No Porto de S. Tomé, pronto para as operações de fiscalização da zona económica exclusiva do arquipélago e do Golfo da Guiné, está o navio da marinha portuguesa NRP Centauro acompanhado de uma outra embarcação rápida de fiscalização. Embarcações que vêm substituir o navio NRP Zaire que depois de cinco anos, regressou no último sábado à Portugal.
Durante a sua permanência no país, operado por uma guarnição mista, constituída por 23 militares portugueses e 14 santomenses, o NRP Zaire percorreu mais de 37 milhas. No mar, realizou 19 ações de busca e salvamento, as quais resultaram no salvamento de 18 vidas, realizou 44 ações, sendo 31 de fiscalização conjunta e 13 de segurança marítima, no âmbito da pirataria. Procedeu ainda, 8 vistorias a navios e participou em 15 exercícios internacionais.
A missão permitiu também capacitar com experiência e conhecimentos técnicos nas áreas de marinharia, limitação de avarias, abordagens a navios, manutenção de equipamentos e saúde a Guarda Costeira, permitindo aos militares santomenses poderem, no futuro, operar meios navais, garantindo a segurança à navegação em todo o seu território marítimo.
O Chefe de Estado-maior da Armada Portuguesa, o almirante Gouveia e Melo, considera que a missão do Zaire foi um sucesso. “O NRP Zaire foi um exemplo em matéria de cooperação bilateral entre os dois países lusófonos, contribuindo, sem dúvida, através do esforço conjunto, para a segurança marítima das águas santomenses, em particular, e um importante contributo para a segurança marítima do Golfo da Guiné” – destacou.
O governo santomense agradeceu o apoio da cooperação portuguesa dado, sobretudo, a um país arquipelágico situado numa região (Golfo da Guiné) exposta as ameaças à sua segurança marítima como “pesca ilegal não declarada e não regulamentada, a pirataria marítima, o roubo ou a obtenção ilegal de recursos marinhos, o tráfico de pessoas de bens, a criminalidade organizada, a poluição e outras ameaças ambientais e, em última instância, o terrorismo” sublinhou o ministro da Defesa e Administração Interna, Jorge Amado.
José Bouças