Localizada no centro da ilha de São Tomé, e no cimo da montanha de Monte Café uma revolução silenciosa germina na terra fértil de Nova Moca.
O que antes era apenas uma comunidade rural com dificuldades estruturais, transformou-se numa referência nacional e internacional de combate à pobreza e desenvolvimento sustentável.
O projeto de cooperação técnico-agropecuária China-São Tomé e Príncipe é o arquitecto da nova era que se abre em Nova Moca. A roça entrou no programa da cooperação chinesa de luta contra a pobreza no final do ano 2023, e já foi distinguido como o melhor caso global de redução da pobreza por organismos internacionais como a FAO, o Banco Mundial e a FIDA.
O projecto, que envolve dezenas de especialistas chineses em agricultura, veterinária, energias renováveis e transformação de produtos, já beneficiou directamente cerca de 6000 habitantes no país e introduziu mais de 150 novas tecnologias no meio rural santomense.
«Hoje sinto-me muito satisfeita ao ver as mudanças. Com parcelas cobertas de hortaliça, galinhas nas casitas e ambiente mais limpo graças aos fogões economizadores, estes resultados não seriam possíveis sem o nosso esforço conjunto», realçou a embaixadora da República Popular da China, Xu Yingzhen, durante um colóquio sobre a luta contra a pobreza realizado em Nova Moca.
Xu Yingzhen acrescentou que «a erradicação da pobreza é um ideal comum da humanidade. O que está a acontecer aqui, é fruto de um modelo de cooperação baseado na solidariedade, no conhecimento e na dignidade humana».
E terminou com a convicção de que «Nova Moca simboliza a força da amizade sino-santomense. Aqui, as sementes da esperança foram lançadas ao solo e já começam a dar frutos visíveis».
Em Nova Moca, onde o café e a mandioca foram os principais produtos geradores de rendimento para os agricultores, hoje crescem couves, pimentão, tomates e sonhos. A mudança tem um nome: cooperação sino-santomense.
Os deputados da nação participaram no colóquio realizado junto com os agricultores. A Interacção directa entre a população que luta contra a pobreza e os representantes do povo, permitiu ao deputado que preside o Grupo Parlamentar de Amizade STP-China, Edmilson Amoço, constatar que o momento é histórico e deve ser aproveitado com inteligência e esperança. «Nada é impossível onde exista evidência, empenho e determinação. A parceria com a China é prova disso», frisou.
Uma citação do presidente chinês Xi Jinping, veio à mente do deputado da nação. “Um pássaro mais fraco pode começar cedo a voar alto” – fim de citação.
Desde agosto de 2023, a 4.ª fase do projecto de luta contra a pobreza no meio rural, concentrou-se em Nova Moca como comunidade-piloto de redução da pobreza. Caldeiras no distrito de Lobata, foi a primeira comunidade agrícola beneficiária do projecto da cooperação chinesa.
Foram implementadas novas técnicas de mudas em bandejas, a recuperação do solo e a gestão do cultivo. A comunidade cultivou com sucesso mais de 8000 kg de hortaliças, com destaque para pimentão, feijão-verde, cenoura, couve-flor, couve-chinesa e nabo. Foram também produzidas 13.000 mudas, e os ganhos totais da comunidade de Nova Moca superaram as 300.000 dobras (mais de 12 mil euros) em apenas alguns meses.
«A capacitação foi uma mais-valia. Uma pessoa capacitada já não trabalha como antes. Com apoio em sementes, estufas e técnicas novas, conseguimos produzir mais e melhor», afirmou o agricultor Gabriel Okiongo.
Com 44 anos de experiência e memórias do tempo em que trabalhava no campo com o pai, emocionou-se ao falar do presente. «Antes, tudo saía do nosso bolso. Agora temos estufas, insumos, capacitação e dignidade. A missão chinesa não só nos ensinou, ela acreditou em nós», desabafou Okiongo.
O agricultor reforçou com orgulho, «se cada comunidade seguir esse exemplo, o nosso país inteiro poderá sair da pobreza. Nós estamos a provar que é possível».
Ao invés de dar o peixe, dá o anzol. É a marca identitária da cooperação chinesa. Quem insiste em dar-te o peixe, cultiva a tua dependência em relação a ele. Quem dá o anzol promove a tua autonomia, incentiva – te a conquistar e a andar com os teus próprios pés.
Waley Quaresma

Figo de São Tomé
26 de Junho de 2025 at 1:35
A educação/formação de base, tecno-profissional, superior de excelência, bem como para a cidadania a nível interno é essencial.
Bem haja cooperação Chinesa, que apesar destas transformação e mudança de paradigma, a montanha dada a dimensão pequena do território,pouca economia de escala, há necessidade de introdução de outro modelo de produção que poderá ser por exemplo em pavilhões agrícolas, agropecuários verticais, com controlo de temperatura, água, humidade,…necessidade de tecnologias/investimentos, por outro lado, necessidade de certificação dos produtos agrícolas, agropecuários nacionais, a designação de origem controlada, selos de qualidade, a calibragem dos produtos (o que permitirá externalidades aos agricultores, bem como possibilidade de ofertas preços/acesso a populações mais desfavorecidas, na aquisição), a embalagem, a conservação, a transformação, o transportes, a segurança higiene e ambiente, criação de código de barra para productos nacionais(produzidos e certificados aqui, laboratórios)o que exigirá medidas transformação também à jusante, como na transformação e no comércio, na exportação, neste sentido ha necessidade de planos de ordenamento do território, aprimoramento organização dos mercados distritais/regional internos, politicas salariais e de criação de empregos, incubação de empresas, empreendedorismo, trocais dinamização comercial interna, criação de parques industrias, realização de feiras, aprimoramento da culinária e gastronomia nacional, utilização de produtos nacionais, etc, etc
Benku
26 de Junho de 2025 at 6:17
É recomendável que se faça registo, quer em formato de papel, quer em audio/digital, destes inovações técnicas, para memória futura, pelo CATAP.
Devemos criar e ter o hábito de registo, do quebse faz, se como se faz, nas melhorias, em tudo quanto fazemos, quer na agricultura, quer em agropecuária, na saúde, na administração, em todos os ramos e sectores, para memória bem como para melhorias constantes futuras…
Lucas
26 de Junho de 2025 at 8:25
Pelo que entendi a solução dos problemas de todos os problemas que há e são muitos está nas galinhas de duas patas
E porque não começarem já com uma galinha de 4 patas.Seria menos constrangedor e mais muito mais sustentavel.Vamos todos com a cooperação desinteressada da china meter galinha de 4 patas
Madiba
26 de Junho de 2025 at 10:31
Os nossos governantes são mesmo uns palhaços! Como podemos admitir que tantos deputados, ministro e outros responsáveis se dirigem até as montanhas de Monte Café com o objetivo de ver umas dezenas de galinhas, uns ovos e umas gramas de hortaliças. Até quando o nosso país vai deixar da pobreza. Onde está a política pública santomense de combate à pobreza? Quantas coisas destas são capazes de abastecer o mercado de Bobo Forro ou criar escala desses produtos. Só podemos estar a brincar com o desenvolvimento real deste país. Isto combate a miséria? Os deputados mudam lei para lhes beneficiar de tudo quanto é privilégio neste país e vangloriem-se com água-boca dos chineses. Deus acuda S. Tomé e Príncipe.
Paulinho
27 de Junho de 2025 at 7:02
O que fez por este país? Um guerreiro do teclado que só escreve comentários? A mercantilização e a expansão demorarão um ou dois dias?
amigopraasim
27 de Junho de 2025 at 9:53
não acredito há comentários assim e nem acredito que esse tipo de palavras ajude ou respeite o povo em Nova Moca ou os amigos ajudantes.
faça algo no terrno não em cabeça ou teclado.