Política

Parlamento viabilizou Orçamento de Estado para 2022, num país ainda inviável

No fecho do debate parlamentar, na terça-feira, em torno do orçamento geral do Estado para o ano 2022, a bancada da ADI, que lidera a oposição justificou a decisão de votar contra a proposta do Orçamento. O Primeiro-ministro Jorge Bom Jesus pediu unidade e entendimento entre todos os são-tomenses, em prol do trabalho para que São Tomé e Príncipe deixe de ser um país inviável.

Avaliado em 158 milhões de euros a proposta do orçamento geral do Estado para 2022 foi aprovado com 28 votos a favor garantidos pela maioria parlamentar que sustenta o governo.

A bancada da oposição com 23 votos contra e uma abstenção contestou a proposta do Orçamento do Estado.

«Esta proposta de orçamento não oferece qualquer solução para grave crise económica e social que o país vive..» declarou  o deputado e secretario geral da ADI, Américo Ramos.

Ainda para justificar a decisão de voto contra o porta-voz da bancada parlamentar da ADI, acrescentou que «esta proposta de orçamento faz de contas, não tem verbas para bens essenciais. Mas todos os ministros têm um gordo orçamento para viagens que vai custar aos cofres do Estado mais de 1 milhão de euros. O grupo parlamentar da ADI não pode votar favorável a um orçamento que tem financiamentos fantasmas», precisou Américo Ramos.

Do valor de 158 milhões de dólares, 56,4% do Orçamento é segundo o governo consagrado as despesas de funcionamento. O executivo decidiu também canalizar a fatia de 5,3% do OGE para amortização da dívida interna e externa.

Para executar o investimento público durante o ano 2022, o governo decidiu alocar 38,3 do valor do orçamento.

É exactamente na análise deste capítulo do investimento público, que o Primeiro-ministro e Chefe do Governo, chegou a conclusão de que São Tomé e Príncipe é um país inviável. Na segunda-feira quando apresentou a proposta de orçamento do Estado à Assembleia Nacional, Jorge Bom Jesus chamou a atenção dos deputados para a seguinte situação:

«98.2% da estrutura de investimento público serão asseguradas pelos recursos externos, cabendo apenas 1,8% das despesas de investimento público serem asseguradas pelos recursos internos, o que denota uma grande dependência externa do nosso país em termos de ajuda pública ao desenvolvimento», afirmou o Primeiro Ministro.

Uma declaração que deveria esgotar todos os argumentos do debate em torno do Orçamento do Estado para o próximo ano. Pois afinal de contas, os deputados da nação estavam a debater sobre números, ou sobre verbas que não são geradas pelo país. São verbas para investimento público que deverão ser doadas pela comunidade internacional.

No final do Debate parlamentar, o primeiro-ministro voltou à carga. «Ninguém virá de fora para resolver os nossos problemas, e o maior constrangimento, é sobretudo ao nível do investimento público, o investimento de capital», reforçou Jorge Bom Jesus.

Pelos dados percentuais que provam a hiper-dependência nacional em relação aos doadores internacionais, o Chefe do Governo, reconheceu diante dos deputados que São Tomé e Príncipe ainda não é um país viável.

«Porque nenhum país pode ser viável…, em que os parceiros de desenvolvimento assumem investimentos acima dos 90%. Não é possível, não é possível…não é possível. Estes dados têm que ser alterados», pontuou.

Para viabilizar o país, Jorge Bom Jesus, pediu a oposição para enterrar o machado de guerra. Apelou o país a abraçar o trabalho, a cimentar a unidade nacional para inverter a actual inviabilidade.

«Temos que aumentar a exportação, e diminuir o peso da importação. Reduzir algumas despesas que são supérfluas. Ninguém tem, e ninguém teve solução miraculosa para isso», concluiu o Chefe do Governo.

Apesar da hiper-dependência de donativos financeiros da comunidade internacional para executar projectos de desenvolvimento, o Governo acredita que orçamento do Estado para 2022 vai provocar um crescimento económico na ordem de 2,8%. Percentagem ligeiramente superior em relação ao ano 2021,que segundo o governo deverá situar-se nos 2,3%.

Abel Veiga

13 Comments

13 Comments

  1. Paulo Durães

    15 de Dezembro de 2021 at 15:24

    Até a nossa Democracia é Pedinte!!!
    O Nosso estado anda sempre curvilíneo perante os Estados. Nós não temos capacidade para falar de igual para igual em circunstância alguma. Os nossos ditos Líderes e chefe do Governo são meramente marionetas/bonecos para legitimar a nossa penúria perante os outros. Não temos capacidade para nada, mas, no entanto, os Nossos Líderes internamente querem ser tratados como salvadores da Pátria e da Democracia (bons Samaritanos)
    Recomendo vivamente que todos os governantes passem a ser chamados de Pedintes.
    Pedinte da República
    Pedinte e Chefe do governo
    Pedinte das Finanças e Economia Azul
    Pedinte das Obras públicas e Recursos Naturais
    Pedinte da Agricultura
    …etc.

    A caminhar de passos largos para o Precipício

  2. SANTOMÉ+CU+PLIXIMPE

    15 de Dezembro de 2021 at 16:05

    ESSES ADIISTAS SÃO A DESGRAÇA DESSA NAÇÃO,, SÓ ATRASO DESDE 1991 ATÉ HOJE,, PENA COM CUMPLICIDADE DE ALGUNS DOENTES, MAS DEUS É GRANDE, DEPOIS DE ROUBAREM E DESTRUIREM E SUPERFATURAR TODAS AS OBRAS E DE FINANCIAMENTOS ILICITOS, VEM GRITAR……

    • Guiducha

      16 de Dezembro de 2021 at 23:29

      Santomé-ku-Pliximpe, concordo consigo, este partido ADIVé anti-democrático, têm uma ideologia trovoadista que é ÔDIO, RANCOR, VINGANÇA,idolatria ou seja culto da pessoa TROVOADA pai &filho,CORRUPÇÃO, desvio de bem publico/Estado…enquanto existir em STP esta 🐍serpente de duas cabeças,estaremos entregues á BICHARRADA. São seres de PÉSSIMA índola.
      Que o INFERNO lhes leve para longe de STP definitivamente.

  3. Bom só

    15 de Dezembro de 2021 at 23:19

    Se senhor diz que é um país inviável faz seguinte: entrega pasta, renuncia cargo e vai para casa. Vocês fizeram todo aquele barrulho em 2018 para virem 3 anos depois vir dizer que nada foi feito para alterar situação?Foram lá fazer que? Engordar bochecha e encher bolsos com dinheiro? Abusado. Só assumiste atestado de propria incompetência tua e da tua NM. Faz sai e poupa-nos a mais um ano de ter de aturar vocês

  4. Zé pontes da silva

    16 de Dezembro de 2021 at 6:49

    Se o país é inviável porque é que pediram independência? Outra, porque é que o senhor não põe o cargo a disposição?
    Entreguem este país a cabo verde suas mentes quadradas.
    Só sabem roubar e dificultar vida aos outros.
    Até afugentam os investidores.

  5. Arnaldo dias

    16 de Dezembro de 2021 at 6:57

    Governo com gente burra e incompetente claro que torna o país inviável.
    Nem coisa básica como água e saúde conseguem dar as pessoas.
    Depois das eleições de 2018 esse Jorge não achava o país inviável não foi? Tanta promessa que fez. Dizia até que ia baixar tudo.
    Jiba e trombose com vocês.

  6. Madiba

    16 de Dezembro de 2021 at 8:27

    Enfim. Crescimento económico de 2,3%. Caros santomenses, qualquer que seja o país ainda pobre que queira sair desta situação não pode aspirar crescimento económico tão baixo! Provavelmente, o crescimento da população foi superior à esta cifra. Como que o pais poderá desenvolver? Nunca.
    O que mais me preocupa como santomense e residente, é que na segunda república, nenhum governo fez o mínimo para inverter a situação. Ainda na era do partido único houve tentativas mas falhadas. Então posso afirmar com toda lealdade que a situação de penúria que hoje se vive em S. Tomé e Príncipe é o somatório de várias falhas dos nossos governantes. Umas vezes por ignorância e na maior parte das vezes por má fé. E essas falhas continuam até o dia de hoje. Há governos a fazerem pontes que por lá só passam lagartichas. A continuar assim este país será viável?

  7. Timoteo dos santos

    16 de Dezembro de 2021 at 9:11

    Não sei poder que a oposição está a fazer tanto barrulho. Os orçamentos têm sido os mesmos.
    As cores partidarias é que têm mudado

  8. Verdade

    16 de Dezembro de 2021 at 9:18

    46 anos de independência e com um orçamento a depender em mais de 98% da ajuda externa.

    Mesmo assim, os governantes andam em carros de última geração, compram casas no estrangeiro, são proprietários de enormes quintas no país e ficam todos mais gordos.

    Muito obrigado a todos

    Votos de um bom Natal e que continuem a fazer o mesmo em 2022

  9. Verdade

    16 de Dezembro de 2021 at 9:21

    Republica dos pedintes. País cheio de recursos naturais, com condições para produzir tudo e alguma coisa até sal importa.

  10. Célio+Afonso

    16 de Dezembro de 2021 at 9:25

    Os sucessivos governos compostos por politicos bandidos é que afundaram o país, tornando-o inviavel.
    Que pena!

  11. Vanplega

    16 de Dezembro de 2021 at 12:17

    Senhor 1 Ministro, dei exemplo por amor de Deus.

    – corta despesa do seu gabinete
    – Nas viajens
    – Se o senhor come dois pāes, passa para um

    – corta tb na Presidencia da Republica,
    – Na assembleia da Republica

    -Nos cosa ovos de directires que ganham um fortuna

    Vais ver que chegamos là. Ajà coragem

    SE tiveres tomates, faça cortes

  12. Ralph

    20 de Dezembro de 2021 at 5:46

    Não ser país inviável não é uma coisa que se pode consertar de noite para dia. É um processo árduo sem haver um conjunto de recursos naturais, localização geográfica vantajosa ou outra vantagem estratégic. Eu acho que, nesta fase de desenvolvimento da nação, descobrir um poço economicamente sustentável de petróleo seria uma das poucas coisas que poderia ajudar a ameliorar a situação.

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