A UNICEF felicitou São Tomé e Príncipe. O arquipélago é o país africano que regista a mais alta taxa de cobertura vacinal desde o ano 2004. Mais de 90% das crianças foram vacinadas.
A carta de felicitação da UNICEF foi entregue à ministra da saúde Ângela Costa no quintal de uma família numerosa da Vila de Micoló. Marie Reine Fabry, representante da UNICEF felicitou o governo e a população em geral pela participação massiva no programa alargado de vacinação.
A representante da UNICEF apresentou a família de Osvaldo Cunha, composta por 9 filhos, como um dos exemplos de sucesso da cobertura vacinal no país.
O cidadão Osvaldo Cunha, pedreiro de profissão, está a criar um quintal grande (Quinté Glandji). É assim que na tradição santomense se denomina uma família numerosa. 45 anos de idade, pai de 9 filhos. A mais velha tem 16 anos, e a mais nova 1 mês e 15 dias.
«Todos estão vacinados. Todos os meus filhos vêm seguindo o cuidado médico. Isto é bíblico, devemos submeter-nos a autoridade, e assim vacinar toda a família», referiu o chefe de família.
Também na educação a família numerosa está presente. Todos os filhos frequentam o ensino básico. «Todos estão a estudar. O que ganho é pouco, mas esforço-me para dar educação a todos eles», precisou.
No entanto, o combate à fome é um dos objectivos de desenvolvimento sustentável das Nações Unidas, que nos últimos tempos começa a ser difícil para as famílias santomenses. Osvaldo Cunha confirmou que a ameaça da fome é real no seio agregado familiar.
«Está duro. Praticamente a alimentação é à base de arroz fervido em água com sal, e com caldo de galinha. É isso que garante a sobrevivência da minha família», pontuou.
Alimentação deficiente ou a falta real de comida, cultiva a desnutrição, que por sua vez enfraquece as defesas do organismo e abre portas para doenças. Os objectivos de desenvolvimento sustentável da ONU estão encadeados. O não cumprimento de um deles compromete todo ciclo de desenvolvimento sustentável.
Débora a filha de 3 anos de idade nasceu doente. Sofre de Epilepsia. Sempre no colo do pai, que pediu ajuda do governo.
«É uma situação que me tem deixado amargurado. Já fiz de tudo, mas não encontrei uma solução para o tratamento desta criança», declarou Osvaldo Cunha.
A representante da UNICEF inteirou-se da situação da menina. Conversou com os pais, e deu um afago na criança. A ministra da Saúde Ângela Costa fez o mesmo.
«Já falámos com o delegado de saúde do distrito de Lobata para fazer o seguimento do caso», garantiu a ministra da saúde.
Débora, a filha da família numerosa de Micoló aguarda por assistência médica especializada.
Uma família vulnerável que vive a extrema pobreza, mas que não foi incluída no programa família. Segundo Osvaldo Cunha o governo não seleccionou a sua família, para beneficiar do apoio financeiro que o Banco Mundial concede às famílias mais vulneráveis de São Tomé e Príncipe.
Abel Veiga