Cultura

Comunidade angolana em São Tomé pede mais atenção da sua embaixada

No passado dia 4 de Fevereiro, o novo embaixador de Angola em São Tomé e Príncipe, deu o primeiro passo no sentido de lançar as bases de uma maior aproximação entre a representação diplomática e a comunidade angolana. Actividades desportivas e culturais, marcaram o dia histórico para Angola.

“Corrida dos Heróis”numa distância de 10 quilómetros, foi uma das principais actividades que assinalou o dia 4 de Fevereiro em São Tomé e Príncipe. A embaixada de Angola distribui prémios para os primeiros três classificados, sendo 500 dólares para o primeiro lugar.

Houve corrida para assinalar o quinquagésimo primeiro aniversário do início da luta armada  em Angola, mas também para o reencontro da comunidade angolana radicada em São Tomé, com a representação diplomática.

Sabino Alfredo, um dos descendentes da mão de obra escrava que o regime colonial deportou de Angola para trabalhar nas plantações de cacau e café em São Tomé, desde o início do século XX, manifestou-se agradado com o facto de o novo embaixador de Angola Alfredo Manuel Mingas, abrir uma nova fase de relacionamento com a comunidade.

Há cerca de 5 anos que Angola não tinha um embaixador em São Tomé. O embaixador Manuel Mingas, confirmou a abertura da nova fase de relacionamento. «Que estejam lançadas as bases para que a convivência com a comunidade seja de amizade, solidariedade, respeito mútuo para o bem da causa que nos une. Angola», referiu o diplomata angolano.

O embaixador de Angola fez tais declarações a margem da palestra organizada pela representação diplomática para assinalar mais um aniversário do início da luta armada para a independência nacional de Angola.  «O 4 de Fevereiro é uma data importante não só para Angola mas para todas as ex-colónias portuguesas, pois foi o dia que marcou o início da luta armada contra o regime colonial português», acrescentou o embaixador.

Simão Souindoula, historiador angolano foi o orador da Palestra. Assessor do Ministério da Cultura de Angola,Simão Souindoula, testemunhou a ligação com São Tomé e Príncipe, através da sua mãe, que na década de 40 do século passado foi deporada para trabalhar nas plantações de café em São Tomé e nunca mais regressou a Angola.

História de opressão, que liga os dois países, e que gerou revolta e resistência por arte do povo. É o exemplo de 3 de Fevereiro de 1953 em São Tomé e do 4 de Fevereiro de 1961 em Angola.

Segundo o historiador, a determinação dos angolanos que se rebelaram contra o regime colonial no dia 4 de Fevereiro de 1961, fez deflagrar a luta armada para a libertação do país, e despertou a atenção das organizações internacionais como a OUA e a ONU, para a causa do povo angolano.

Também em São Tomé, a resistência do povo contra o trabalho forçado nas plantações de cacau, gerou o massacre, cujas consequências tocaram fundo na alma dos nacionalistas são-tomenses, que reforçaram a luta política com vista a independência, sob olhar mais atento da comunidade internacional.

Segundo o historiador angolano, a pólvora que se acendeu em Angola no dia 4 de Fevereiro de 1961, espalhou-se por outras colónias portuguesas, nomeadamente a Guiné-bissau e Moçambique. Países africanos sob a dominação colonial, que também pegaram em armas para conquistar a liberdade.

Abel Veiga

11 Comments

11 Comments

  1. Filipe Samba

    7 de Fevereiro de 2012 at 12:53

    Ao
    Senhor Sabino Alfredo
    Os meus cumprimentos
    Sirvo da presente para Lhe endereçar os meus agradecimentos pela forma eloquente que apresentou a sua revindicação e também um obrigado especial ao tela non pelo artigo.
    Esta é uma oportunidade para que os filhos dos descendentes (Escravos de Angola), se organizem Kalunga wa tu tala
    Em memoria dos mortos e dor dos feridos

  2. voz do emigrante

    7 de Fevereiro de 2012 at 15:06

    Força ANGOLA

  3. luisó

    7 de Fevereiro de 2012 at 20:14

    Sim fui muito mau esse regime, sem dúvidas.
    Agora depois de 36 anos aí está um novo regime disfarçado de democracia, em que o PR é eleito pelos deputados da assembleia, vê-se logo quem ganha, o País mais caro do mundo em que se vive com 1 dólar por dia, só se vê obras do regime e o povo pá, 15 milhões, vive na miséria e no entanto vive no País com maiores recursos naturais de África para depois o JES, a Isabel e os amigos e generais comprarem tudo com esse dinheiro mas põem no nome deles não dos angolanos.
    Grande regime democrático….

  4. tonga

    8 de Fevereiro de 2012 at 7:40

    Angola deve atribuir a nacionalidade a muito dos seus filhos nascidos em sao tomé mas que nao podem provar a linhagem an golana porque muitos dos seus filhos nao constam no registo civil de sao tomé como provenientes de angola.

    Mas certamente deve haver um registo pela parte das autoridades portuguesas dos angolanos que vieram a sao tomé.

    Fomos maltratados em sao tomé, nos chamam de tonga, gabon,navio…e despresados tambem pelas autoridades angolanas que nao fizeram a demarche de reconhecer e repatriar os seus…

    • Filipe Samba

      8 de Fevereiro de 2012 at 13:41

      Caro
      Amigo tonga

      Os meus cumprimentos

      O senhor anda muito mal informado, porque este é resultado de um processo de longos anos de luta para o reconhecimento da nossa comunidade, em que muitos que trilharam já desapareceram. Tudo esta documentado através da identificação dos nomes que preservaram.
      A comunidade deve solicitar o registo de baptismo na igreja católica em São Tome e Príncipe onde estão arquivados todos os documentos, porque naquela altura a igreja obrigava dar um nome bíblico, no entanto o apelido era dos avos assim era roça.
      Sim, muitos eram analfabetos porquê»?
      Quem pergunta nunca era

    • Filipe Samba

      8 de Fevereiro de 2012 at 13:43

      nas roças

  5. Mumuka José Capóla

    8 de Fevereiro de 2012 at 13:15

    Nenhum filho descedente Angolano em STP é menos Sao-Tomense que outro. Estudei, vivi, cresci e convivo com muitos Sao-Tomenses descendetes de Angolanos. Vivemos na igualdade, rimos, namoramos, jogamos futebol, brincamos, dançamos, comemos, tarrachamos, e fazemos brincadeira de mama com papa. Somos todos Sao-Tomenses. Mas afinal quem é São-Tomense ou quem somos? Donde viemos?
    Viva STP!
    Viva Angola!
    Viva filhos de STP!
    Viva filhos de Angola!
    STP e Angola de mãos dadas para sempre!

    • tonga

      8 de Fevereiro de 2012 at 19:56

      Mumuka:
      nao falo de ti,falo da sociedade em geral!
      Deixa de ser lambe bota e encara a realidade.

  6. Rogerio da silva

    8 de Fevereiro de 2012 at 22:08

    aqual e adiferencia entre angolanos e sao tomenses? aqui em angola nao ha diferencia

  7. maria helena bento

    27 de Novembro de 2014 at 11:05

    bom dia
    a todos que veijam esta mensagem!
    agradecia que alguém me diga como posso proceder para achar os meus avos ou familiares , de 1900 à 1960 , a que serviço ou outro instituto en sao tome e principe sabendo que o meu pai nasceu na freguesia de angolares ( filho de maria do Espirito e neto de bento soares por linha materna de pai incognito , que trouxe o filho ou seija o meu pai para Portugal nos anos entre 1945 et 1950.
    obrigados pelas informaçoes que me possam dar, afin de eu poder fazer uma pesquisa para ver quias sao os meus familiares.

  8. edilia

    1 de Fevereiro de 2015 at 12:32

    Ola,como eu acredito que Somo muitos a quer saber sobre as bosses raizes. A minha Mae nasceu em St Tome em 1928, mas chamavam-n’a de Maria tonga, porque razao chamavam-na Tonga? Nasceu em St madalena or freguesia de Madalena. Alguem me Pode dizer porque a chamavam de Tonga? Obrigada

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