Economia

BAD coloca 400 milhões de euros para acelerar a transformação económica dos PALOP

O Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), Portugal e o Governo são-tomense, assinaram na última quinta feira, na capital São Tomé, um compacto financeiro, que visa acelerar o crescimento económico sustentado, e a diversificação da actividade económica tendo o sector privado como agente preponderante.

Segundo o representante do BAD, para São Tomé e Príncipe e Angola, o plano de impulso financeiro ao sector privado dos países africanos de expressão portuguesa(PALOP), enquadra-se num contexto em que o continente africano avança na criação de uma zona de comércio livre. «É importante que cada país possa ter um sector privado dinâmico que possa exportar bens e serviços para outros países e é neste quadro que entra o compacto lusófono», sublinhou Joseph Ribeiro.

O sector privado de cada país, vai receber o impulso financeiro do BAD, de acordo aos projectos que forem apresentados. «Queremos financiar projectos que tem viabilidade financeira. E estes projectos poderão ser financiados pelo BAD e beneficiar de uma linha de garantia que foi disponibilizada pela Republica Portuguesa», explicou o representante do BAD.

O documento que foi assinado em São Tomé pelas três partes intervenientes, nomeadamente o Governo são-tomense através do Ministro das Finanças Osvaldo Vaz, o Governo português através do embaixador Luís Gaspar, e Joseph Ribeiro enquanto representante do BAD, tem duração de 5 anos.

400 milhões de euros, estão disponíveis para financiar o sector privado de Angola, Cabo Verde, Guiné Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe.

No caso de São Tomé e Príncipe, o representante do BAD, explicou que já foi feito algum levantamento no país, e que o BAD, «vai continuar a interagir com o sector privado com vista a identificar projectos».

Indicou as áreas da logística, turismo, industria e agropecuária, como prioridades identificadas.
Por sua vez, o Ministro das Finanças, Osvaldo Vaz, destacou a situação actual do país, caracterizada por um défice orçamental que compromete «seriamente a execução de uma politica virada para o desenvolvimento».

Segundo do Ministro, o país regista uma divida interna imprudente e descontrolada, e uma divida externa incalculável. «E a balança de pagamentos que necessita de equilíbrios urgentes», acrescentou.

Por tudo isso, definiu o compacto lusófono como um «poderoso impulsionador do sector privado de São Tomé e Príncipe, designadamente as pequenas e médias empresas».

O Governo de Portugal, através do seu embaixador em São Tomé e Príncipe, realçou a importância da dinamização do sector privado.

Um agente fundamental para o desenvolvimento económico sustentável, e promotor do emprego. «A juventude representa a larga maioria da população e necessita de encontrar emprego que lhe permita constituir família e levar uma vida com dignidade», afirmou o embaixador Luís Gaspar.

O diplomata português não escondeu que o compacto assinado em São Tomé, constitui um incentivo para as empresas nacionais mas também para as empresas portuguesas que actuam no mercado nacional. «Um bom augúrio para as relações bilaterais no domínio económico e empresarial, no quadro abrangente da cooperação entre os nossos dois países e os nossos dois continentes, africano e europeu», concluiu o embaixador de Portugal.

Abel Veiga

6 Comments

6 Comments

  1. Manuel do Rosario

    18 de Agosto de 2019 at 18:31

    Esperemos que a parte destinada para São Tomé e Príncipe seja direcionada realmente para projectos de iniciativas privada de modo a criar postos de empregos para reduzir índice de desedesemprego espalhado por todos os cantos no nosso país.

  2. maria da graça

    19 de Agosto de 2019 at 12:15

    Há uma coisa notável e que a nível governamental ninguém parou para analisar. Quando informam que BAD disponibilizou tantos milhões é mt bom. Mas o importante e onde tudo começa é que deve ser transparente essa distribuição e em que momentos cada um dos PALOP recebe seu bolo. De forma que cada um possa fazer o controlo e melhor divulgar o montante pertencente. Porque é isso que dá indícios de corrupção, porque não se sabe o montante destinado para cada um. Próprios os financiadores induzem confusão ao povo. E se houver pessoas desatentas às noticias, dá a entender que todo o montante divulgado foi para STP, por exemplo.

    Senhores jornalistas façam bem o trabalho de investigação de modo a darem informações convictas e não induzirem a erros quem as lê.
    Por outra seria uma forma de todo o cidadão realmente estar mais atento e acompanhar a maneira de utilização destes montantes para os diferentes sectores, nível de execução de projectos afectos e mesmo exigir toda a informação relativa ao desenvolvimento estruturante.

    Temos que começar a ser pró-activos sérios, e exigir responsabilidades do governo. Quando os governantes notarem que o povo está atento nas suas acções tenho a certeza que muita coisa mudará, porque ninguém quer ficar manchado com nome feio na praça. Tudo depende só de nós, para o nosso progresso.

    • MIGBAI

      20 de Agosto de 2019 at 15:19

      Cara “Maria da Graça”
      Tudo muito lindo o que escreveu no seu comentário, só que nada do que escreveu tem aplicabilidade prática nestas ilhas onde todos esperam o bolo para comer à tripa farta.
      Mas alguém em STP está preocupado com a má imagem ou com a cara suja que pode deixar em virtude de meter a mão no dinheiro?
      A senhora não vive e nem conhece a realidade de STP!
      Isto só pode acabar quando se referendar o povo sobre a independência, com uma pergunta se quer continuar como até aqui, ou se quer avançar pela autonomia e passar a ser uma região autónoma de Portugal ou de Angola.
      Só quando isto acontecer passaremos a ter alguma dignidade como povo, e até lá seremos os mendigos e os gatunos de STP.
      Viva o surgimento do Movimento para a Autonomia de Stp MASTP
      Viva o MASTP.
      Espalhem por STP o surgimento deste Movimento.
      Falem meus irmãos sobre este assunto com os amigos, com os familiares, com os colegas de trabalho para, quando surgir a legalização deste Movimento de Autonomia de STP, podermos olhar para o futuro de forma a se poder encorajar os nossos jovens para o uso da honestidade e da verdade política.
      Viva o MASTP Movimento para a Autonomia de São Tomé e Príncipe.

  3. Coerência

    20 de Agosto de 2019 at 7:10

    A verba anunciada (400 milhões de euros) destina-se a todo o PALOP. Não se trata de uma verba para ser dividida ou distribuída para todos os países dos PALOP como se pode pensar. Criou-se um fundo, agora quem (o país) que for competente e apresentar bons e credíveis projetos para dinamizar o sector privado, com certeza conseguirá lançar mãos a esta verba. Não basta discursar, é preciso que o nosso executivo elabore e apresente projetos credíveis para conseguir tirar algum proveito desta verba porque ela nunca será distribuída de mãos beijadas. Por isso, tenho dito sempre, o executivo tem uma responsabilidade muito grande e como tal, deve focar-se nas causas que visam o desenvolvimento do país e não desperdiçar tempo com tretas de tachos, perseguição política e luta desenfreada nas causas judiciais. Deixa os tribunais fazerem o seu trabalho de forma autônoma e foca na dinamização da economia do país. Ora, aqui está um bom trabalho de casa para o executivo, vamos ver se conseguem apresentar um bom projeto no sentido de canalizarem pelo menos uma parte ínfima desta verba para o país.

  4. Barão de Água Izé

    21 de Agosto de 2019 at 12:21

    Sem alteração do modelo económico que passa pelo FIM das nacionalizações; sem uma justiça digna que exclua advogados e juízes vendidos; sem investimento de privados com garantias de segurança;
    é ilusório pensar que qualquer verba atribuída a STP não venha a cair nas mãos e bolsos de politicos parasitas que desde a Independência controlam o poder e continuam a sugar o País a construir as suas vidas, enquando a população continua a viver na miséria.

  5. S.Tome

    10 de Setembro de 2019 at 17:38

    Boa tarde, BAD disponibilizou e ainda o BAD é que vai identificar projetos no caso de S.T.P, porquê? Setor privado abri olho.
    Seria bom, que este montante fosse encaminhado para melhorar o setor energético, mas não no lendário EMAE, que ja está morto, outras energias limpas para substituir o lendário.Assim como o setor da Saúde, em equipamentos Hospitalares, através de concurso nacional e internacional para fornecer materiais precisos e novos, não aqueles pintados e velhos, e também no sector da educação, não para construir escolas, mas para actualização da nossa grelha curricular que vem desde tempo dos dinossauros, livros, formações e capacitações de docentes.

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