A constatação foi feita pelo Presidente da Faculdade de Ciências e Tecnologias da Universidade de São Tomé e Príncipe.
A luz da celebração dos 72 anos do massacre de 1953, e da palestra Chá Intergeracional, que expôs o desconhecimento dos alunos do décimo segundo ano e das universidades sobre a história e cultura do país, Jogui Nascimento, também pôs o dedo na ferida.
«Quando falamos de história e identidade do povo, realmente estamos numa crise profunda. E o próprio desenvolvimento depende disso, nós sabermos de onde viemos, qual era o nosso objectivo, e onde queremos chegar», afirmou o Presidente da Faculdade de Ciências e Tecnologias da Universidade de São Tomé.
O responsável universitário deu razão à professora Natália Umbelina que denunciou o desconhecimento pelos alunos das universidades sobre a história mais recente do país, o massacre de 1953.
«Realmente quando a professora diz que mesmo na universidade os alunos não sabem, é verdade, porque realmente não têm conhecimento da história», frisou.
Jogui Nascimento recordou o tempo que passou na escola primária, ainda na primeira República(1975-1991). O espírito patriótico era cultivado em cada criança. «Recordo que quando eu ainda estava na escola primária havia livros que relatavam a história do 3 de fevereiro e hoje não temos mais isso».
A segunda república (a partir de 1991) de democracia liberal considerou tais ensinamentos patrióticos transmitidos desde a pré-escolar, como sendo anti-democráticos. A segunda república avançou com a reforma do sistema de ensino. «Fizemos várias reformas educativas e não tivemos em conta a nossa própria história», reclamou o presidente da faculdade de ciências e tecnologias da Universidade de São Tomé.
Segundo Jogui Nascimento, o país precisa formar historiadores. Os factos históricos são abundantes, mas residem na oralidade. «É preciso que a história seja redigida em papel para que passemos às futuras gerações. Realmente é preciso fazer isso com urgência», reforçou.
O futuro da nação santomense está ameaçado. «É verdade que a juventude actual já não sabe quem ela é. Isso faz com que um jovem que assume os destinos do país acaba por não saber para onde vai, não tem ligação com a Nação», concluiu.
Perigo iminente para a Nação santomense.
Abel Veiga
