Aponto aqui uma análise muito superficial do desempenho de cada elemento que fez parte deste governo que agora termina as suas funções:
A Natália Umbelina, Óscar Sousa, Judite Tenjua três nomes sem identificação clara com os três partidos que sustentam o Governo.
Gabriel Costa. Com uma curta passagem como primeiro-ministro, antes tinha sido embaixador em Portugal e Ministro da justiça. Num momento de tensão politica com a queda do ADI, o seu nome granjeou consenso dentro da coligação. Tinha duas missões, promover consenso juntos dos partidos que sustentam o governo e, com os conhecimentos que tem da justiça, implementar melhorias que contribuiriam para garantir uma justiça mais justa aos cidadãos. Diagnosticou o estado da nação, criticou e apontou todas as falhas do XIV governo chefiado por Patrice Trovoada. Foi criticado pelo líder do maior partido que sustenta o governo, foi criticado, violentamente, pelo Presidente do supremo tribunal de Justiça, não conseguiu alterar nada na justiça. Fez várias viagens para atrair investimentos, com destaque para Angola. Não cumpriu a missão.
Natália Umbelina, entrou no Governo para cobrir a entrada de alguém da Região Autónoma de Príncipe e também por ter acumulado experiencia no exterior. Não consigo expor o cumprimento ou não da sua missão tendo em conta que foi um off side. Mas, esteve presente em vários eventos internacionais e assinou alguns acordos.
Óscar Sousa, cumpriu em parte o seu papel, na medida em que a posse do governo aconteceu num período conturbado e precisava-se de alguém que garantisse alguma ordem. Permitiu que os militares fossem prender o quadro técnico do Ministério dos Negócios Estrangeiros, depois de dias antes terem espancado um árbitro no estádio nacional diante das camaras da TVS. Mandou prender Elísio Teixeira, fez um despacho demitindo funcionários da direcção dos transportes, fazendo outro despacho readmitindo os mesmos. Foi muito criticado, não acatou a decisão da Assembleia no que diz respeito ao contrato com Instituto Rodoviário.
Edite Tenjua. A sua entrada para o governo visava ter alguém que não estivesse envolvido nos grandes escândalos ligados a justiça e com pouca familiaridade com os elementos do poder. Tentou avançar com a reforma da Justiça sem dar a conhecer aos magistrados de Tribunal. A reforma afundou-se e, com ele, todas as aspirações da jovem ministra.
Hélio Almeida. Sangue novo, professor universitário amigo de muitos jovens. Fez a sua parte, este sempre na linha de frente para atrair e assinar acordos que concorressem para capitalizar recursos para o pais cobrir as despesas. Sem comprometer esteve a altura das exigências, manteve uma boa relação com o seu partido político. Cumpriu a missão.
António Dias. O Ministro. Desde logo deu nas vistas, a sua intenção de mostrar trabalho era evidente. O ADI pediu a sua demissão do governo, sem sucesso. Cumpriu na íntegra todas as funções que lhe foram confiadas, até ultrapassou as expectativas. Prova disso, está no facto, de hoje ser o rosto do seu partido ao cargo do primeiro-ministro.
Jorge Bom Jesus. Era um repetente necessário, tinha conhecimento da casa e tinha deixado marcas no seu último desempenho. A tarefa não lhe foi fácil, a classe docente apresentou uma greve que comprometeu a sua vida. Muitos dizem que o desempenho que agora termina não foi tão brilhante como o anterior. Não cumpriu as expetativas, num ministério muito complicado de se gerir.
Osvaldo Abreu. Com provas dadas no ramo de petróleo, uma excelente passagem pela PG S. Jovem estruturado para conduzir os recursos naturais, pai da nova cidade. Foi derrubado, pelo seu próprio partido, sem dó nem piedade. Depois de ter sido acusado de ter criado uma empresa com os seus amigos para tirar vantagens políticas.
Demóstenes Pires Santos. Alterou a nomenclatura do seu ministério enfatizando a questão do turismo. Teve 3 directores de turismos em tão pouco tempo de governo. Não conseguiu tirar proveito real da distinção da CNN (São Tomé e Príncipe uns dos destinos turísticos de sonho). Esteve envolvido no caso de arroz que suscitou várias polémicas.
Leonel Pontes. Médico de grande reputação sem passado político. Não deu muito nas vistas, embora ser conhecedor da casa. Foi forçado a pedir a sua demissão, depois de se ver envolvido num caso de corrupção envolvendo seu próprio irmão. Não cumpriu a missão.
Albertino Francisco. Um quadro jovem, apelidado por muitos como inteligente, antes de assumir a pasta no governo. Prometeu 1000 casas sociais e formação de 3000 atletas. Houve um jornalista que considerou estas promessas como sonhar com o céu aberto. Pediu a sua demissão alegando problemas familiares. Desempenho muito baixo, tendo em conta que se tratava da pasta da juventude, não conseguiu granjear simpatias com os jovens.
Maria Tomé, Não acrescentou muito. A sua missão foi, mais de cobrir o lugar deixado, cumpriu sua missão sem proporcionar sinais positivos ou negativos claros.
Fernando Maquengo, nunca se percebeu, bem a articulação entre ele e o seu Secretário de Estado, parecendo este último mais ministro. Apareceu pouco, fez uma missão muito discreta, todavia não foi alvo de críticas do seu partido politico, nesta perspectiva cumpriu a missão.
Danílson Cotú, estreitou amizade com a juventude, entendeu-se com os clubes de futebol e outras modalidades desportivas e com o Comité Olímpico Nacional. Foi muito pouco tempo para mostrar serviço, cumpriu a missão.
Adelino Lucas, foi chamado para cobrir o vazio da comunicação social. Teve umas intervenções na comunicação social menos abonatória ao seu favor. Não impingiu medidas de fundo para melhorar um sector há muito reclamado pelos quadros que lá labutam. Teve pouco tempo. Não cumpriu a missão.
José Maria Fonseca. Entrou no Governo, tentou impingir nova dinâmica na corrente governativa. Teve muitas dificuldades nas primeiras entrevista a comunicação social. Promoveu formação em máquinas pesadas, fornecendo expectativas a muitos jovens.
Olívio Diogo
Original
9 de Outubro de 2014 at 10:41
Faltava o autoretrato.
camaleão
9 de Outubro de 2014 at 10:47
Lá vem Olivio Diogo de novo!
josé brito neto
9 de Outubro de 2014 at 11:08
Meu caro amigo sou irmão do Virgílio tens uma visão clara das coisas por isso és mesmo o sociólogo e gostei tanto, e estas de parabéns.
Txxema
9 de Outubro de 2014 at 11:36
Quando se pensa em falar ou escrever superficialmente, em publico, não há análises. Nesse sentido, as conclusões são apenas tópicos ou blá,blá,blá. Esta maneira de ser não de um intelectual honesto que quer aportar no conhecimiento.
A realidade
9 de Outubro de 2014 at 11:44
Foi um governo que foi de tombo em tombo foi afogando as poucas espectativas do povo Santomense. Anunciou arroz a 13 mil dobras e o povo o comprou e compra perto de 30 mil dobras, por vezes com cartão de militante. Apenas algo ficou claro perdeu o país e alguns tornaram-se mais ricos. Foi uma coligação forjada no calor do sufoco que aceitou chantagem política. Foram capazes de tirar do campo um dos ministros com melhor desempenho. Qualquer um se tivesse que escolher três dos melhores, seriam estes O Osvaldo Abreu, António Dias e o Hélio Almeida. Os piores, pondo de lado o dito chefe, os piores seriam o Albertino Francisco, o Jorge Bom Jesus, o Óscar Sousa, o Leonel Pontes e o Demóstenes Pires dos Santos.
A realidade
9 de Outubro de 2014 at 11:45
Um governo fraquinho, fraquinho, com um primeiro-ministro que de tão transparente que foi, nunca tornou público o valor da venda do petróleo, que estava nos navios apreendidos. Durante estes infernais meses apenas andou criticando o anterior e cada dia fazendo pior que o seu antecessor. Desencadearam a maior perseguição vista no país, até o direito a greve foi posto em causa, apreensão violando inclusive a constituição.
Mas, também, o que se poderia esperar de um governo inconstitucional, que este viola-se a constituição. Hoje muitos dos partidos ligados a este governo, dizem publicamente que o mesmo foi montado por uma pessoa. O dizer deste é sempre fora das camaras de filmar ou de microfones.
As coligações no nosso país sempre tiveram muitos ladrões e aldrabões para alimentar. Nunca fomos talhados politicamente para trabalho em equipa, todos querem assumir protagonismo quando existe logro apenas neste momento.
bintoudjalo
9 de Outubro de 2014 at 22:40
No comment! O Diogo já pediu ao P.T. um posto, se por acaso ADI ganhar!? Qual foi? Ministerio para as críticas da conduta de minisros?. Creio que é o único posto que corresponde ao seu perfil ! Continue a divertir-nos com os seus artigos que sao comicos…quando Termino a leitura dos seus comentários olho a sua imagem / foto, caio num extase de rir ( só de ver a sua carocha), parece q estão à fazer-me.cocegas…é como se eu visse o traseiro de um camião…continue Diogo, você é um BARATO !
Eusebio Neto
10 de Outubro de 2014 at 9:52
Parabéns pela intenção e atenção com desatenção que deixou transparecer. Valeu o esforço mas muito pouco ou nada foi apresentado. Por exemplo não compreendi porque razoes não classificou o desempenho do sr. ministro Oscar Sousa: cumpriu ou não cumpriu? No entanto quero aproveitar a ocasião para sublinhar a minha opinião dizendo que Gabriel Costa e o seu governo não cumpriram e, acredito, não podiam cumprir o desafio que lhes foi confiado por varias razoes:
-governo formado por gente proveniente de muitos grupos muito diferentes, com ideias de governação diferentes e certamente com interesses diferentes;
– governo formado por pessoas de diferentes extratos geracionais, experiencias governativas diferentes e maioritariamente baixas ou nenhuma e com projectos políticos e de vida diferentes;
– uma oposição que não assumiu como devia as suas responsabilidades;
– um líder da oposição totalmente ausente física, politica e intelectualmente;
– ausência de um programa de governação com directrizes claras sobre o que fazer, como fazer, quando fazer, com quem fazer, com que fazer e onde encontrar o que e preciso para fazer;
– as saídas prematuras do governo de alguns titulares que davam mostras de alguma competência técnica;
– a paixão politica-partidária que muitas vezes norteou a escolha dos titulares dos ministérios em detrimento da competência técnica e experiencia;
– as confusões e indefinições herdadas relativamente as relações internacionais, nomeadamente no âmbito bilateral (ex: Taipe ou Shangai? Luanda ou Trípoli? Libreville ou Malabo? Washington ou Dubai? Etc);
– Etc.
No entanto também devemos reconhecer o que de bom o governo fez e que sem duvidas contribuirão para o desenvolvimento do nosso pais. Neste contexto, venias devem ser feitas ao jovem ministro de agricultura pelo trabalho feito.
Parabéns senhor (Primeiro) Ministro Dias.
Para o futuro PM da RDSTP, fica o meu desafio para que tenha a coragem em enfrentar a sua família politica e meta no seu governo só e somente cidadãos santomenses que tenham competências demonstradas e consolidadas, venham eles do seu partido, de outros partidos ou da sociedade civil estejam eles no pais ou na diáspora.
Viva o Povo Santomense.
–
abeb
10 de Outubro de 2014 at 10:58
os resultados finais são bons, porque todos reclamam que tem havido muito pouca h20 e os banhos têm sido muito pobres.
ATENCIOSO NA DIASPORA
10 de Outubro de 2014 at 12:10
olha, gostei muito dessa reflexão…..meu caro olivio. gerir com condições ja não é fácil, gerir sem condições é muito mais difil…..sempre digo que o nosso pais é dependente 100% de ajuda internacional….agora, se a intenção dos nossos políticos fosse em prol do Pais e se houvesse um espirito de equipa, aquilo que se diz em ingles ´´moral support´´ ao governo, acredito que o pais encontrava já um rumo…..o problema de são tome, é a desorganização interna, ninguém quer por ordem de modo a facilitar o desvio dos bens publico.
verdadeiro
10 de Outubro de 2014 at 14:01
Diogo você é muito fiel aos seus pensamento. Continua….Mas cuido porque Pai Grande e os seus vão te fazer vida negra..Democracia só no papel…Força
rapaz de almas
10 de Outubro de 2014 at 16:58
Pelo que vejo e li foi implementado muito dinamismo mas pouca coisa foi feita tirando o ministério de agricultura podemos dizer que a nota para este governo foi negativa, porque não revolucionaram nada, não diminuíram com a taxa do desemprego, não melhoraram o sistema de saúde nem de educação, em dois anos de mandato só souberam assinar torna a vida do povo mais difícil aumentando o preço de produtos básicos alimentares e manter o sistema corrupto e anarquista…