras tão majestosas como a verdade dos factos e a democracia, transformada em DEMO_CRACIA.

Depois de muitos artigos de opinião, decidi escolher um título de um livro de um médico que trabalhou ao serviços das comunidades mais pobres em Portugal, Fernando Namora, com o seu livro (2 volumes) que li com o mesmo título destas crónicas de opinião.

Os políticos de São Tomé e Príncipe – talvez por serem as mesmas famílias oligárquicas – habituaram-se a ser donos disto tudo. E vivem de felsos amores, sentimentos impuros de amizade e, sobretudo, cinismo e deslealdade entre pares. Resumindo: não são amigos uns dos outros. E na verdade, mentem, inventam falsas gincanas uns contra os outros. Acusam-se uns aos outros (e a mim) por dizerem inverdades – que não só não são ditas – como são, isso sim – comentadas – livre, mas respeitosamente – como críticas de D, E, F. Somos livres. Se fui uma preciosa ajuda na reposição da democracia – quando muitos militantes dos partidos do Governo comungaram com ADI, fui e serei coerente. Nenhum partido converterá a minha inteligência e o meu sentido de lealdada para com o País que me viu nascer. Continuo a considerar Bom Jesus um bom e honesto homem. Aliás, aplaudo a Conceição Lima (que também me julgou erradamente e repôs a verdade com um pedido direto de desculpas, o que me levou a reconsiderá-la), quando escreveu – e isso foi notícia – que Jorge Primeiro Ministro – devolveu aos cofres do Estado o excedente das despesas de representação que trouxe de volta ao nosso País. Pergunto: quem mais se atreveu a fazê-lo?

Aprendi a defender-me: não tenho família, não tenho primos nem primas, não sou filha de ninguém nem enteada, não sou cunhada e muito menos amiga, sempre que se tratar do mais puro interesse nacional deste pobre País. E, o facto de ter sido levantada a possibilidade de integrar o atual Governo, como se falou do meu nome no anterior – sempre quiseram o meu nome – não é sinónimo de – ridículo!! – frustração ou revanche – gosto de todos os membros de Governo que me merecem respeito e merecerão – até ao dia que sobrepuserem interesses pessoais à frente do interesse nacional.

A minha paixão chama-se São Tomé e Príncipe. E livrem-se as tristes almas já amarrotadas pela política nacional de retomar os mentideros dizendo um conjunto de inverdades. Não tive, não tenho, nem terei qualquer interesse (pessoal ou outro) em prejudicar pessoas ou familiares dessas pessoas, só porque foram ou são membros de governo antigos e acham-se eternamente intocáveis, correndo atrás de cargos políticos ou outros, esquecendo-se que os outros santomenses filhos de anónimos, têm o direito e as mesmas oportunidades. Se pelo facto de me conhecerem e (eventualmente) serem amigos(?), isso nunca me impedirá de ser a pessoa vertical, com esqueleto, que fui, sou e serei.

Sou filha de São Tomé. Serei sempre santomense. Somos de onde nascemos. E não admito que me chamem branca porque nasci com uma cor de pele diferente da maioria da do meu Povo. Um dia dedicar-me-ei – acesamente – à politica. E verão que não é com banhos e comadrices de diz-que-disse que se mobiliza um Povo para o desenvolvimento social e, consequentemente, económico. Criando emprego, melhorando a educação e, sobretudo a saúde. Tema que me toca diretamente. Razão do Estudo que tenho dedicado os últimos 5 anos da minha vida- Consumos excessivos de álcool e algumas drogas. O Povo produz mais alcoll sem controle (qualquer controle!) sanitário e regulado, por parte do Estado. E faz isso para combater níveis extremos de pobreza e desemprego. Estou na minha terra e o levantamento de produtores e recolhas de álcoois está feita e analisada.

De forma construtiva, e, apelada (no Príncipe – uma figura feminina com um cargo ligado a uma OI – pediu-me): por favor ajude-nos. São Tomé não está habituado a pessoas como a senhora. Em nome dela e de uma outra personalidade, deixo este apelo e perseguirei novos contornos se nada mudar. E não precisamos e dinheito! É preciso pôr os pès na lama. É preciso descer às ROÇAS e falar com cada um dos lideres das comunidades – ouvir (como eu ouvi e escrevi ) – um a um – o que produzem, como produzem e porque vendem e a quem. Algum dia o Ministério da Saúde se dignou ou preocupou com o tema? Não! Então, o que espero: Considerando inaceitável a falta de sensibilidade que o Ministério da Saúde teve e, tem: que desça do alto do seu pedestal, perca as caraterísticas de menos humildade e participe num trabalho e equipa – pro bono – para ajudar doentes, repito! Doentes dependentes de álcool catalisado sem controle sanitário com níveis entre 80 e 90º, que o Estado nem os Valle Flor têm dedicado o seu tempo.

Relembro que foi graças a determinada magistratura (anónima… nunca reconhecida ou informada!!) que as plataformas de medigraphe foram doadas aos Valle Flor. Existem pedidos meus nesse sentido. O meu objetivo foi ajudar o País – o meu País: São Tomé e Príncipe – e não determinada instituição. A malária mata sem dó e sem piedade, Mas o álcool mata mais e todos fingem que não vêem. Não interessa. É verdade: há surdos, dois dos quais (crianças) operados em Portugal com a minha magistratura. É uma riqueza poder ajudar estes meninos – filhos de pobres e de pais alcoólicos – q poder ouvir. ´importante linguagem gestual, é verdade…, mas se fosse o seu filho? Não gostaria que ele ouvisse, como nós ouvimos?

Que tivesse as mesmas possibilidades que nós tivemos? Não é o povo, menos letrado e sem energia ou internet – que lê estes artigos e quem são os Deuses e Demónios contra o Desenvolvimento – mas antes quem o lê. Ao Povo dedico o melhor de mim: ando com os pés sujos, falo-lhes em dialeto, e explico porque razão devem produzir álcoois com controle e sem metais pesados. Porque têm uma vida e devem protege-la, jºa que a resposta é muito fraca. Se não unirmos esforços, seremos piores que os anteriores, que denunciei. Um a um. E farei o mesmo. Queridos santomenses, Valle Flor ou a saúde que afinal, já não é para todos, Vamos lá discutir saúde pública: Sabemos que a Diretora Regional do Bureau da Organização Mundial de Saúde, Senhora Matshidiso Moeti, retirou o estatuto de País em desenvolvimento (fraco) para médio. Enquanto ONG enriquecem, dizendo que não têm fins lucrativos, o País fica sem cuidados de saúde.

É à custa da pobreza do país que outras enriquecem as suas ONG. O País continua sem criar receita. Aplaudo o Presidente da Câmara de Água Grande, reposicionar os vendedores de rua no Mercado. Agora: vá para a rua Senhor Ministro da Saúde, junte-se a nós numa missão que é sua! e aprenda a gerir a Saúde pública. Se quer fazer a mudança, não a mude apenas com os almoços e jantares. Force a Agricultura a mobilizar as condições de higiene e training the producers for the reduction of production of harmful alcohol O Povo precisa de mais higiene, é verdade. Mas precisa de saúde mental, de cuidados de saúde. O álcool mata e o sistema não tem capacidade de resposta. A União com Ordem Hospitaleira de S. João de Deus com apoio da Caritas de São Tomé e Príncipe não lhe trazem custos e menos ao nosso País. E não se trata de um projeto, trata-se de uma causa. Para continuar. Já chega! Já chega….

Isabel de Santiago

[1] diretora do N’Dependenxa e  Investigadora e Regente de Comunicação em Saúde, Profª Convidada no I Medicina Preventiva e Saúde Pública, Faculdade Medicina Universidade Lisboa. 

9 Comments

9 Comments

  1. WXYZ

    31 de Março de 2019 at 22:49

    Mas quando Patrice Trovoada lançou esse alerta sobre consumo excessivo de alcool,vocês mesmos fizeram montagem nas declarações do homem, deturparam as cabeças das populações, lançaram mentiras repetitivas até que conseguiram o vosso objectivo. Dizendo que ele chamou povo bebédádo. E agora,mesmo sendo sincera nas tuas intensões terás um duplo ou triplo trabalho pela frente. É que grande parte de gente caíu na desconfiança. Principalmente depois de se ter acompanhado aquela entrevista que fizeste com octávio bandeira. Em que você duma forma irónica e cínica repetia a palavra bebe, bebe, bebe só para derrubar Patrice Trovoada

  2. Inconformado

    31 de Março de 2019 at 23:29

    No outro dia estavam a falar da reforma da justiça e se esqueceram de dizer que para que haja alguma melhoria é preciso que os tribunais abandonem o conceito de empresa de família.

    Presidente do STJ – Silva Cravid
    Diretora de protocolo – Sobrinha do Silva
    Responsável da DAF – Mulher do Silva
    Assessora do STJ – Sobrinnha do Leite
    Secretária do Leite – Outra sobrinha
    Assessora do STJ – Filha do Fred. da Glória
    Secretária da Alice V. Cruz (TC) – filha dela
    Secretária do Cons. Sup. Mag. Judiciais – mulher do Leite

    Os rapazes venceram o concurso para juizes e o Silva não deu posse, só porque não gosta do Nelson. Agora vai colocar mais gente da sua confiança como novos juizes.

    Onde é que nós estamos. JBJ, onde é que nós estamos? É só desonestidade, é só corrupção. Que vergonha … e o povo tinha tanta esperança.

  3. Haro Ramos

    1 de Abril de 2019 at 8:31

    Grande artigo, só mesmo quem não percebe nada de desenvolvimento de um povo uma nação pode esquecer da SAÚDE PÚBLICA,podemos ganhar ajudas externas conseguir financiamentos gastar rios de dinheiro, se não começamos a deixar os nosso gabinetes sair a rua falar com o povo explicar que juntos fazemos a diferença e que eles sim podem melhor a saúde pública, tudo será em vão. O povo precisa ser acarinhado precisa sentir a presença e o exemplo dos dirigentes.

  4. Renato Cardodo

    1 de Abril de 2019 at 8:51

    A triste realidade que as suas narrativas relatam são realidades que afetam o País.
    Infelizmente aprendi que os dirigentes do País não estão na sua maioria preparados ou sensíveis aos dramas sociais e as misérias humanas que matam o povo.
    O fenômeno de alcoolismo que mencionou alastra que nem a praga social e condena o futuro das pessoas e não incomoda os poderes públicos porque acho que gostam imenso da pinga;embora consumam da melhor qualidade….

  5. Barão de Água Izé

    1 de Abril de 2019 at 14:58

    Isabel, quando assanhadamente se dedicar à política na nossa Terra, tenha coragem em defender o fim das nacionalizações, um dos maiores entraves para STP sair de pobreza.

  6. Aurélio Santos

    1 de Abril de 2019 at 17:18

    Corram com os corruptos dos tribunais.

    Esse concurso está todo viciado. O Dr. Eugénio Tiny e o Bernardino não tem postura para formar um júri sério.

    Os candidatos que chumbaram foram excluídos por razões que nada têm a ver com capacidade ou competência dos mesmos. Foi o Silva que disse quem entra e quem não entra.

    Isso mesmo, só quer na sua casa, quem ele quer ou gosta.

  7. Dado

    1 de Abril de 2019 at 23:28

    Deixar o álcool? Isso não!

    Deixe coitado do ministro da saúde em paz, o homem se esforça muito. Quem tiver dúvidas do que acabo de dizer deve ir à Dona Tete e ver o quanto ele tenta promover o país.
    É com dada jantarada … regado com bom vinho… ui, ui
    Cada um faz o que pode.

  8. Francisco santos

    2 de Abril de 2019 at 7:31

    Mas quem participou no concurso nao sabia que as coisas seriam assim. O governo nem está preocupado com isso. Por isso aguentem vocês com os tribunais que merecem.Foi por isso que esses juízes voltaram.

  9. Hugocruzcruz

    13 de Abril de 2019 at 11:57

    Que devolvam o dinheiro de antigos casos já arquivados, só isto já seria meio caminho andado pela reposição da justiça num país que dizem ser de TODOS e que deixem de andar nas casas de curandeiros e de ler livros de São Cipriano, é que a terra é tão pequena e sabe-se de Tudo.

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