A página do Centro de História da Universidade de Lisboa, é um repositório de documentos relacionados com o período entre o 25 de Abril e a Independência em S. Tomé e Príncipe. Reúne documentação dactilografada, fotografias, jornais, testemunhos, etc.
Esta página começou a ser construída com materiais recolhidos e generosamente cedidos para digitalização e publicação pelo Eng.º Daniel dos Santos Nunes. Acrescem alguns materiais durante décadas coletados ou cedidos a Augusto Nascimento.
Ao valorizar a história de São Tomé e Príncipe, o Centro de História da Universidade de Lisboa também agradece a colaboração de quem nos lê.
A fim de ampliarmos o acervo documental comum e de enriquecermos o conhecimento sobre a história do país, por favor, envie-nos o seu testemunho sobre o período ou entre em contacto connosco e partilhe material suscetível de digitalização e subsequente publicitação. Pode entrar em contacto connosco para: centro.his.edicoes@letras.ulisboa.pt.
A história dispensa omissões e silêncios.
Momentos
As fotografias aqui expostas captam momentos da história política de São Tomé e Príncipe, com destaque para as manifestações políticas de ilhéus, de alguma forma relacionadas com o 25 de Abril.
Algumas das fotos, de factos lembrados por muitos são-tomenses, são comuns e de muitos conhecidas. Outras foram-me cedidas há décadas. Há anos, quando quis resgatar a história das mesmas, a pessoa que mas ofertara já não tinha a ideia de quem as fizera, nem sequer de quem lhas dera (A. Nascimento).
É indubitável a sua valia documental, a que se soma o apelo implícito à sua leitura forçosamente multifacetada.
O leitor deve aceder ao site do Centro de História da Universidade de Lisboa para acompanhar os momentos e as vivências marcantes da revolução de 25 de Abril de 1974 em São Tomé e Príncipe. Clique : https://stp25abril.wordpress.com
santomé cu plinxipe
30 de Abril de 2024 at 6:51
As imagens falam por si, bandos de vândalos, e o tal Filinto costa alegre é um maquiavélico
jorge Trabulo Marques
30 de Abril de 2024 at 17:15
Essas fotos julgo que foram por registadas. Tenho essa convicção. E muitas mais. Quando parti de canoa para a tentativa de travessia oceânica, evocando a rota da escravatura, entre outros objetivos, decidi deixar as fotografias e os negativos em casa da minha companheira Margarida para não correr o risco de as perder. Tenho-me valido praticamente das que editei na revista angolana Semana Ilustrada e poucas mais. Pedi ao Sr. Jorge Coimbra, quando o encontrei em Lisboa, o favor de mas trazer para Portugal, e até hoje não o fez Foi lá levantá-las e não teve a dignidade de corresponder à confiança que nele depositei – Vim a saber que se aproveitou delas e que andou a oferecê-las a que lhe apeteceu.
Esta a descrição que fiz no meu blogue, em 2008, começando por me referir à carta que me foi enviada pela Margarida: “O Sr. Jorge veio cá buscar rolos de filmes todos. Dizendo que ia te mandar” – Este empresário português ficou-me com milhares de negativos. Comprometeu-se a ser portador da sua entrega – e até hoje, numa mais mos entregou.
CARTA ABERTA
Caro Sr. Jorge Moisés Teixeira Coimbra:
Quando me encontrei consigo, aqui em Portugal, pedi-lhe o favor de, ao voltar a São Tomé, se deslocar a casa de Margarida para ser portador do meu espólio fotográfico que havia deixado ao seu cuidado. E você foi lá, levou os milhares de negativos mas não mos entregou até hoje.
Recebi uma carta de Margarida, com a data de 6 de Junho de 1978, informando-me de que “senhor Jorge veio cá buscar rolos de filmes todos. Dizendo que ia te mandar” Sim, foi lá, teve esse gesto, mas entendeu apoderar-se, abusivamente, do que não lhe pertence. Mandei-lhe várias cartas mas nem sequer teve a gentileza de me responder.
Azar o meu quando nos encontrámos na baixa lisboeta e lhe pedi esse favor! – Quantas vezes já me não arrependi por não os ter levado comigo na canoa – Na véspera preparei tudo para os trazer, porém, receando perdê-los ou danificá-los na viagem com a água do mar, apenas ousei levar uns quatro ou cinco (de fotografias premidas em exposições); afinal, acabei por perdê-las de outra maneira – e, pelos vistos, de um modo bem traiçoeiro!
jorge Trabulo Marques
1 de Maio de 2024 at 3:13
Acabo de confirmar na reportagem que recordei no meu blogue , que a primeira imagem foi por mim editada na revista Semana Ilustrada – É, pois, da minha autoria, tal como as como as outras. Fui o único Jornalista a editar os primeiros acontecimentos pós 25 de Abril em S. Tomé
Os meus textos estão citados no livro de O NASCIONALISMO POLITICO SÃO-TOMENSE – De Carlos Espírito Santo, com esta observação: “Os factos que tiveram lugar em São Tomé e Príncipe nos primeiros dias após o golpe militar dos capitães de Abril foram revelados pelo correspondente da Revista Semana Ilustrada, Jorge Trabulo Marques, jornalista português radicado há bastante tempo neste arquipélago – (atrás referidos
Peço desculpa por algumas gralhas do texto anterior. Vou ter que me repetir e acrescentar mais alguns pormenores. . Esta questão, quando me ocorre, deixa-me muito perturbado. Sim, queria começar por dizer. Estas que estas fotos julgo que foram por mim registadas. Tenho essa convicção. E muitas mais. Por ter acompanhado, fotografado e divulgado as manifestações, vim a sofrer fortes represálias por alguns colonos. A bem dizer, estou vivo por milagre de Deus .
Fizeram-me a vida bem difícil, com agressões e provocações de vária ordem: tendo-me colocado uma forca pendurada à porta da minha residência, num modesto anexo da Casa Lima & Gama, depois de me a terem assaltado e até o colchão da cama, mo terem esfaqueado, o mesmo fazendo por duas vezes aos pneus do meu carro.
Mas as represálias, não iriam ficar por aqui – Quando os colonos das roças avançam sobre a cidade e invadem o Palácio do Governador, com provocações a Pires Veloso. manifestação essa que podia ter acabado numa tragédia: havia o desejo de pegar em armas e atacar os defensores da Independência Total. Estes depressa galvanizaram as populações e o movimento do pró era imparável. Só se matassem o povo inteiro. Houve quem estivesse quase a perder as estribeiras.
Ao saírem do recinto do palácio, ao verem-me, ali junto à esplanada do Palmar, correm ao meu encontro. Se me apanhassem, naquele momento, estou convencido que me tinham esmagado e linchado. – Mesmo assim ainda levei com uma pedra nas costas e na cabeça. E o que me valeu foi ter subido por umas escadas e me ter refugiado num telhado. À noite foi socorrido por um santomense, o Constantino Brgança, que me levou para sua casa, onde estive escondido quase duas semanas.
Em meados de Março de 1975, não tive outro remédio senão, ser forçado a escapar-me numa canoa para a Nigéria.
Fiz centenas de fotos Quando parti de canoa para a tentativa de travessia oceânica, evocando a rota da escravatura, entre outros objetivos, decidi deixar as fotografias e os negativos em casa da minha companheira Margarida para não correr o risco de as perder. Tenho-me valido praticamente das que editei na revista angolana Semana Ilustrada e poucas mais.
Pedi ao Sr. Jorge Coimbra, quando o encontrei em Lisboa, o favor de mas trazer para Portugal, e até hoje não o fez Foi lá levantá-las e não teve a dignidade de corresponder à confiança que nele depositei – Vim a saber que se aproveitou delas e que andou a oferecê-las a quem lhe apeteceu, sem referir o seu autor.
Esta a descrição que fiz no meu blogue, em 2008, começando por me referir à carta que me foi enviada pela Margarida: “O Sr. Jorge veio cá buscar rolos de filmes todos. Dizendo que ia te mandar” – Este empresário português ficou-me com milhares de negativos. Comprometeu-se a ser portador da sua entrega – e até hoje, numa mais mos entregou.
CARTA ABERTA
Caro Sr. Jorge Moisés Teixeira Coimbra:
Quando me encontrei consigo, aqui em Portugal, pedi-lhe o favor de, ao voltar a São Tomé, se deslocar a casa de Margarida para ser portador do meu espólio fotográfico que havia deixado ao seu cuidado. E você foi lá, levou os milhares de negativos mas não mos entregou até hoje.
Recebi uma carta de Margarida, com a data de 6 de Junho de 1978, informando-me de que “senhor Jorge veio cá buscar rolos de filmes todos. Dizendo que ia te mandar” Sim, foi lá, teve esse gesto, mas entendeu apoderar-se, abusivamente, do que não lhe pertence. Mandei-lhe várias cartas mas nem sequer teve a gentileza de me responder.
Azar o meu quando nos encontrámos na baixa lisboeta e lhe pedi esse favor! – Quantas vezes já me não arrependi por não os ter levado comigo na canoa – Na véspera preparei tudo para os trazer, porém, receando perdê-los ou danificá-los na viagem com a água do mar, apenas ousei levar uns quatro ou cinco (de fotografias premidas em exposições); afinal, acabei por perdê-las de outra maneira – e, pelos vistos, de um modo bem traiçoeiro
Renato Cardoso
1 de Maio de 2024 at 8:16
A sede de substituição dos brancos para assumir os seus confortos e propriedades e implantar o colonialismo preto nasceu nesta altura e continua até hoje!