Economia

Greve paralisa a maior empresa do país 

A maior empresa de São Tomé e Príncipe está paralisada. Os trabalhadores da AGRIPALMA avançaram com uma greve geral que dura há 15 dias. A empresa que produz o óleo de palma, por sinal o maior produto de exportação deixou de funcionar.

O andim maduro está a cair, e palmeiras cheias de pinhas de já estragadas. É o cenário da que se regista na Agripalma.

Na estrada que dá acesso a unidade agro-industrial na Ribeira Peixe, o Téla Nón encontrou-se com Domingos de Deus. 

«Ninguém trabalhou hoje. Estamos a espera da decisão da greve. Estamos a espera da decisão do sindicato», afirmou o trabalhador da Agripalma.

Com mais de 800 trabalhadores, desde o ano 2020 que a AGRIPALMA se afirmou como garante da maior exportação do país. O óleo de palma superou assim o cacau como principal produto de exportação. A Agripalma exportou cerca de 4900 toneladas de óleo de palma em 2020.

No entanto por causa do aumento do custo de vida em 2023, sobretudo após a entrada do IVA os trabalhadores pediram aumento do salário. A empresa belga SOCFINCO que é accionista maioritária e gere a empresa, só aceitou aumento em 5%. Os trabalhadores não concordaram e exigiram 38%.

Herlander Pinto – Representante da AGRIPALMA

Herlander Pinto, quadro da AGRIPALMA foi autorizado pelo Director Geral, a falar em nome da empresa. Explicou que 2023 foi um ano difícil para a AGRIPALMA. Segundo o mandatário, a empresa registou baixa da produção na ordem de 25%. Os prejuízos atingiram 60 milhões de dobras, equivalentes a cerca de 2 milhões e 500 mil euros.

«Nós apresentamos uma outra proposta ao sindicato em que ao invés dos 38%, mantínhamos os 5%, e que fizéssemos o aumento do subsídio de assiduidade, e das horas extras, como forma de aumentar o rendimento dos trabalhadores. Mas o sindicato não valorizou a proposta», declarou Herlander Pinto.

As negociações no Ministério do Trabalho não tiveram êxito.

«Fomos lá para negociarmos mas infelizmente o ministro chamou o director da Agripalma para o seu gabinete durante 2 horas. Ficamos a espera, mas a verdade é que saíram da reunião, e nós não fomos tidos nem achados. Sentimos que o governo que também é accionista da AGRIPALMA não manifesta interesse em resolver a situação», reclamou João Tavares, Secretário-geral da Central Sindical ONTSTEP.

João Tavares – Secretário Geral da ONTSTEP

Os trabalhadores queixam-se também do aumento da carga de trabalho, em troca de salário incapaz para enfrentar os preços no mercado nacional.  A Central Sindical ONTSTEP que dá apoio jurídico e técnico ao núcleo sindical da empresa, considera que a situação laboral nas plantações de palmeiras da Ribeira Peixe, é de escravatura moderna.

«Qualquer cidadão santomense que vai a AGRIPALMA vê que há um trabalho de escravatura moderna e nós temos exemplos, e imagens que revelam essa situação», assegurou João Tavares.

Anastácio da Mota, trabalhador que se dedica ao corte do andim, lançou advertências no mesmo teor aos dirigentes nacionais alegadamente ligados a gestão da AGRIPALMA. «Dizer-lhes que não somos escravos. Somos filhos de São Tomé e Príncipe. Queremos paz e que dêem a cada um o que devem dar», frisou.

Herlander Pinto, o representante da empresa que foi mandatado para falar à imprensa desvalorizou a acusação de prática de escravatura moderna, e explicou que os trabalhadores são contratados e desempenham tarefas previstas no contrato de trabalho.

Agripalma está paralisada, e o óleo de palma, o principal produto de exportação de São Tomé e Príncipe, sem hipóteses de chegar ao mercado internacional.

Abel Veiga

7 Comments

7 Comments

  1. António Nilson

    21 de Fevereiro de 2024 at 0:24

    Assim mesmo!
    Faz mais pressão aos malvados. Eles não prestam!
    Nós não queremos escravatura moderna. Repudiamos-lá categoricamente!
    Estamos contra essa prática. Publicamente condenamos severamente Patrice Trovoada por não se manifestar interesse em resolver essa situação e com a oposição procurarem encontrar alternativas aos problemas de São Tomé e Príncipe.
    Estão a espera de dinheiro do FMI para fazer vandalismo?
    Estamos com o povo Santomense. Erguem-se pacificamente.
    Patrice Trovoada pode ser presidente do ADI se os membros do partido dele assim o preferirem, mas como Primeiro Ministro de STP, nós, cidadãos comuns temos o direito de lhe pedir para se afastar do governo. O homem é muito teimoso.
    O Patrice quer aprender da maneira mais difícil…
    Deixem de carregar os likes 👍🏿 e os dislikes👎
    Não gosto disso, não me importa e não me interessa. O que me interessa são as vossas ideas e palavras convincentes credíveis. Tu não me assustas e não assustas à ninguém aqui. Da cara.
    Quais são as suas propostas e garantias?
    Corrupção? Roubos? Anarquia e desordem social? Subdesenvolvimento? Escravatura moderna? Mentalidade atrasada? Que mais tens de oferecer para o nosso povo?
    Vila Nova por um lado não da, mas por outro lado, ele tem razão quando diz que: “…isto vai acabar mal” muito mal mesmo se vocês não tomarem o assunto deste país com mais seriedade e serem honestos com a nossa população. Quadá!

  2. Nini

    21 de Fevereiro de 2024 at 0:44

    Onde está esse gajo Margarida quando a malta precisa dele?
    Deve estar todinho ocupadíssimo com essa coisa de transgenders trangenérico! Márga! Vem lutar para o povo Bruno bandido preguiçoso!
    Cuidado, vem devagar, com calma e um bocadinho de disciplina.

    • Apelo à Camada Juvenil

      21 de Fevereiro de 2024 at 20:56

      Excelentíssimos e Excelentíssimas:

      Vá à televisão ou à qualquer um tribunal em qualquer parte no mundo chamar alguém de filhos da pxxx fdp para ver o que acontece. As pessoas que usam essa expressão não são pessoas normais ou civilizadas, o plataforma aceita as pessoas usarem nomes falsos para manter identidade real no incógnito por várias razões mas nenhuma delas é ofender e insultar as pessoas. Em países onde existem participação nos mídias sociais usa-se nomes falsos para esconder a identidade das pessoas. Existem países onde nem sequer os mídias são permitidos pela autoridade do Estado. Por isso, meus irmãos e minhas irmãs vamos respeitar o espaço e não abusar do previlégio que temos.

      fdp não é um termo nem é um termo jurídico nem político e é alvo do repúdio a nível social. Há pessoas que não crescem à nível intelectual ou não conseguem atingir a mentalidade e a maturidade de uma pessoa adulta. Atitudes do Sem Assunto, Margarida Lopes são repugnantes. Por isso devemos chamar atenção a essa gente para terem mais juízo e responsabilidade. Na minha vida inteira Nunca vi e Nunca ouvi um advogado normal usando esses tipos de expressão com exceção de São Tomé. Vá a um tribunal em Portugal chamar qualquer juíz ou alguém na autoridade de Estado de pigmeu para veres a reação deles. Tu ficares arrependido. Só em São Tomé que se admite esses tipos de abusos de uso de linguagem inapropriada. Temos de ser honestos.

      Dizer a verdade não significa insultar as pessoas. O insulto é equivalente a ser indisciplinado. Há muita diferença no que aceitável e o que é inaceitável. Por exemplo, se dizeres que Patrice Trovoada é ladrão, aqui no Brasil o termo é considerado normal e juridicamente aceite. No dicionário consta esta prova. Até no parlamento, congresso, reportagem televisiva usa-se a palavra ladrão para se descrever alguém como Patrice. Não é insulto e a polícia apanha-los. Há mais exemplos.

      Uma pessoa que não gosta de trabalhar para o objetivo coletivo do povo, essa pessoa chama-se preguiçoso. Se a mesma pessoa diz mentiras é bandido e mentiroso. O Margarida é tudo isso. Não há dúvidas nenhuma!

  3. Cobra branca

    21 de Fevereiro de 2024 at 11:17

    Melhor. O oleo de palma é muito mao para saude e para a terra.

    • Maria

      22 de Fevereiro de 2024 at 18:37

      Nini, Apelo a camada juvenil e outras tantas falsas identidades, compadeço a sua dor e o estado lastimável que a sua inimiga n° 1, Margarida Lopes, lhe deixou. Se cuide para não apanhar um colapso ou clapso? Lamento bué!

  4. Jose Rocha

    21 de Fevereiro de 2024 at 11:39

    Quem ganha com essa greve, não acredito que os trabalhadores ganhen alguma coisa com essa greve.

  5. Lucas

    21 de Fevereiro de 2024 at 12:46

    Outra rosema?

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