O parque natural-obô e as roças vão compor a primeira lista indicativa do património cultural e natural do país junto a UNESCO.
Após 4 dias de trabalho intenso, os peritos da UNESCO e os quadros são-tomenses ligados aos bens patrimoniais, classificaram as roças como património cultural pela confluência dos valores históricos, económicos e arquitectónicos, que identificam as roças.
O parque natural Obô de São Tomé e a Reserva da Biosfera do Príncipe, foram definidos como património natural a ser submetido a UNESCO, por conservarem e darem vida a uma rica e singular biodiversidade mundial.
Roça Sundy na ilha do Príncipe onde foi comprovada a teoria da relactividade, e a Roça Água Izé na ilha de São Tomé foram as primeiras que receberam a cultura do cacau no século XIX. As duas foram seleccionadas, assim como a Roça Monte Café em São Tomé, que foi o epicentro da cultura do café (Introduzida no século XVIII).
Três roças com história, que durante décadas receberam mão de obra escrava, e mais tarde serviçal oriunda de vários pontos de África, para viver nas sanzalas, para trabalhar nas plantações de cacau e café, e produzir riqueza, para os patrões oriundos da Europa.
Três roças, erguidas por uma arquitectura colonial singular, onde o terreiro assistiu bailarinas e bailarinos a dançar “Puita”, “Tafua”, e outras manifestações culturais que passaram a ser são-tomenses, no entanto conservando sempre o forte vínculo originário do interior do continente africano.
Cultura diversificada gerada nas roças, foi seleccionada para integrar a primeira lista indicativa de Património cultural de São Tomé e Príncipe na UNESCO.
O parque natural Obô de São Tomé e a Reserva da Biosfera da ilha do Príncipe, conservam biodiversidade única do arquipélago e do mundo. Albino Jopela, perito da UNESCO, e responsável pelo Fundo para o Património Mundial Africano, explicou que o parque natural foi seleccionado como Património Natural a ser submetido a UNESCO.
A Equipa da UNESCO e os 25 técnicos nacionais ligados ao património natural e cultural, prometeram continuar a trabalhar, no sentido da notificação de outros bens patrimoniais do país, nomeadamente o centro histórico da cidade de São Tomé, que é um dos mais antigos do espaço lusófono em África, e também a Praça da cidade de Santo António na ilha do Príncipe.
Segundo Albino Jopela, outras roças de São Tomé e Príncipe nomeadamente a Roça Agostinho Neto, antiga Rio do Ouro, deverão ser submetidas no futuro a lista indicativa de património da UNESCO. Isso depende do trabalho contínuo de investigação que deverá ser feito pelos técnicos nacionais.
Guilherme Carvalho, Director da Cultura, recordou que São Tomé e Príncipe faz parte de um número restrito de países africanos que não está inscrito na lista indicativa de patrimónios culturais e naturais da UNESCO.
A submissão dos sítios agora identificados à UNESCO, vai segundo o director da cultura, abrir linhas de financiamento para a restauração dos patrimónios em fase de degradação.
Para já e pela primeira vez São Tomé e Príncipe vai submeter a UNESCO três roças e o parque natural obô como patrimónios natural e cultural da humanidade.
Abel Veiga
Toni
1 de Novembro de 2022 at 20:02
Roças, quais roças!!!!
Brincadeira, já nada existe ou está de pé, tirando Príncipe, que HBD recuperou! Em São Tomé nada, é tudo do estado, resultado caiu tudo!!!
Enfim foi tudo para as mãos dos camaradas e deu nisto!!