Na tranquila savana de Praia das Conchas, representantes de várias instituições e membros da comunidade local participam numa formação de quatro dias dedicada aos ecossistemas de mangais.
Além da legislação específica sobre a flora e a fauna destes habitats, os participantes estão a debater os impactos das alterações climáticas, bem como estratégias de monitorização e gestão sustentável.
A formação é promovida pela ONG portuguesa OIKOS, que há mais de oito anos trabalha na preservação dos mangais em São Tomé e Príncipe, através de um projeto criado para esse fim.
A organização pretende agora dar um passo decisivo: a criação de um comité de gestão dos mangais, envolvendo as comunidades locais na defesa ativa destes ecossistemas.
“O projeto poderá ser concluído este ano, mas, com um grupo já formado ou uma comissão de gestão estabelecida, será possível dar continuidade à preservação dos mangais em São Tomé e Príncipe”, afirmou Evaldo da Cruz, técnico do projeto Mangais da OIKOS.
Os mangais desempenham um papel fundamental na sustentabilidade dos ecossistemas, proporcionando uma ampla gama de serviços essenciais à biodiversidade e ao equilíbrio ambiental. A OIKOS busca integrar a preservação desses habitats ao desenvolvimento do ecoturismo, promovendo uma abordagem sustentável que valorize tanto a conservação da natureza quanto o envolvimento da comunidade.
“A preservação do ambiente favorecerá a atração de turistas, gerando, assim, mais receitas para o país e benefícios diretos para a comunidade.”
Nos próximos meses, a ONG vai promover formações para guias turísticos locais, reforçando o conhecimento sobre os mangais e incentivando práticas de turismo sustentável.
“São os moradores dessas localidades que recebem os turistas e sabendo abordá-los adequadamente, destacando a riqueza da comunidade, contribuirão para gerar mais valor para a região.”
O projeto conta com o apoio financeiro da cooperação portuguesa, através do Instituto Camões.
José Bouças

Peixe Fumado
11 de Junho de 2025 at 7:46
Mais formação, mais sensibilização, quer nas comunidades locais, quer nas escolas do pais, sobre questões de preservação, protecção ambiental, economia circular, educação/formação para a cidadania.