Política

Eleições legislativas : Desde 1991 que o Povo revela maturidade e alternância

Num referendum à Constituição Política realizado no ano 1989, o povo de São Tomé e Príncipe, optou pelo sistema democrático plural.

Um sistema de governação que se transformou em manifestação de liberdade e de festa. Nas primeiras eleições legislativas realizadas em janeiro de 1991, o povo revelou o seu carácter democrático, e de aposta na alternância.  

PCD- GR(Partido da Convergência Democrática – Grupo de Reflexão), criado no periodo de mudança do regime político, ganhou as eleições com maioria absoluta de 33 mandatos, num parlamento de 55 assentos. Destronou o partido da independência o MLSTP, no poder há 15 anos.

4 anos depois, em 1994 chamado às urnas pela segunda vez na história de democracia, o povo confirmou o seu ímpeto democrático e de alternância.

Devolveu o poder ao MLSTP, com uma maioria simples de 27 deputados. O PCD-GR e a partido ADI criado em 1992, por dissidentes do PCD, ocuparam os assentos da oposição. Um acordo de incidência parlamentar entre o MLSTP e a ADI, gerou e sustentou um governo de coligação.

Já nas eleições legislativas de 1998, não houve opção pela alternância política. O eleitorado decidiu reforçar a representatividade do MLSTP com uma maioria absoluta de 31 assentos na Assembleia Nacional.

Na sua sabedoria, o povo decidiu 4 anos depois, nas eleições de 2002, impor maior equilíbrio na representação parlamentar. A expressão nas urnas gerou quase um empate técnico entre o MLSTP e a coligação MDFM-PCD. 24 contra 23 mandatos, e a ADI com a sua coligação Uê Kedaji conquistou 8 mandatos.

Nas urnas, o povo exigiu que as forças políticas dialogassem mais entre si. Nasceu um governo de Unidade e Reconciliação Nacional, sustentado pelos 55 deputados a Assembleia Nacional.

Governo de unidade e reconciliação nacional que foi destituído por um golpe de Estado no ano 2003. Em 2006 o povo preferiu apostar na coligação MDFM-PCD, com 23 mandatos. Mas nem a incidência parlamentar com a ADI que tinha 11 mandatos salvou a governação. Até 2010 o país conheceu 3 primeiros ministros.

Cada vez mais madura a democracia são-tomense determinou em 2010, que o partido ADI ganhasse pela primeira vez uma eleição legislativa. Foi uma maioria simples. O governo da ADI, caiu antes do fim do mandato.

Chamado às urnas, em 2014 o povo decidiu pôr fim a sucessiva queda de governo. Deu maioria absoluta para o partido ADI, governar sozinho com 33 mandatos.  Pela primeira vez um governo cumpriu o mandato de 4 anos. Em 2018, o eleitorado retirou a maioria absoluta ao ADI. Deu maioria simples de 25 mandatos para a ADI governar em parceria com outras forças políticas.

ADI não conseguiu parceria para governar o país. MLSTP com 23 mandatos atraiu parceiros e criou uma maioria parlamentar de 28 deputados. O povo fiscalizou as acções do governo de coligação e de maioria simples que pela primeira vez completou 4 anos de mandato.

Hoje, 25 de Setembro, o mesmo povo com mais experiência democrática acumulada, vai dar o seu veredicto na nona eleição legislativa da história democrática de São Tomé e Príncipe.

Abel Veiga

1 Comment

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  1. Toni

    25 de Setembro de 2022 at 11:06

    E o resultado de toda esta maturidade deu em miséria para o povo.

    Viva a independência e os políticos de Stp!!!

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