NO REAL DO REAL
REFLEXÃO
Por, Eugénio Tiny
Não é pela primeira vez que trago para reflexão este tema, e agora, em jeito de quem porfia mata caça, convido porventura, (assim é o meu maior desejo) aqui ao meu conterrâneo e ao demais interessado, para uma abordagem reflexiva mais vasta sobre o assunto, ao ser uma vez mais, trazido à ordem do dia.
Acontece por um lado, que, enquanto reflexão, o tema relativo ao derrube de árvores, (Árvores de Frutas em particular), fora já abordado por mim no Jornal o PAÍS, a ERA DO PETRÓLEO; todavia, por considerar a questão ainda bastante atual, e, de certo modo dramático nalguns casos ao serem enumerados, é a razão essencial do presente artigo.
Também, por outro lado, não tenho a plena certeza se na ocasião,o artigo merecera alguma atenção do dirigente são-tomense, normalmente prenhe dos afazeres do dia-a-dia.
Em boa verdade, pese embora, a sequência da sucessão intempestiva do ato de governação em S. Tomé e Príncipe, ao viver aqui, não seria de certo modo justo, reconhecer e enaltecer por via de juízo do censo que, na medida do tempo de vida que coubera a cada sucessão governamental, de uma forma geral, houvera alguma preocupação com a questão relativa ao meio ambiente. Tenho perfeitamente presente que, numa dada ocasião, o governo importou da Guiné Bissau, toros de madeira, exatamente com o fito de controlar o abate de árvores no país; se não digo aqui expressamente o nome do Ministro (E. C.) e do ministério, (O. P e C) que tutelara o feito, é de modo apenas,ao me poupar da colagem subjetiva e absurda que normalmente se fazem, ao não se preocuparem racionalmente com a objetividade de cada questão e da real posição da sua fonte. No meu caso ao saberem, sou assumidamente apartidário.
Atualmente existem programas em curso, apoiados por financiamentos externos e internos, servidos por técnicos com algum gabarito na matéria, com vista à melhoria da situação.Porém, é «No Real do Real» que ainda me preocupa, sobretudo pelo que vejo no dia-a-dia, na minha própria aldeia, localidade, ou lucham como quiserem.
Quando em 1990 me estabeleci na zona de San N’ guembú, «Caminho Novo, Vila de Almas», havia muitas mangueiras, jaqueiras e muitas outras árvores de frutas. Daí provavelmente a origem do nome S. N´Guembú, pois os morcegos (N´guembús) se alimentam de frutas, e só árvores de frutas, as podem produzir. Na pequena savana da Região da Praia Melão, fronteiro nordeste do meu lucham, havia as «famosas chamadas mangas da Praia Melão», da mangueira exótica da região; fora quase tudo derrubado sem dó nem piedade, para lenha, carvão e madeira para construção.Ainda me lembro bem, que, pelas manhãs dos meses de outubro ao dezembro, se podiam ver ao longo das estradas Almas Cidade, via Bombom, Almas Cidade, via Pantufo, senhoras com cestos abarrotados de mangas ao serem levados para o mercado de S. Tomé.
Hoje, boa parte desapareceu e tende a se agravar ainda mais; pois a pessoa depois de destruir o seu quinhão, nem sequer, quer poupar o do outro (que não poderá estar sempre presente no seu terreno), agindo impunemente do mesmo modo na propriedade alheia.
O que fazer? É precisamente o que falta fazer, que eventualmente, se terá de fazer quanto antes, até mesmo para se evitar a chamada vindicta privada, como meio de defesa da propriedade tutelada.
Tenho – me perguntado, se o comum do mortal são-tomense, tem a plena consciência da sua sorte e da sorte do seu filho e ente querido no futuro que é já próximo: Não, não tem:
– Quantas árvores são abatidas por dia em S. Tomé e Príncipe, (S. Tomé)? Imagine-se! Mas o território físico não é elástico … então, por quanto tempo mais, as chamadas Ilhas Maravilhosas irão continuar ao serem maravilhosas, com tanta destruição em nome do «desenrascar a vida»? Como suportar tal avalancha de atos praticados também em boa parte porignorância, não obstante os diversos apelos e cenas teatrais elucidativos sobre a gravidade do problema e sobre a necessidade de alguma prudência e contenção? E, até que ponto, mesmo a autorização para o abate, obtida do ofício público, é autorizável, e não avessada? Porquê que esta autorização não é dimanada conjuntamente com a da Direção Geral do Ambiente? (…). Talvez fosse mais assertivo e provavelmente,incisivo e mais eficaz.
Não me canso de dizer que em toda parte, o povo gera e cria o seu intelectual e este, por sua vez, o deve devolver todo tributo pelo esforço consentido para a sua educação e formação no tempo, através de ações que visem estabilizar e melhorar a sua condição de vida gregária. Eis, porque é considerado dirigente, quando toma um tão nobre título. Por conseguinte, é este o grande papel do homem dirigente e político desde os tempos mais remotos. Político!? (…).
Diz o número 1 do artigo 49º da CRDSTP, segunda parte, o seguinte: Um ambiente de vida humana e o dever de o defender. Assim, a inocência da minha reflexão tem como paradigma a última parte da segunda metade deste número.Por ambiente de vida humana, quero entender seja, mantê-lo equilibrado e seguro para que a vida no seu conjunto seja possível.
Ainda assim, digo eu, é apenas uma reflexão patética e idiota a minha;
Imagine-se, como pode tudo que vou abaixo descrever ser considerado da oposição; mas é assim mesmo em democracia; preso por ter cão, e preso, por o não ter. Mas, de que oposição se tem falado nos dias de hoje em S. Tomé e Príncipe?! Será que existe?! Ao existir, terá de ter sempre um caráter maldoso?! Desajustado e sem objetivo?!
Eu, porém, não me revejo no paradoxo provérbio português, «os cães ladram e a caravana passa»: – não, se calhar os cães o que querem efetivamente é chamar a atenção da caravana para o grande perigo existente mais à frente. Os animais por sinal têm o faro de prever tsunami antes do fenómeno acontecer e por isso se salvam do grande perigo mortal.
Por todas essas interrogações atrás referidas, abaixo seguem a minha modesta contribuição:
– Há que estancar e reduzir ao mínimo indispensável o abate indiscriminado de árvores, particularmente, as de frutas porque em primeiríssimo lugar se constituem no chão do homemsão-tomense. Outras espécies já em extinção, tais como a acácia de Angola, conhecida por «murcana», amoreira etc., podiam servir outrossim, de base para pequenas indústrias de móveis exóticos para o consumo interno e paraexportaçãode que o país bem precisa e precisará. Acredito piamente que isto seria possível.
Não é qualquer país do mundo que se dá ao luxo, de derrubar árvores de Teca ou Teka, e utilizá-la na construção civil ordinária. Pelo valor da espécie que fora meticulosamente plantada pelos portugueses na zona sul de S. Tomé, este ato deveria ser considerado de punívelquando se não obedecesse ao critério muito seletivo do abate.São madeiras de exponente qualidade, que podem ser utilizadas de entre outras, para o forro dotablier interno de certas viaturas de luxo. A quantidade não seria exagerada e o valor compensaria.
Não é necessário que venha o europeu da Europa dizer ao são-tomense que ele pode mais do que tem feito até agora. O europeu é rico porque não se preocupa com futilidades; Inveja sim o outro, mas, para mudar o seu destino de vida e não para o destruir arrebatadamente.
Tem- se investido sem dúvidas no conhecimento; porém, deve-se aproveitar indistintamente osexistentes com uma maior inclusão e integração. Não é fácil, mas é possível…
Há que ter consciência do inesgotável valor do conjunto, consolidando-o sempre que necessário; a compatibilização entre as gerações é essencial para que haja harmonia e equilíbrio na comunidade dos homens.
Os contraditórios, às vezes extremos, são incidentes das campanhas eleitorais e devem morrer com o seu término.
Porque o europeu sabe disso tudo é rico, tem seu problema da fome resolvido e avança no caminho do progresso; agora,envia paraa periferia em desgraça,(na qual se inclui S. Tomé e Príncipe),falsos profetas da alta moralidade e do bem-fazer, quando antes, corsários, piratas e esclavagistas, demandavam os mesmos palcos em bailes de pastosidade da riqueza.
No meu país, no meu Santocity de (Tonecas Prazeres), a pessoa vende ao desbarato a sua jaqueira, mangueira, untueiros, etc. árvores muitas vezes seculares que herdou da gleba dos pais ou de um dos antepassados, para comprarem comida e, ou, resolverem outros problemas da vida no dia-a-dia, que é cada vez mais difícil e incerto. A própria classe média, em completa desagregação e dificuldade, endividada ao pescoço, duma ou doutra forma, de credo na boca, reza à Deus sem cessar para que haja mais oportunidades. Quais, tão já, e aonde? O país é muito pequeno e não tem mercado. Só efetivamente Deus e Os Seus Apóstolosos saberão. S. Tomé e Príncipe entrou finalmente de facto «No Real do Real» que fora ao longo do tempo bastante negligenciado. Pois não se pode admirar que assim seja; a população cresce e a economia está estagnada, fruto dos mais diversos condicionalismos internos e externos.Faça um pouco de exercício, e vá aos Liceus, Secundárias Básicas, Ensino Básico, Jardins e Creches e Universidades para ver o que está efetivamente a acontecer.
Tudo isto não é de fácil resolução, atravessa uma legislatura; e, no solipsismo de tendência generalizada, se torna ainda mais difícil a sua superação. Pergunto,aonde irá trabalhar tanta gente, com o ziguezague do andar da carruagem?
Porém, como se sabe, todo dinheiro é sempre insuficiente para toda necessidade em crescendo; pior ainda é, que, em muitos casos, o«negócio da madeira»fora realizado, para compensar uma conta ou dívida anterior. Porém, a árvore la se foi para o inferno do fogo da fornalha da padaria, cofragem na construção civil e outros.
Veja-se o que«No Real do Real», efetivamente, se perdera eventualmente, com aquele negócio:
– Fui em missão de serviço a Indonésia, Ilha do Bali; a viajem demorou entre quinze e dezassete horas de avião; suponho haver pouca novidade nisso, sobretudo, para quem nunca viajou ou se tenha viajado tão longe… mas a novidade é a que se segue:
Nunca me podia ocorrer o que viera ao verificar sobre a mesa do pequeno-almoço logo pela manhã do dia seguinte a minha chegada. Digo, a minha chegada para não me referir aos outros dois companheiros de viagem, sem as suas respetivas anuências aqui.
Muito bem apresentado vira sobre a mesa com domínio completo, fruta-pão, jaca, cajá-manga, manga da Praia Melão (exatamente), safú (cozido e assado), salambá, figo de porco (preparado), «úntué» igual ao de S. Tomé, banana, pão, maçã e prata, fritas e outros preparados, tal como aqui, mamão, papaia, maracujá (vários tipos), tomate do mato, mandioca, farinha da mandioca, filpote enrolado em folha de bananeira, em açucarado, e sem, como é do uso, ovo mexido etc. etc., até cimbrão autóctone de S. Tomé; digo, autóctone de S. Tomé, porque visitara uma plantação modificada em Taiwan.
– Ficara atónito com o que vira, e perguntara aos demais membros da delegação, se tudo aquilo era verdade naquele lugar da Ásia.
Enfim, pasmo, fora saboreando de tudo um pouco para acreditar no que via. Era o mês de Maio, até chuva e sol era coincidente com o que acontece no meu país; Jamais vira antes uma coisa tão igual, tão longe de S. Tomé e Príncipe.
Já no quarto, do Hotel Térreo dominante, creio eu, por razões sísmicas frequentes naquelas paragens do Globo (do tipo Mira-Mar), me ocorreram ideias e retratos imaginativos sobre o estado real do meu país e conclui: – Deus, não pode dar mais a quem nem sequer conhece o que tem e do seu real valor!
Vira aí uma plantação de bambu lindíssimo de tom amarelo, e tudo fiz oferecendo dinheiro para trazer comigo uma raiz para plantar; falei aos vários indonésios que me deram voltas mais voltas para não me negarem; e a verdade é que desapareceram, e, até a minha saída não os voltei a cruzar de vista. Moral de tudo: – O cidadão está preparado para defender o que é também seu, não se deixando levar pelo dinheiro, ainda que fosse em euros ou dólares. Aliás, não aceitam a moeda estrangeira.
Então, tudo isto fora trazido aqui pelos portugueses, ou levados lá por eles? Que façanha, de todas as formas! Não me admira, pois na Malásia, vira no Museu do Andim, o «Andim Congo de S. Tomé», devidamente identificado, que fora aí levado pelos portugueses. Em S. Tomé, devem ter desaparecido com a extração desmensurada do vinho da palma. Turistas pagam para visitarem o Museu. A mais bela e organizada «fábrica de óleo de palma» que os portugueses deixaram em S. Tomé e Príncipe na zona de Fernão Dias, fora vendida e destruída; no local, só restam escombros; pois nada para além da sua destruição fora erguido. Hoje, eventualmente, podia servir para nela se instalar o Museu do Andim que deu e continua dando vida a muitos são-tomenses. Para a nova geração, nunca mais voltarão a conhecê-la. O país não pode ser rico assim.
Por isso, sempre descordara em público e em privado que S. Tomé e Príncipe fosse um País pobre. Dizer-se sempre que o país é pobre, agrava ainda mais o índice da pobreza e é isto exatamente, o que vem acontecendo; nada tem dado certo e tem sido sempre,um eterno recomeçar.
Como deputado, ao nível da Assembleia Nacional (Parlamento São-tomense), sempre me opusera a expressão quando fosse evocada como motivo da situação do país. Quando efetivamente é consequência da pobreza mental do homem dirigente são-tomense. Que me prove o contrário, e me entrego em devida reverência.
O problema é sobretudo derivado do ciúme, e da inveja crónica que persiste; se não sou capaz de fazer, ou se penso pouco menos, não deixo que o outrofaça, nem quero que o outro pense mais do que eu, prejudicando-o, para que não sejavisto; assim, me salvo das críticas por incompetência, de ser detestado em seu favor, e de ser relegado no plano político para uma posição mais secundária. Quero ser o único protagonista; ou penso que sou o único e ninguém mais: – também está muito na moda, «sou o único vilão com conhecimento internacional». Que tristeza! E assim se vai indo com muita justiça na República Democrática de S. Tomé e Príncipe, quarenta anos depois… Rei no obscurantismo.
É exatamente isto! Pense em descoberta do que me parece ser verdade dos dias de hoje no país.
De regresso ao assunto:
– Parece-me que de algum tempo a esta parte, tem havido muita confusão no que tange ao que é público e ao que é privado no país. Invadem-se terreno privado, considerando ou confundindo-o, com o do estado ou vice-versa. Isto não pode continuar como está. Particularmente, quando se quer investimento no país como de pão para boca. Qualquer baldio é do estado; não: – não é assim em parte alguma; existem baldios e coutadas públicas, assim como existem baldios e coutadas privadas.
Por esta razão, acho que o governo deveria estabelecer um período de exceção, (tal como se vem especialmente fazendo relativamente ao registo das crianças, e muito recentemente com a questão da concessão da nacionalidade são-tomense), para que as pessoas interessadas pudessemcomo obrigação, proceder ao registo das suas propriedades, horizontais e verticais, processo ao ser seguido de um verdadeiro cadastro geométrico, para a delimitação destas propriedades que ficariam adensadas definitivamente à rede geral, ou seja, a carta geométrica de todo o país.Diga-se que assim sim, se estaria falando de um verdadeiro ordenamento do território de S. Tomé e Príncipe. O resto é na minha reflexão fazer-se de contas que se faz…
Não sei como é que os Presidentes das Câmaras Distritais conseguem gerir o seu pelouro territorial, uma vez que em S. Tomé e Príncipe, as câmaras não são municipais mas sim distritais; uma espécie de Governo de toda área consignada ao distrito com os seus pertences. (Pese embora nunca estivera de acordo com a atual divisão política e administrativa, que fora já objeto da discórdia política e da queda do Governo.
Como está é uma autêntica fantochada que promove gastos desnecessários). Ora, sem um cadastro geométrico fazer-se isso? Na minha perspetiva, mesmo no seu Gabinete, através do mapa Distrital, o Presidente da Câmara ou seus colaboradores podiam sem deslocação ao terreno, indicar sem dúvidas a localização do terreno pertencente ao Eugénio Tiny, foi assim que aprendi em Angola.
O problema do financiamento para esta questão muito importante e necessário para o país, penso eu,poderia eventualmente ser encontrado, se, doutra forma se tornasse difícil, no quadro do Millennium Chalange Account, pois os Americanos adoram esses projetos quando sejam bem concebidos, elaborados e executados.
Como está, não me parece razoável que deva continuar, até mesmo porque o território físico é pequeno e deve ser muito bem gerido, de modo ao caber todos os projetos tidos por importantes para o desenvolvimento do país e no lugar mais adequado.
Voltando a questão principal, ainda em Bali, indonésia, depois do que vira e expusera atrás, ainda refletira interrogativamente sobre o seguinte:
– Se os americanos, holandeses, ingleses, japoneses, franceses, portugueses, espanhóis, italianos, alemães, e outras nacionalidades que vira muitas vezes, ao chegarem e partirem do Hotel, num vaivém infernal, dos incessantes voos, fizeram tão longa viagem para virem tão longe para o mesmo clima e ambiente, comer o que existe em S. Tomé e Príncipe, então, por que razão, não vão lá, país, situado a cinco horas de voo da Europa?
O que significa que se tem muito que trabalhar para que as mesmas condições sejam criadas, apesar do que existe, de modo que o país possa entrar também na rota dacompetitividade. Os orientais são exímios nestas questões e se podem aprender com eles. Basta ver que nem os jardins das chamadas Avenidas de S. Tomé foram poupados ao abandono e está-se bem.
Se, não se pararcom o derrube e a destruição da árvore de fruta em espécie, e não só,será pior ainda no futuro para a pretensão turística do país.
Mas parar como, se a pessoa continua tendo necessidades, e esta tem sido efetivamente a alternativa, de entre outra, mais fácil?
Penso ser de conhecimento geral que o problema inerente ao meio ambiente, não afeta tão só, ao prevaricador em particular, mas sim a toda gente, independentemente na sua participação; o meio ambiente em S. Tomé e Príncipe é uno para todos.
Assim, ao Estado compete a sua salvaguarda introduzindo todos os mecanismos e meios para a o seu cabal cumprimento independentemente das outras vontades.
Por conseguinte, a proteção dalgumas espécies especialmente as de produção de frutas e aquelas cuja maturação para o abate se prolonga no tempo, devem ser melhor protegidas, até para o equilíbrio do eco- sistema ambiental, e, alimentar de emergência, numa situação de imprevisibilidade de que amiudes, não se tem feito devida menção.
Não basta porém se tomar medidas; há que tentar resolver o problema da pessoa que se encontra em dificuldade, desempregada e sem outra solução à vista. É para isto que existe o governo, e é insuficiente se dizer que o outro não fez o que deveria ter sido feito. Porque se o outro não fez, está fora do poder; e, assim, quanto a quem não fez, está o assunto arrumado, pelo menos, para já; o que importa é que quem está no poder deve dar ares da sua graça, apesar dos mais diversos constrangimentos.
Pois uma lei só é lei, quando, visando regular uma conduta geral, não crie o seu oposto; senão perde o seu sentido de lei porque ninguém a obedece, mesmo existindo coativamente. Por esta razão é que elas devem estar hierarquizadas para se evitar que autorize de um lado e desautorize do outro; mas quando porém, isto acontece, fixa um tempo para cada coisa e nunca deixa em aberto.
Assim, refletindo, penso por exemplo, (apenas isto), que com o valor de dez viaturas de luxo do Estado que pululam pelo país para transportar uma só pessoa, (de que o próprio Chefe do Governo havia feito referência positiva, no entretanto, não observada), o Governo, através dos órgãos camarários ou outros mais autorizados, poderia comprar árvore do sujeito em dificuldade, enumerá-la e classificá-la sob a sua alçada deixando-a de pé mesmo no quintal ou gleba do antigo dono, (quando não pusesse em perigo o próprio, seu vizinho ou qualquer outra ameaça pública); consumado o eventual negócio, (não seria caso único de S. Tomé) o vendedor, ficaria obrigado a cuidar da sua existência, (da árvore), mantendo-a tendo o usufruto, e a obrigação de entregar metade da produção as autoridades Distritais, ou outro agente público ou privado, achado por mais conveniente, que adaráo destino mais adequado, mantendo por outro, o seu controlo. Uma espécie de delegado protetor da planta, sob o controlo da Câmara Distrital. Daí como se pode já ver, a importância do Mapa Distrital em cadastro geométrico.
Esse destino poderia ser cantina da escola e creche, ou pequena indústria, aposta do atual governo que corroboro totalmente, uma vez que pode estimular o consumo de produtos manufaturados internamente e criar postos de trabalho.
No Brasil e na África do Sul e mesmo em Portugal já se podem encontrar pequenas maquinarias para o efeito, quando não sejam necessários se juntar diversos componentes para um determinado fim.
Veja-se as contas feitas: – por exemplo, se o valor unitário das referidas viaturas for de Euros 30 000, serão no total, Euros 300 000.
Com este dinheiro, o Estado compraria diversamente, pelo preço praticado, cerca de 1500 árvores de fruta, devidamente protegidas. Ora, como também se sabe, algumas dessas viaturas em circulação, o seu valor unitário é superior a Euros 30 000. O que equivale dizer que mais árvores de frutas, (elas particularmente) poderiam ser adquiridas e salvas pelo Estado São-tomense. Com este procedimento faseado, o estado acabaria por ter o controlo geral da fauna e flora do país.
Estou somente a falar de viaturas que cinco anos depois da sua aquisição, normalmente, estão inoperantes ou a requererem salvo exceções, gastos avultados com a sua manutenção e reparação; suponho não estar a exagerar… Enquanto a árvore sem nenhuma reparação se mantém no seu ciclo vegetativo e produtivo. Não seria uma forma gradual de capitalizar aquele que mais destrói?
Não estou contra a aquisição de viaturas para dirigentes; não, acho-as necessárias e indispensáveis; no entretanto, elas devem ser compatíveis com a real situação em que se vive no presente.
Mas, há mais:
– Faça as contas; uma tábua com 3,00 m * 0,25 m = 0,75 m2; uma chapa de pladur que pode substituir tábuas tem 2,0 m *1,20 = 2,4 m2.
Ora, para uma cobertura lateral com 500m2, precisam-se de 209 chapas de pladur; para a mesma cobertura em tábuas, precisam-se de 666 tábuas, ao que equivaleria ao derrube de cerca de quatro a cinco árvores conforme o seu porte.
Preços; uma chapa de pladur custa, 200.000,0 *209 = 41 800 000.0 em tábuas significam, 120 000,0 * 666 = 79 920 000,0 e outros custos associados, uma vez que estas tábuas para terem melhor apresentação teriam de ser replainadas, transportadas etc., quanto ao pladur, sendo importado está aí, pronto a ser utilizado sem grandes diferenças.
Repito aqui para terminar que se trata apenas de uma reflexão que designei até, de patética e idiota; oxalá, cumpra o seu real objetivo. Qualquer outra reflexão sobre a questão é quanto a mim igualmente válida. Cada um de nós, apenas viu a mesma coisa de modo diferente.
Com ressalvas aos eventuais erros ortográficos, de pontuação, de coordenação de ideias, e, desconforto por linguagem.
———————————————————————————————
O próximo número será dedicado ao Sector Privado São-tomense.
J. Querubim
6 de Outubro de 2015 at 11:09
Sr. deve encurtar no prox. n.º pq para falar de mangueiras n é preciso tanto pq tb é culpado. fala mto e faz pouco. quantas mangueiras o sr. plantou?
MIGBAI
6 de Outubro de 2015 at 13:18
Meu caro.
Gostei, direi mesmo, adorei a sua exposição.
Eu pessoalmente tenho meditado tanto sobre a desgraça em que o nosso querido STP caiu nos últimos 40 anos, que por vezes só me apetece deixar o meu pais e ir viver para um outro qualquer ( desde que não seja em África).
Não sabemos, e nem temos capacidade, para fazermos estas pequenas ilhas se erguerem.
Não sejamos utópicos, a realidade diz-nos para consultarmos o povo em referendo, sobre o que pretende para STP, se é continuarmos na mendicidade, ou integração em Angola ou Portugal e assim, erguermos a cabeça e sair desta miséria e bem assim ser respeitados internacionalmente.
Custa-me imenso viver no meus país e ser a vergonha internacional que somos.
Um grande abraço para si e mais uma vez os meus parabéns pelo seu texto, que é um exemplo de reflexão e coragem.
Original
8 de Outubro de 2015 at 11:35
Sr. Eugénio Tiny
Vossa Excelência se pudesse encurtar este texto através de resumo do seu conteúdo,sensibilizaria os leitores a prestar atenção à sua exposição porque primeiro aspecto que salta á vista do leitor é saber o tamanho do texto e se for um texto muito longo que cansa o leitor,ele ignora-o.Assim sendo,é preferível subdividir este texto com conteúdo específico de forma a ser lido em várias ocasiões.
O Sr. pode escrever muito e ficar no papel sem que ninguém lhe dê atenção.
MIGBAI
9 de Outubro de 2015 at 10:01
Meu caro “Original”
Quem não conseguir ler um texto como este, ou quem, não perder tempo com trabalhos bem expostos como este do Sr.Tiny, é porque deve ser mais um analfabeto de STP, que na biblioteca de casa, não deve ter livros com mais de 3 ou 4 páginas.
A leitura não faz mal a ninguém que esteja interessado realmente em ler e estudar os assuntos abordados.
Aliás, o “Original”, tenha este sério aviso: “Cuidado com a leitura, pois pode afetar gravemente a ignorância.”
Um abraço
Migbai
Anoop
14 de Outubro de 2015 at 6:38
Desde mi perspectiva, la prgcaamroif3n de a pares es la pre1ctica me1s importante y dificil de XP. No tanto por los beneficios te9cnicos que genera, sino por el cambio cultural de fondo al que apunta: la prgcaamroif3n de a pares es la base central de una cultura colaborativa, donde las personas se sientan libres de compartir lo que conocen y preguntar lo que quieran aprender. Muy buen artedculo, breve y preciso. Muchsa gracias por compartir!
Tony por cá
18 de Outubro de 2015 at 22:21
Caro Dr,
Admirei o seu comentário, realmente descritivo do real Stp.
Mas não compare Bali, ou Indonésia, que também conheço, em política de turismo e em política de conservação terretorial.
O turismo faz se com voos constantes, como o Sr fala, faz se com aeroportos condignos, faz se com comodidade dos aeroportos aos turistas ( não estarem 2 horas á espera de malas, nem SMF lento com 2 Balcões de atendimento ) também se faz com praias limpas entregues a concessionárias para as explorarem, diga me quantas praias viu em Bali que não estivessem concessionadas, com restaurante limpeza, vigilância? Agora diga me como é possível em Stp fazer isso, jamais ….
As árvores e no real as pessoas precisam de comer e vendem, mesmo com o controle das motos serras elas caem, é barato, aliás tudo é barato porque desde a independência tudo é dado para depois ser vendido barato. Também um ditado antigo diz que ” tudo o que é dado, vende se barato”.
Desculpe mas não entendo a sua indignação, foram os Stps que fizeram isto…