Mais de 160 hectares de plantações renovadas, 1.700 produtores capacitados, novas infraestruturas agrícolas, certificação de produtos de exportação e posicionamento de São Tomé e Príncipe no radar internacional do cacau, café e pimenta de qualidade. Estes são apenas alguns dos resultados tangíveis do Projeto de Apoio às Fileiras Agrícolas de Exportação (PAFAE), que chegou ao fim após mais de quatro anos de execução.
Na cerimónia de encerramento, autoridades nacionais, parceiros europeus e dezenas de agricultores reuniram-se para celebrar o impacto do projeto mas também para exigir a sua continuidade. O PAFAE foi financiado pela União Europeia, cofinanciado pelo Camões Instituto da Cooperação e da Língua, e executado pelo Instituto Marquês de Valle Flôr (IMVF).
“Não fizemos um projeto para cumprir calendário. Fizemos transformação. E fizemos com as pessoas — com quem planta, colhe, processa e vende”, disse emocionada Carolina Quina, representante do IMVF.
A União Europeia, representada por Paula Medina, destacou que o apoio à agricultura continuará a ser uma prioridade, não apenas pelo potencial económico, mas também pelo papel central do setor na coesão social, sustentabilidade ambiental e combate à pobreza rural.
O Ministro da Agricultura, por sua vez, deixou um apelo direto:
“Se queremos ver os nossos produtos nos mercados internacionais, com valor e identidade, não podemos deixar este projeto morrer. Precisamos de um PAFAE 2, urgente.”
Durante o evento, agricultores partilharam testemunhos emocionantes sobre a diferença real que o projeto trouxe às suas vidas: mais rendimento, melhor organização, acesso a formação e aumento na produtividade. Alguns afirmaram que “o PAFAE foi a primeira vez que sentiram que alguém os levava a sério”.
A União Europeia confirmou que novos fundos poderão ser mobilizados nos próximos meses, mas alertou que será necessário o envolvimento contínuo do Governo para garantir a sustentabilidade dos avanços alcançados.
O PAFAE encerra formalmente as suas atividades, mas deixa um legado que grita por continuidade porque a agricultura não espera, e os sonhos dos produtores não podem voltar à estaca zero.
Waley Quaresma
