Sociedade

Ameaças de morte aos advogados preocupa Alto Comissariado da ONU para os direitos humanos

Nouhoum Sangare, enviado do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, reuniu-se na segunda-feira com a ordem dos Advogados.

Durante a reunião o enviado da ONU, foi informado que um advogado que está a assistir um dos suspeitos do incidente de 25 de novembro, está a ser intimidado com ameaças de morte.

«O bastonário da ordem dos advogados deu-nos a conhecer o conteúdo de uma carta de um advogado que está a assistir algumas pessoas, e em que o advogado recebeu intimidações e ameaças, o que constitui preocupação em relação ao procedimento em curso», referiu Nouhoum Sangare.

Vilfrigo Moniz, bastonário da Ordem dos Advogados, informou ao enviado do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, sobre outras questões que põem em causa os direitos humanos.

Segundo o bastonário, os advogados estão limitados em termos de contactos com os seus constituintes. O acesso ao grupo de mais de uma dezena de militares do exército que foram detidos e constituídos arguidos no âmbito dos incidentes de 25 de novembro, está limitado.

«Nós os advogados temos dificuldade de acesso aos constituintes. Não podemos aceitar num Estado de direito democrático que quando estamos a conversar com os nossos constituintes, estejam presentes outras individualidades. Tem de ser uma conversa confidencial com o constituinte», reclamou o bastonário da ordem dos advogados.

O Téla Nón apurou que os soldados acusados de envolvimento no incidente de 25 de novembro, aguardam preventivamente pelo julgamento na cadeia das forças armadas, localizada nas instalações do Centro de Instrução Militar.

Nouhoum Sangare, encontrou-se também com as organizações da sociedade civil, que exigiu a realização de um inquérito independente e transparente sobre os acontecimentos de 25 de novembro, que causou tortura e morte de 4 cidadãos são-tomenses.

O Presidente do Supremo Tribunal de Justiça, o Procurador-Geral da República, a Ministra da Justiça e dos Direitos Humanos, e o Chefe de Estado maior das Forças Armadas, são outras individualidades que se reuniram com o enviado do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos.

Abel Veiga  

3 Comments

3 Comments

  1. Regresso das Notas de 200 dbs

    14 de Dezembro de 2022 at 10:09

    Deus queira que este país não tenha mesmo petróleo.

    A verdade é que houve mesmo uma tentativa de golpe de estado, só falhou graças aos telemóveis.
    Senão só haveria mortos devido a carga explosiva, quedas da viatura e muitos e muitos mandantes do golpe que seriam todos encarcerados e silenciados para sempre.

    Com esta brincadeira o número de cidadãos santomenses com interesse em investir ou regressar para o país caiu a pique, turistas já vêm os santomenses como selvagens.

    Que deus nos ajude a limpar esta imagem que nunca foi nossa

  2. Santo

    15 de Dezembro de 2022 at 11:46

    E muito certo, sem petróleo veja só como é que uns estão a matar outros sem dó sem piedade. Matar para reinar? È complicado.

  3. Ralph

    16 de Dezembro de 2022 at 4:31

    Concordo plenamente com o teor deste artigo, em que todos têm o direito de representação legal, mesmo se a opinião pública atual esteja contra os arguidos em questão. Isto é o que se faz numa democracia baseada no estado de direito. Se os réus estiverem realmente culpados de um crime, tem-se de ter confiança no sistema judicial de o acabar por provar.

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