Os pescadores e vendedoras de peixe da cidade de Neves, norte da ilha de São Tomé, contestam a inoperância da doca de peixe que foi construída há cerca de 2 anos. Com o financiamento do Banco Africano de Desenvolvimento através do projecto PRIASA os pescadores beneficiaram de uma infra-estrutura para a conservação e transformação do pescado.
No entanto, desde dezembro do ano passado, que o centro deixou de funcionar, por causa de uma avaria no sistema de refrigeração.
A visita do ministro da agricultura, pescas e desenvolvimento rural, Nilton Garrido, foi ocasião para as palaiês manifestarem a sua indignação. À semelhança das outras colegas, Joaquina Miguel confrontou o Ministro Nilton Garrido com a situação. Disse ao ministro que para além das palaiês da cidade de Neves, a doca recebe o pescado das palaiês da Vila de Santa Catarina localizada mais ao norte.
«Nós queremos a geleira reparada. Pela Santa Neves, que o senhor veio hoje para os pés dela, por favor repare a nossa geleira», afirmou Joaquina Miguel.
O Ministro Nilton Garrido, respondeu em crioulo forro, que foi exactamente para encontrar uma solução para o sistema de refrigeração que visitou a doca de peixe na companhia do presidente da autarquia de Lembá.
As palaiês fizeram o ministro recordar que se aproxima a estação da gravana. A estação seca do ano, em que a captura do pescado é maior. «Onde é que vamos conservar o peixe na gravana?», interrogou Joaquina Miguel.
O debate ao jeito das palaiês, conduziu o ministro das pescas para um encontro alargado com os pescadores e as vendedoras de peixe. Nilton Garrido, garantiu que uma solução será encontrada o mais breve possível para o sistema de refrigeração da doca de peixe.
Pesca é a principal actividade económica da Cidade de Neves e de outras vilas do distrito de Lembá no norte da ilha de São Tomé.
O potencial da cidade de Neves para o desenvolvimento da pesca semi-industrial é grande, mas na prática as acções ou políticas para o fomento da pesca são adiadas. Na região de Neves foram construídos dois centros para desenvolvimento da pesca semi-industrial.
Um localizado na porta de entrada da cidade de Neves, foi abandonado e actualmente se encontra em ruínas. O outro centro de tratamento e transformação do pescado foi instalado perto da roça Ribeira Funda também hoje transformado em ruínas.
O anterior governo tinha concedido a unidade de transformação de pescado a uma empresa estrangeira. O projecto não avançou e o novo governo cancelou a concessão.
Segundo o Ministro Nilton Garrido, o XIX governo já tem acordo com uma empresa também estrangeira para desenvolver pesca semi-industrial no centro em ruínas que se encontra na porta de entrada da cidade. Nilton Garrido recusou dizer o nome da nova empresa selecionada pelo governo.
Na perspectiva de impulsionar o sector das pescas como uma das principais fontes de receitas para o país o ministro das pescas anunciou que o governo definiu três regiões para o desenvolvimento da pesca semi-industrial, nomeadamente a Cidade de Neves no distrito de Lembá, Angolares e Porto Alegre no sul da ilha de São Tomé e a Região Autónoma do Príncipe.
Abel Veiga
POLVO
15 de Abril de 2025 at 10:38
É preciso mais transparência na gestão do que é publico, porquê é que no ministro nada diz sobre a empresa concessionada, a gestão destas infraestruturas, por acaso estas infraestruturas são suas, ou dos seus pais?
Por outro lado há necessidade de mudar de chip quanto a gestão dos equipamentos postos a disposição, das populações, da administração do país, autocarros, equipamentos agrícolas, construção, requalificação, serviços, etc, etc…É preciso mudar, combater o comportamento, costumes, cultura de desleixo, de deixar andar, as instituições e parceiros de cooperação fazem um esforço de mobilização de fundos, juntos à outros povos e países, para que possamos ter ajudas, equipamentos, maquinarias, tecnologias, fundos, é nós jamais temos a cultura do cuidado, e tempo de responsabilidade/responsabilização, de prestação de contas.
Estes equipamentos foram postos a disposição do país, trazem e têm um livro de utilização/ manutenção, porque jamais foram ministratadas formações profissionais, criadas equipas de gestão, manutenções de equipamentos, porquê que nunca foram feitas as manutenções em tempo devido?
Toda utilização de equipamentos, tecnologias serviços, têm um custo de manutenção, porquê que nada se cobra os utilizadores, um valor pela utilização e usufruto destes equipamentos?
Até quando?
Agora temos que ir pedir mais apoios para reparação, até quando africanos, até quanto África, até quando São-tomenses?