Sociedade

Governo prepara combate contra o CAOS

O negócio de extracção e de venda de areia em terra, já destruiu grande parte dos arredores do aeroporto internacional de São Tomé, e de outras localidades costeiras da ilha de São Tomé.

O bairro Saton vizinho do aeroporto de São Tomé e encravado entre as comunidades das Praias Lagarto e Nazaré, está em vias de desaparecimento. O garimpo de areia criou crateras de grande profundidade. Edifícios estão a ruir, vias de acesso estão cortadas. Tudo por causa do avanço do garimpo de areia. «A areia em terra é extraída de forma anárquica e violenta, pondo em risco edifícios, estradas, e cidadãos. Buracos de de acumulação de água ameaçam a saúde pública», denunciou o Ministro das infraestruturas e recursos naturais, Osvaldo Abreu.

O Ministro que se reuniu com os responsáveis da direcção dos recursos naturais, constatou que os serviços competentes do Estado deixaram de ter poder para conter a FORÇA do caos que se enraizou na zona de Saton e outras localidades costeiras da ilha de São Tomé.

A autoridade do Estado deixou de existir. «Temos depositado na Assembleia Nacional a Lei de Inertes que ainda não foi aprovada. Vamos junto a Assembleia Nacional, trabalhar para que esta lei seja aprovada o mais rapidamente possível, e publicada e assim o governo ter o instrumento legal para agir», afirmou o ministro.

Mesmo antes da lei de inertes ser aprovada pela Assembleia Nacional, o Ministro Osvaldo Abreu, prometeu agir, porque o CAOS instalado no país pelo negócio de extracção e venda de areia na terra, ameaça a sobrevivência do próprio Estado. «O exemplo de Saton não é para continuar. A autoridade do Estado deve – se fazer sentir. Vamos intervir», frisou.

Uma intervenção que segundo o Ministro visa proteger o futuro. «Entendemos que existem necessidades que fazem com que algumas pessoas ajam de forma menos boa. Mas, não podemos por em risco a sustentabilidade de todos os são-tomenses, brigando com a natureza e o meio ambiente, brigando com os inertes, com tudo que pertence a todos», acrescentou, Osvaldo Abreu.

Por outro lado, o Ministro chamou a atenção do país, para outros fenómenos que comprovam o crescimento do Reino do CAOS em São Tomé e Príncipe. Terrenos privados e espaços públicos são invadidos para construção civil. «Construção anárquica fazendo valer a força física e económica. Deixo este aviso, o Estado vai agir para por cobro a isto. Usurpação de terrenos, bloqueios de vias de acesso, uma série de situações anómalas que vamos por cobro…», concluiu o Ministro das infra-estruturas e recursos naturais.

Note-se que o anterior governo, o XVI, também anunciou em 2017 combate cerrado contra a extracção ilegal de areia nas terras das comunidades de Praia Lagarto e Praia Nazaré nos arredores do aeroporto internacional. O anterior governo chegou mesmo a avançar com uma intervenção militar, para por fim ao crescente garimpo de areia naquela região.

A verdade é que antes do final de 2018, para além das comunidades das Praias Lagarto e Nazaré, a área de garimpo de areia, estendeu-se para o bairro Saton, e está em franca expansão seguindo em direcção ao distrito de Lobata.

Os garimpeiros de areia, alegadamente estimulados por gentes com poder financeiro no país, venceram o braço de ferro com o anterior governo. A autoridade do Estado caiu diante do Garimpo. Agora é a vez do XVII governo constitucional, provar se pode ou não, resgatar a autoridade de Estado perdida.

Abel Veiga

 

16 Comments

16 Comments

  1. Renato Cardodo

    14 de Março de 2019 at 10:19

    Este crime ambiental que não esgota—se no roubo de areia tem ganhado proporções francamente insustentáveis.
    Associada a este vandalismo são as pedras e as árvores e tudo que representa dinheiro rápido e a justificativa de falta de emprego.
    Fala—se de publicação da Lei ou medidas musculadas para inverter estes autênticos atentados ao meio ambiente mas infelizmente não resulta.
    As causas quando não estiverem identificadas os efeitos continuarão até as consequências atingirem níveis gravosos para a sustentabilidade ecológica do Arquipélago não vislumbra—se soluções adequadas.
    A incapacidade dos Governos e ausência de políticas sustentáveis está conduzindo a este descalabro sem fim à vista.
    Tudo o resto não passa de conversa para boi dormir…e é triste e lamentável este desnorte total..

  2. Amar o o que é nosso

    14 de Março de 2019 at 11:32

    Francamente não sei como São Tomé pode ser um grande destino. Gabam se de terra muito linda. Mas isso era muito antes. Onde estão as praias? As a que sobraram estão nos Angolares… E outras coisas como lixo, má educação etc

  3. Rapaz de reboque

    14 de Março de 2019 at 12:53

    O governo que tenha mãos duras com estes garimpeiros a muita forma de ganhar dinheiro nesta terra, porque nao se dedicam a plantação de café, e do cacau? Distruir o ambiente é mais facil, também fazer uma limpeza nestes taxis que estao a cair aos bocados que andam ai super lotados, limpar esses motoqueiros que sao um perigo nas estradas, acabar definitivamente com vendedores ambulantes nas ruas,ter uma policia eficaz , combater a fuga aos impostos, punir os previdicadores, uma justiça eficaz, melhores professores, por ca até nos comentários do telanon aparecem comentadores que sabem escrever mas no Facebook escrevem como falam é uma vergonha, acredito no actual governo

    • Maria Silva

      14 de Março de 2019 at 15:16

      Plantar cacau, café, bananeiras e outros, leva muito tempo para dar frutos e ganhar dinheiro… o negócio é dinheiro rápido ( cortar árvores, ser motoqueiros, roubar areias ) !!
      Vergonha deste povo e deste país sem futuro !

    • Rapaz de reboque

      14 de Março de 2019 at 19:56

      Grande verdade , a maioria nunca quizeram trabalhar

  4. Fernado Ferreira Martins

    14 de Março de 2019 at 15:06

    Acho bem que o Governo tome medidas
    Basta caminhar de madrugada entre as 4:30 horas e 5:30 horas da madrugada para veres como é que sacos de areia saem da praia de San Pedro para São João da Vargem. Igualmente na rota Hotel pestana -Caminho de Pantufo.

    É incrível que por estas horas não se vê nenhum polia ou militar. Se forem a paisana, seguramente que apanharão os malfeitores. São sempre os mesmos.

  5. Jorge Carvalho

    14 de Março de 2019 at 15:18

    Triste, mais muito triste quando ouvimos e vemos coisas no nosso quotidiano sobre a destruição dos nossos ecossistemas, e quando todos sabemos que muitos já enriqueceram com a extração abusiva e descontrolada de areia e basalto, em detrimento da extrema pobreza em que o País encontra-se mergulhado. Na praia Lagarto há algumas semanas a quando do cumprimento de uma missão ao estrangeiro por Sua Excelência Senhor Ministro das Obras Públicas, quantos camiões de uma empresa nacional saíram desta zona carregados de areia durante vários dias? Será que os serviços competentes que deveriam controlar esta extração não sabiam? Pergunto o porquê desta extração na ausência do senhor Ministro? Será que tinham alguma autorização para o efeito?
    Nos arredores de Oque Del Rei e Agua Marçal o que está a acontecer com a extração do basalto? Casas dos habitantes destruídas, arrombamentos na calada da noite perturbando o descanso dos populares, ruídos de máquinas pesadas que escavam e carregam durante todo dia, incluindo aos sábados Domingos e dias Santos!
    Quantas reclamações da comunidade já foram feitas? Ninguém para os ouvir?
    A empresa que extraí o basalto iniciou a já algum tempo um murro de vedação em que eles próprios denominaram de perímetro de segurança há mais de 6 meses e creio que, só conseguiram colocar uma média de 100 blocos. A obra está parada. Mais que situação! É assim que demonstram o amor que têm com a vida das crianças que por aí brincam? ou estão a espera que haja primeiramente um acidente para agirem?
    Enfim esperemos que esta decisão do governo venha a ser pra valer, porque a situação é mesmo muito triste e preocupante.
    Acho que ninguém ainda calculou o quanto poderá custar para o País com a recuperação destes buracos causados muitas das vezes por estas empresas, a revelia das orientações técnicas.

    • Arminda ROlim de Bom Jesus

      15 de Março de 2019 at 8:25

      Tem que aparecer pessoas com coragem como este elemento do povo para denunciar coisas dessas esperemos que com XVII Governo as coisas funcionem e que tomem medida nao só para pessoal menos mais sim para todos, neguem esta acima da Lei e basta o abuso para com o bem do povo… e o Murro do SKADO nao acabe.. quantos milhões de EUROS forma ai delapidados…

  6. Vanplega

    14 de Março de 2019 at 15:58

    ADI, ADI

    O povo deu-vos maioria para criar anarquia

    República das bananas

  7. TonyexMk

    14 de Março de 2019 at 16:09

    E depois andam a proclamar e com planos de desenvolvimento do turismo, isto acontece logo a sair do aeroporto, espaço com praias fantásticas, desculpem no passado.

    Quem está a ganhar com isto são os empresários habituais que promovem a extração de areia para obras. Ter atenção que esta areia não é boa para obra.

    Ilha da Madeira em Portugal, que vive de turismo, com muita construção, usa areia da pedra, já que viajam os directores viajam muito em formação, por favor apliquem o que apreenderam. A Madeira tem 260 mil habitantes, pouco que Stp, e quem já lá foi diga a diferença. Quem dera ser região autónoma.

    Mais vergonha, Stp não tem condições de ser País

    • Ralph

      15 de Março de 2019 at 1:14

      Acho a história apresentada neste artigo muito triste e o senhor faz um comentário semelhante aos feitos por outro leitor, MIGBAI, dizendo que STP não deveria até ser país devido à sua incapacidade de se sustentar sem ajuda financeira externa. Em muitos aspetos, é difícil discordar e, se fosse possível regredir no tempo, sabendo então o que sabemos hoje, talvez Portugal não fosse ter atribuido a independência.

      Vejo a mesma coisa em relação à Papua Nova Guiné (PNG), que se tornou indpendente do meu país de Austrália, em 1975. 43 anos mais tarde, a PNG está mais ou menos na mesma situação como STP, dependente de ajuda financeira oriunda de não só da Austrália, o seu ex-colonizador, mas também vários outros países, incluindo a Nova Zelándia, a China e mais. Na minha opinião, a Austrália nunca deve ter concedido independência à PNG em 1975 porque a PNG não estava preparada então e ainda agora não está em condições para ser verdadeiramente independente. Porém, é difícil negar um povo que reivindica veementemente a sua independência de um colonizador.

      O problema, então, é que seria muito difícil, se não impossível, um país como STP (mas também a PNG e vários outros) tornar-se mais uma vez parte integral de outra nação, mesmo que isso seja a coisa certa para fazer. Qual país aceitaria isso? As respostas são no passado porque o ovo já está mexido e não pode ser desfeito facilmente. Só se tem de olhar ao britânicos, não conseguindo retirar-se da União Europeia, para ver o que quero dizer.

      O problema, então, é que seria muito difícil, se não impossível, um país como STP (mas também a PNG e vários outros) tornar-se mais uma vez parte integral de outra nação, mesmo que isso seja a coisa certa para fazer. As respostas são no passado.

  8. Alligator

    14 de Março de 2019 at 16:27

    Que ha falta de emprego,que conduz a miseria e a frustração da população, principalmente a camada mais jovem e pura verdade nua e crua, mas não podemos ter esta situação caotica, como justificativa para este crime ambiental desmedido que se tem ecoado no nosso STP que e a extracção de areia e outros inertes.Portanto, apesar dos pesares, ha que se tomar medidas severas para por cobro a esta situação que em nada abona o nosso meio ambiente.

  9. WXYZ

    15 de Março de 2019 at 7:53

    Voces, os citadinos santomenses. Não precisam ir pra mto longe não. Façam uma ronda pr ali por de trás do paraíso dos grelhados até capela de San Pedro verão ali que todo esse pavimento de passeio já está se declinando ao ponto de se desabar a qualquer momento devido tirada abusiva de areia o que está fazendo com que a àgua já esteja penetrando sob pavimento. Existem apenas 3 ou 4 individuos dali de San João que andam ali fazendo esse dano todo.

  10. Lucio ramos

    15 de Março de 2019 at 16:43

    Existe um tal BAGDA que anda a apanhar areia de madrugada na praia são pedro, em coluio com os guardas da escola de são João. mão dura neles

  11. Rapaz de reboque

    21 de Março de 2019 at 19:55

    Aquele senhor oficial que aparece na foto rsta bem tratadinho, cuidado com o colesterol, esse tratasse bem, não faz guerra por causa do arroz

  12. Vedé

    10 de Abril de 2019 at 10:13

    No meu entender os extraidores de areia ilegal cujo nomes são identificados deviam ser chamados e lhes oferecido um emprego. Porque muitas vezes estão a praticar essa ilegalidade devido a miséria que os mesmos enfrentam. Se as pessoas que estão empregadas mesmo com o magro salário passam imensas dificuldades de sobrevivência quanto mais os desempregados.
    Para estancar duma vez por todas essa prática cabe a guarda costeira de destacar tropas 24h sobre 24 horas nas praias.

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