Estranha expressão: “Putin não é um monstro.” Estranha, porventura, pelas imagens que invadem as nossas telas, duma Ucrânia que se vai esbandalhando devido os consequentes bombardeamentos das forças bélicas russas. Estranha, talvez, pelas centenas de milhares de pessoas que dali tiveram que se deslocar a procura de asilo, a procura aliás de um lugar onde pudessem reclinar a cabeça. Estranha, quiçá e sobretudo, pelos números crescentes de óbitos daqueles que nada tem a ver com tudo isso. Tudo isso que é um substantivo: Vladimir Putin.
Parafraseando o Presidente norte-americano, Joe Biden, Putin é “um criminoso de guerra.”Talvez ele seja mais do que isso. Explico, com efeito, o porquê. Vejamos: se eu disser, por exemplo, que João Seria é um monstro sagrado da música são-tomense, isto, metaforicamente falando, quererá dizer que ele é um artista extremamente talentoso.
Pode-se referir também, por outro lado, a um indivíduo renomado e que, por ser bastante conhecido e louvado, se torna uma espécie de mito intocável e isento de críticas. Por isso, considerar Putin, que, através das suas indicações maléficas e, para mais ainda, repugnantes, tem-se demonstrado ser um individuo desumano, atroz, como apenas um monstro, seria elevar a sua fasquia.
Ele é mais do que isso: é um medíocre. Traduzindo em linguagem gramatical, diz-se de pessoa pouco capaz, sem qualquer talento, que, de modo geral, fica aquém das outras ou que, num dado campo de atividades, não consegue ultrapassar ou mesmo atingir a média. Com efeito, a banalização do mal– por conseguinte, o resultado da leveza e da frequência com que os dramas humanos são apresentados e rapidamente esquecidos –também pode nos tornar medíocre.
A banalidade do mal foi uma expressão usada, vezes sem conta, pela filósofa política Hannah Arendt. Recorda-nos quando Adolf Eichmannfoi tomado em captura (isto no ano de 1960, na Argentina) e levado para Jerusalém, para que fosse julgado pelos crimes que cometera contra milhares de judeus, no famosíssimo e então campo de concentração alemão, em Auschwitz.
Durante o seu julgamento, a então jornalista judia-alemã H. Arendt apercebera de que Eichmann não era assim tão mostrengo como as cadeias televisivas o pintavam. Ela afirmou apoditicamente que ele era um medíocre. Aliás, no seu entender, ele era a figura encaixada do mal banal, por não o ter feito atendendo-se ao princípio solidamente nazista, mas pelos seus próprios interesses e caprichos.
A ideologia que hoje se vive no leste europeu não está assim tão distante do pensamento deste antigo combatente das primeiras fileiras nazistas. Agora pensem comigo: não será o atual Presidente russo e outros como ele uma personificação do homem moderno A. Eichmann? Boa reflexão.
Francisco Salvador
Guiducha
20 de Março de 2022 at 1:14
O campo de concentração de AUCHWITZ fica na Polônia ( visitei-o 2 vezes). Quanto a comparação do nazista citado no livro de Hannah Arendt, não vejo nele nenhuma semelhança com o Putin,pois que o lado que é considerado mais próximo da ideologia NAZI é a UCRÂNIA. Nenhuma guerra é justa, mas o tratamento que o OCIDENTE tem infligido a Rússia desde a perestroïka tem sido severo, de maneira altiva e com condescendência provocadora. A atitude da Rússia é de exespêro para mostrar ao mundo ocidental da “PODEROSA ” Rússia. No mundo a guerra nunca parou, e nós na África tivemos e temos ainda muitas, mas nunca preocupou aos poderosos deste planeta…só agora é que reagem na guerra porque trara-se de européus. E os outros que morreram aos milhares nos outros continentes não são seres humanos? Porque razão vamos tomar parte e dar importância e comentar a guerra deles ? Interessaram-se da guerra que teve lugar na RDC onde morreram numero sem conta de africanos?
Repito, nenhuma guerra é boa, mas de lá a ser solidário,NUNCA.
Antonio Nilson
20 de Março de 2022 at 1:19
Discordo consigo. O Putin é um monstro War Criminal como outros criminosos dictators.
Os africanos devem encontrar o seu lugar; um lugar onde eles não se envolvam nesse slogan equivocado de que relacionamentos são sobre interesse e não amizade com unidade. A sobrevivência dos africanos e do continente africano é quando começamos a aceitar e abraçar a nossa realidade e aprender com nosso passado para fazer melhor para as futuras gerações mais jovens. Devemos parar de nos envolver nos problemas daqueles que nos causaram problemas em primeiro lugar. Como é que os Estados Unidos, a União Europeia, a China, a Rússia e outros não se importam realmente com os africanos e a África? Seu amigo irá ajudá-lo a obter armas nucleares para proteger e defender os seus recursos naturais e seu povo, e não olhar para o outro lado quando tens problemas internos, ou fabricar ou criar conflitos dentro do teu continente ou ser insensível ao seu sofrimento e exploração desde a escravidão do colonialismo até o tempo presente. Os africanos, em sua maioria, são desinformados, confusos e inconscientes de sua vitimização. Triste.
O mundo está cheio de pecado. Partindo da supremacia mental, do racismo, da discriminação, da exploração do homem pelo homem, do preconceito de fazer as coisas para o lucro de poucos ao invés de fazer coisas positivas e boas coisas para a melhoria da humanidade.
As partes que destroem o valor da diplomacia para a resolução de conflitos no mundo inteiro negam estar em negação de que estão sofrendo psicologicamente por não entenderem o propósito Divino e fundamentalmente com aflição psicológica equivocadas ao distinguir as diferenças entre Confiança versus Arrogância.
A confiança é algo que é conquistado, normalmente através de uma combinação de auto-exploração, auto-aceitação e fracasso.
Uma pessoa confiante pode mover montanhas com pensamento positivo e assertividade. Uma pessoa confiante acredita em si mesma, mas sabe que o aprendizado contínua—infinita.
A arrogância é o ato de direito que pensa ter sobre os outros.
O pensamento de que o que é meu é meu por causa do quão grande eu sou, e o que é seu será meu porque eu mereço. Uma pessoa arrogante acredita que está confiante, mas sem nada para aprender.
Meu coração está com as vítimas e crianças sofredoras, idosos, mulheres grávidas e outros inocentes em todos os continentes; África, Europa, Ásia, América Latina, América do Norte, Antártica, Austrália, em todos os lugares do planeta, incluindo aqueles que vivem em pequenas localidades geográficas ao redor do mundo.
O maior problema dos chamados homosapiens é psicológico; mau pensamento equivocado, sentimentos negativos desastrosos em relação ao outro e comportamento deplorável terrível como resultado de guerras, assassinatos de pessoas e destruição de propriedades.
Há muitos homens que vivem à custa do sofrimento dos outros, com o simples objetivo para prosperar de forma imoral no fortalecimento do ego, com fome de poder, gananciosos por dinheiro e coisas materiais que quando morremos não as levamos conosco. Por quê? Uma razão pode ser: Porque as mulheres não estão bem juntas colocadas a sua verdadeira função e não fazendo bom uso do poder que Deus lhes deu. Dizer que muitas mulheres são atraentes por dinheiro e poder e outras coisas superficiais do mundo poderia ser injusto para boas mulheres neste planeta. Entretanto, porque razão alguns homens normalmente matam e destroem, dizem mentiras e fofavas sem validade e roubam para impressionar as mulheres para demonstrar que ele tem o poder e o dinheiro para obter essa atração feminina? Talvez seja uma analogia boba e simplista, mas significativa para pensar e explorar.
Quem pode me explicar porquê que nós (seres humanos) não podemos conviver uns com os outros com respeito mútuo e vivermos juntos pacificamente? Resposta: mentalidade distorcida e agir mal com pecado.
Guiducha
20 de Março de 2022 at 22:55
Abel Veiga, o que é que se passa com o seu espaço, porque razão é que os comentários lidos um dia desaparecem no dia dia seguinte? Tenho encontrado montes de dificuldades para ver os meus comentários .
Scorpion King
21 de Março de 2022 at 12:33
Faço das palavras do/a Guiducha as minhas palavras.
Até parece que há algum tipo de censura por parte deste site de notícias para com alguns dos seus leitores