Opinião

Politica Internacional: O que esperar do ano 2025 e a estratégia dos Pequenos Países Insulares

 
A análise da política internacional para o ano 2025 pode abranger diversos fatores cruciais, considerando as dinâmicas atuais e as previsões para os próximos eventos:

Eleição do Trump: Com a eleição do Donald Trump, espera-se que sua administração continue a seguir uma abordagem unilateral em questões de política externa, focando em “make America great again“. Isso poderá resultar em tensões com aliados tradicionais, especialmente em áreas como comércio e defesa. A estratégia em relação à China e à Rússia poderá ser um ponto focal, assim como a relação com a OTAN e outras organizações multilaterais.

Eleições na Alemanha: As eleições na Alemanha em fevereiro de 2025 terão um impacto significativo na política europeia. Se o governo mudar, a nova administração poderá redefinir suas políticas de imigração, meio ambiente e economia, principalmente se for o do partido da extrema direita. A Alemanha continua sendo um líder na União Europeia, e mudanças em sua política interna afetarão a coesão e as decisões da UE, especialmente em relação a questões como a guerra na Ucrânia e a resposta europeia à influência da China.

Guerra na Ucrânia: A situação na Ucrânia pode continuar a ter um impacto substancial nas relações internacionais. Dependendo do status do conflito em 2025, a necessidade de apoio militar e econômico à Ucrânia pode mudar. Se a guerra persistir, isso poderá levar a uma maior militarização na região e influenciar as estratégias da OTAN. Negociações de paz e o papel de mediadores internacionais também serão cruciais.

Papel da China: A China continuará a ser uma potência emergente, com sua influência econômica e militar crescendo. No contexto do governo Trump, a relação entre os EUA e a China poderá se acirrar, com políticas que visam conter a ascensão chinesa. As tensões no Mar do Sul da China e questões de direitos humanos também poderão ser foco de discórdias, considerando que a China, por direito próprio, tentará defender, sempre, a sua soberania, sob o princípio internacional de não ingerência nos assuntos internos. A iniciativa “Belt and Road” da China pode expandir sua influência na Europa e além, afetando a forma como as nações interagem com ela.

Conclusão: O cenário de 2025 será moldado pela interação entre esses factores, onde a política interna e externa de grandes potências terá consequências globais. A cooperação e o conflito nas relações internacionais poderão ser uma constante, dependendo de como os líderes abordarem suas políticas internas e externas. Acompanhar e analisar eventos como eleições, conflitos geopolíticos e mudanças nas alianças será essencial para entender a dinâmica futura.

No contexto acima abordado, é de considerar que política externa dos pequenos países insulares em um cenário global em 2025 deve ser cuidadosamente planeada, tomando sempre em conta as suas limitações e potencialidades.  Nesse sentido, na mininha opinião, seria conveniente que os mesmos adoptassem as seguintes estratégias:

Multilateralismo: Pequenos países insulares devem procurar estar mais presentes nas organizações regionais e internacionais. Essa presença poderá valer bons benefícios, consequência própria, de uma diplomacia multilateral, pois essas plataformas oferecem uma voz coletiva e ajudam a influenciar discussões sobre temas globais.

Sustentabilidade e Mudanças Climáticas: devido a sua a vulnerabilidade relativo à mudança climática, esses países devem priorizar a diplomacia climática, podendo se posicionar como defensores da sustentabilidade, procurando financiamento internacional para adaptação e mitigação, além de participar ativamente das negociações climáticas globais.

Diversificação de Parcerias: Ter vários parceiros estratégicos poderá ajudar a mitigar riscos. Pequenos países insulares devem procurar construir relações de cooperação não apenas com potências tradicionais (China, EUA ou EU), mas também com países emergentes (India, Brasil e alguns países africanos), de modo que as suas oportunidades de cooperação econômica e desenvolvimento possam ser ampliadas.

Promoção do Turismo Sustentável: Dado que muitos desses países têm um potencial turístico, logo, desenvolver uma política externa que promova o turismo sustentável pode aumentar a resiliência econômica. E uma das formas de o conseguir, poderá ser a implantação de parcerias de cooperação com países que valorizam a sustentabilidade podem atrair investimentos e turistas responsáveis.

Segurança Regional: para fazer face aos desafios como a pirataria marítima, o tráfico de drogas e a pesca ilegal, pequenos países insulares devem colaborar em iniciativas de segurança regional. A cooperação com outras nações da região pode fortalecer a segurança e a capacidade de resposta.

Tecnologia e Inovação: No seculo XXI a tecnologia está cada vez mais presente nas nossas vidas. Portanto, investir em tecnologia e inovação pode ser uma estratégia eficaz. Mas para isso os pequenos países insulares devem procurar parcerias de cooperação para o desenvolvimento de tecnologias que ajudem na sustentabilidade, gestão de recursos e resiliência a desastres naturais.

Presença nos fóruns internacionais: Como mencionado no paragrafo relativo ao multilateralismo, com objetivo de aumentar a sua visibilidade e a importância nas discussões globais, particularmente nos temas como a mudança climática e o desenvolvimento sustentável, os pequenos países insulares devem envolver-se ativamente em fóruns internacionais. Essas estratégias podem ajudar pequenos países insulares a navegar em um cenário geopolítica.

Nelson M Nazaré

Diplomata de Carreira

2 Comments

2 Comments

  1. ANCA

    11 de Janeiro de 2025 at 14:13

    Boa visão

    Acrescentaria, estabilidade e boa governação, transparência, combate a corrupção, a paz no sentido lato.

    Exploração das potencialidades da economia do mar e dos rios, economia circular e verde.

    Criação de rendimento e poupanças, diversificação económica, a transformação valorização dos recursos, produtos e serviços, politicas de rendimento anual, conforme evolução dos macros da economia e finanças, serviços de dívidas

    Fortalecimento das instituições, reformas das instituições, ênfase para instituição familiar, da administração publica, da saúde, da educação, da justica, da segurança, das protecção.

    Relativamente a justiça, segurança no nosso caso necessidade de intervenção, nos crimes de roubos, invasão e apropriação endivida de bens, violação e violação de infantil, maus tratos infantis e aos idosos, abandono de crianças e idosos, trabalho infantil, assédio, bem como assédio sexual, nas instituições publicas e privadas, bem como no seio da sociedade, prostituição infantil e jovem, consumo de estupefacientes, violência doméstica, gravidez precoce na adolescência, abandono escolar, a poligamia, responsabilidade parental, codigo procedimento administrativo, nas instituições, corrupção, reforma da sociedade e das suas instituições, saber e saber fazer, etc..

    Ordenamento do território, políticas de habitação, construção de casas bairros, emprego e rendimentos jovens, criação de empresas, atração de investimento interno, externo.

    Resolução das dificuldades de acesso, transportes, portos, aeroporto, aviação, transportes marítimos interno, externos, infraestruturas, energias renováveis, acesso as tecnologias de informação e comunicação, comércio digital, transformação económica

    Educação/Formação quer tecnico profissional, quer superior de qualidade, expansão, projecção dos serviços, que se quer de excelência, a segurança, a justiça, a protecção, educação, o turismo, o desporto, a cultura, a gastronomia, o artesanato, as artes

    Investigação e desenvolvimento, aumento da produção e da produtividade, combate a pobreza, bem como da pobreza extrema.

    Transformação agrícola, transformação do comércio, maquinarias, desenvolvimento das telecomunicações, evolução para sinal de televisão digital terrestre, ou até por satélite, digitalização dos serviços, etc, etc…

    Tendo em conta sempre o desenvolvimento sustentável

    O trabalho, a organização, o rigor, transparência, justiça, segurança, protecção, sustentabilidade.

    Temos que aproveitar a nossa localização estratégica, apesar das nossas limitações

    Tirar partido do clima na agricultura, na agropecuária, na pesca, para transformação, comercialização, exportação, apesar do mercado e território pequeno, podemos especializar em criação de animais, transformação de derivados, carne, leite, ovos, queijos, manteigas, etc, etc…assim tambem com aquacultura, e potencialidades do mar.

    Investimento nos recursos humanos, nomeadamente jovens

    Se nasceste aqui, se cresceste aqui, estudaste aqui, ajuda a desenvolver o teu país, o teu território, as tuas gentes

    Pratiquemos o bem

    Pois o bem

    Fica-nos bem

    Deus abençoe São Tomé e Príncipe

    • ANCA

      12 de Janeiro de 2025 at 15:15

      De relembrar

      O investimento e modernização do sector das estatísticas, para o desenvolvimento sectorial e social.

      Temos vários produtos, frutas, legumes, tubérculos, plantas medicinais, flores, carne, peixe ao qual, mediante a transformação, derivados, valor acrescentados, poder encontrar nichos de mercados, assim também a modernização de oferta de serviços(educação, formação, saúde, telecomunicações, a banca, o sector financeiro, com devida atração o sector farmacêutico, os laboratórios, o turismo, o desporto, a cultura, a gastronomia com projeção regional, os transportes, assessoria, o comercio digital, as tecnologias de informação, a energia, dentre outros) que podem ou poderão gerar riquezas, receitas, finanças, emprego jovens, desenvolvimento sustentável

      Clima propicio ao desenvolvimento de atividades, agrícolas, agropecuárias, mar a volta para desenvolvimento do cluster dos serviços e exploração do mar, rios interior, serviços e produtos ligados ao rios, agua, localização estratégicas, placa de estacionamento giratória, de abastecimento e reparação, aeronáutica, de voo entre Ásia e America do sul, etc. etc….

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