Tudo aconteceu no passado dia 24 de Novembro. A Dinamarca respondeu ao apelo lançado no passado mês de Março pela empresa “Maersk”, no sentido de se criar uma coligação internacional para combater a pirataria marítima no golfo da Guiné.
O apelo da empresa dinamarquesa, Maersk, por sinal uma das maiores do mundo no ramo de transportes marítimos foi também reforçado pela Associação Mundial de Transportes Marítimos.
No ano 2020, 51 navios comerciais foram atacados no Golfo da Guiné, e 142 marinheiros foram feitos reféns pelos piratas.
As instituições internacionais que fiscalizam o tráfego marítimo indicam que os piratas que operam no Golfo da Guiné evoluíram muito na escolha dos alvos. A baixa do preço do petróleo no mercado internacional, fez com que os piratas tirassem os navios petroleiros da lista de alvo prioritário. Aumentaram os ataques contra os navios porta contentores.
Face a situação no golfo da Guiné, o governo da Dinamarca respondeu ao apelo da empresa Maersk, e enviou o seu navio de guerra Esbern Snare, trata-se de uma fragata, para patrulha no golfo da Guiné.
A imprensa internacional dá conta que o navio que chegou recentemente ao Golfo da Guiné entrou imediatamente em acção de combate no dia 24 de Novembro.
Segundo explicações dadas pelo Estado Maior da Armada da Dinamarca, a fragata Esbern Snare, foi informada sobre movimentação suspeita de uma embarcação na costa meridional da Nigéria, ou seja, nas águas do golfo da Guiné, ao sul da Nigéria. O barco suspeito navegava com 8 pessoas a bordo.
O comando da fragata Dinamarquesa enviou de imediato um helicóptero Sea Hawk, em missão de reconhecimento sobre as águas do golfo. O Estado Maior da Armada Dinamarquesa, explica que o reconhecimento feito pelo helicóptero confirmou as suspeitas.
O relato da armada dinamarquesa adianta que mais tarde, a fragata Esbern Snare(na foto) aproximou-se do barco suspeito. Forças especiais dinamarquesas (fuzileiros navais) embarcaram nos botes de borracha vocacionados para assalto anfíbio e foram ao encontro do barco suspeito para efeitos de fiscalização.
Segundo o estado-maior da Dinamarca, os piratas abriram fogo contra as suas forças navais. A resposta das forças navais dinamarquesas, foi dissuasiva.
«Les militaires danois ont alors réagi en état de légitime défense et ont riposté. 4 tués, 1 blessé et 3 prisonniers du côté des pirates…»
«Os militares dinamarqueses reagiram em legítima defesa e ripostaram. 4 mortes, 1 ferido, e 3 prisioneiros do lado dos piratas» refere o comunicado do Estado Maior da armada dinamarquesa..
« Après la fusillade, le bateau pirate a coulé. Les huit pirates ont été emmenés à bord de la frégate Esbern Snare, où l’un des blessés a été soigné ».
«Após o tiroteio o barco pirata afundou-se. Os 8 piratas foram conduzidos para a fragata, onde um dos feridos recebeu tratamento hospitalar», reforçou o comunicado do Estado Maior da armada dinamarquesa.
Golfo da Guiné é considerado como região de interesse estratégico para a União Europeia. Mais de 12% do petróleo consumido na União Europeia, é comprado na região do Golfo da Guiné, e é transportado por via marítima.
A União Europeia já definiu um projecto de patrulhamento da rota marítima do Golfo da Guiné designado presença marítima coordenada.
No entanto, a Rússia também manifesta interesse em combater a pirataria no golfo da Guiné. Segundo a imprensa europeia, desde início de Outubro passado, que a Rússia colocou uma pequena flotilha da sua marinha de Guerra em operações no Golfo da Guiné.
Composta pelo destroyer vice-Admiral Koulakov acompanhado por um navio de reabastecimento, e um rebocador, a flotilha russa evitou um ataque contra o navio cargueiro MSC Lucia. Segundo o governo russo o ataque pirata poderia acontecer no dia 27 de Outubro último, quando o navio MSL Lucia navegava do Togo em direcção aos Camarões.
Potências internacionais envolvidas na luta contra a pirataria marítima no Golfo da Guiné. Note-se que no ano 2020, São Tomé e Príncipe, que se situa no centro do Golfo da Guiné registou vários ataques de piratas contra embarcações comerciais, que circulavam na sua zona económica exclusiva, ou seja, no seu território marítimo.
Abel Veiga