Gabão é o vizinho mais próximo de São Tomé e Príncipe, com o qual o arquipélago santomense partilha uma extensa zona marítima.
Enquanto, a imprensa santomense deu conta que o actual governo de Américo Ramos, decidiu renovar o acordo de pesca com a União Europeia, a troco de um aumento da contrapartida financeira, na ordem de 30%, sobre o valor anterior fixado em pouco mais de 900 mil euros anuais pela captura do pescado nas águas nacionais, surge a notícia de que o vizinho Gabão decidiu pôr fim ao acordo de pesca com a União Europeia. O Governo do Presidente Brice Clotaire Oligui Nguema, considera que os interesses do Gabão estão a ser lesados.
Acompanhe o artigo da Africa News para entender a decisão da República do Gabão :
Gabão retira-se do acordo de pesca com a União Europeia após 18 anos
Dezoito anos após a assinatura de uma parceria de pesca fundamental com a União Europeia, o Gabão anunciou a sua intenção de se retirar unilateralmente do acordo, citando um desequilíbrio nos benefícios e preocupações crescentes sobre a exploração dos recursos.
O acordo, estabelecido em 2007, permitiu aos navios europeus pescar nas águas gabonesas em troca de apoio financeiro ao setor das pescas do Gabão. No entanto, o presidente Brice Clotaire Oligui Nguema descreveu o acordo como “desigual”, argumentando que enquanto as frotas europeias têm lucrado significativamente, o Gabão tem visto retornos limitados.
Libreville está agora alertando sobre o potencial de superexploração de seus recursos marinhos e a falta de investimento e criação de emprego resultante da parceria. Um grande problema é que os peixes capturados sob o acordo são enviados diretamente para a Europa, sem serem desembarcados ou processados no Gabão, uma prática que o governo agora decidiu pôr fim.
Numa declaração oficial, o governo do Gabão enfatizou a necessidade de benefícios económicos locais e expressou o desejo de desenvolver capacidades domésticas de processamento de peixe.
A União Europeia respondeu com surpresa, mas reconheceu o direito soberano do Gabão de se retirar. Bruxelas também sinalizou que continua aberta a negociações.
O movimento marca uma mudança significativa na abordagem do Gabão para a gestão de seus recursos naturais, com um foco renovado no controle nacional e auto-suficiência económica.
Fonte : Africa News / Gabon withdraws from EU fishing agreement after 18 Years | Africanews

Leão do norte
7 de Julho de 2025 at 6:19
Abrem os olhos São Tomé e Príncipe.
De repente tão já não podemos vir a fazer o mesmo, porém é um exemplo e uma alternativa que se abre para tempos vindouros: repensar os nossos interesses e a gestão eficiente dos nossos recursos.
Os sucessivos acordos de pesca com a UE, que temos vindos a fazer, é um autêntico desperdício.
Viva a África, recursos naturais da África para os africanos, abaixo o neo-colonialismo.
Polvo
7 de Julho de 2025 at 7:56
Este deve ser o caminho, por quanto paises Africanos, incluindo São Tomé e Príncipe, desconhecem a flora e fauna, o potencial económico dos seus mares, as espécies existentes, as espécies migratórias, as plantas o fundo marinho, etc,…
É claro de que temos dificuldades financeiras para levar a cabo projectos, como desenvolvimento da economia azul, mas tudo pode ser somente uma questão de organização, rigor, transparência, justiça, educação/formação, infraestruturas,….
Pergunto que a União Africana quisetem ter frota a pescar no mar do norte, acham que seria a tostões, e sem controlo, sobre espécies capturadas?
Sabendo que têm regras, cotas, meios bem apertados de fiscalização dos seus mares, seria pesca de arrasto?
Que colocariam em causa a sustentabilidade futura doa seus mares?
Isto deve ser motivo para parceira mas com revisão de acordo, no caso de São Tomé e Príncipe, primeiro os meios, os laboratórios, a investigação e desenvolvimento, a inovação, depois ver as espécies de que se podem fazer acordo de pesca, num determinado periodo de tempo, e por cotas,….
Já agora no caso de São Tomé e Príncipe, é tempo de rever como anda os projectos, de pesquisa de hidrocarbonetos no nosso mar….
Lulas
7 de Julho de 2025 at 8:04
Os países Africanos, devem poder se ajudar mutuamente no caso das infraestruturas, na segurança, na defesa, na saúde, na educação/formação, universidades, investigação desenvolvimento e inovação, nas energias renováveis, na economia circular, na economia azul, na banca, nos seguros, a nível empresarial… todos sairiamos a ganhar
Por exemplo São Tomé e Príncipe, faz parte da CEEAC, estes países pagam cotas, estas cotas, ou parte do orçamento do estado, mediante certamente a classificação do países, deveriam servir de fundo de investimento em infraestruturas de que os menbros necessitassem,…assim sucessivamente uniformizando redes de infraestruturas para desenvolvimento sustentável
Parcerias estratégicas
Edson Neves
7 de Julho de 2025 at 21:12
Não sou fã desse presidente golpista, porém, concordo com o posicionamento dele nesse sentido. Não vejo razões de os europeus terem na mesa alimento ou acesso à qualquer outro bem proveniente da África. Eles passaram séculos sequeando o continente, são có-responsáveis juntamente com os gestores dos países africanos pós independência pelo processo migratório em direção à Europa desses últimos vinte anos. Eles deveriam ser acionados judicialmente perante os Tribunais internacionais afim de repararem os danos causados pela escravidão.
Se o africano não serve pra estar na Europa, logo, nada que é da África o europeu deve ter acesso.
Os demais países do continente africano deveriam seguir a mesma toada, denunciar esse acordo e mandar os eurpeus encontrar o peixe e marisco em outra parada.