Sociedade

O Carvão 100% ecológico é produzido com casca de coco

Artigo de Edlena Barros / PNUD – São Tomé e Príncipe

Depois de terminar a sua licenciatura em Agronomia, Elísio Nunes começou a pensar como poderia aplicar os conhecimentos em algo que fosse útil ao país. Foram várias ideias e entre elas estava produzir uma carvão ecológico tendo como matéria-prima a casca de coco.

Em 2016 quando a ideia começa a ser passada para o papel ele não dispunha de meios, mas isso não o impediu de usar suas economias para começar. No quintal da sua casa começou a construir o local que é hoje o seu centro de produção.

Em 2020 Elísio soube, através de um amigo, que tinha sido lançado um projecto que buscava ideias inovadoras dos jovens empreendedores. Era o projecto Empreende Jovem, financiado pelo PNUD e implementado pelo Ministério da Juventude Desporto e Empreendedorismo. Concorreu. A sua ideia de produção de carvão biológico estava cada vez mais real. Na hora de selecionar os projectos vencedores o ECOBLASA não só ficou entre os 27 vencedores, como também ganhou o prémio Inovação.

“O empreende jovem foi um catalisador para eu seguir em frente com este sonho. Antes do financiamento eu já investia com o meu próprio capital na construção da fábrica.”

O sonho sempre foi entregar um produto com acabamento premium e como não tinha todo o capital procurou investidores, e encontrou na família o apoio que precisava. “Falei com meu cunhado e ele investiu para que pudesse entregar o carvão nesta embalagem que muito se equipara ao que é feito no mercado internacional”.

O dinheiro do prémio e todas as suas economias foram investidos na compra e envio para São Tomé da maquinaria que precisava para começar.

“Precisei fazer adaptações no local onde produzia para receber as máquinas e criar novos espaços, como o secador que tenho aqui para completar o que não pude comprar”.

Embora o Empreende Jovem tenha oficialmente terminado, o projecto permitiu a criação de uma rede de incubadoras que tem apoiado Elísio e todos os outros empreendedores finalistas e tantos outros que estão a dar os primeiros passos no empreendedorismo.

Nadia Catraio, foi mentora do Elísio desde a fase inicial e hoje vê com orgulho o carvão chegar a casa de tantos santomenses. Ela diz que Elísio desde o início revelou-se diferente dos outros jovens tanto pela dedicação ao projecto quanto a seriedade. Trabalhou muito, buscou investimentos adicionais, buscou aconselhamento e mentoria sempre que queria tomar alguma decisão importante e acima de tudo acreditou no seu projecto” disse Nadia Catraio.

Ela acredita que se ele conseguir se mantiver focado “ele fará grandes coisas, maiores ainda que o ECOBLASA. Ele tem feito bom uso dos recursos que a REINA oferece, e deve continuar a fazê-lo.

ECOBLASA é uma marca que se orgulha em ser produtora e vendedora de um carvão 100% ecológico produzido a base de casca de coco e lixo orgânico e que “visa proteger o meio ambiente combatendo a desflorestação.”

“Quando eu falava as pessoas sobre produzir um carvão feito de casca de coco as pessoas duvidavam e não acreditavam de primeira. Quando comecei a testar as duvidas também começaram a diminuir e começaram a perceber o quão inovador era o ECOBLASA e como ele tinha o potencial transformador para o país por contribuir também para a redução do abate de árvores para a produção de carvão.

Sete meses após ter começado a produzir para venda, Elísio já está satisfeito com tudo o que conquistou até agora. O carvão já pode ser adquirido em sacos de 5 kg em grandes centros de venda em São Tomé e muito brevemente na Região Autónoma do Príncipe.

“Eu posso dizer que o ECOBLASA é motivo de orgulho para muitos santomenses. Muitas pessoas quando conhecem o nosso produto não acreditam que tenha sido produzido aqui e por um nacional. As pessoas estão a descobrir e a testar o produto e o feedback tem  sido muito positivo. Estamos a trabalhar para criar produtos qualidade ECOBLASA a preços diferenciados para que todos possam usar o nosso carvão ecológico. Assim o meio ambiente irá agradecer no futuro”, disse ele.

PNUD – SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE

4 Comments

4 Comments

  1. Helmer dias

    11 de Agosto de 2022 at 19:59

    Meus sincero parabéns e encorajamentos. Assim que um cidadao jovem pode ajudar um país. E todos os saotomense deve enaltecer o trabalho do nosso conterraneo. A economia e o meu ambiente agradece. Mas um conselho produz com qualidade e Não para quantidade. O mercado quer qualidade. Por isso faz um equilibrio entre a producao para satisfazer o mercado mas com qualidade final do produto. FORÇA EM FRENTE.

  2. OLIVIO da Trindade

    12 de Agosto de 2022 at 12:36

    Muita força meu caro jovens a país agradece.

  3. Beleza

    17 de Agosto de 2022 at 8:55

    Forca meu caro compatriota, estas sao pessoas que esta bela ilha precisa, enovar cada ves mais. Parabéns.

  4. Alex Ivan Teixeira

    23 de Outubro de 2023 at 21:21

    Sou moçambicano e sou descendente de uma região rural onde há muitos coqueiros,me interessa interagir para aprender a técnica que usa para o fabrico do carvão, sendo que a casca do côco é muitas vezes desperdiçada

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