Opinião

Que promessas farão os líderes políticos sobre a corrupção, nas próximas campanhas eleitorais em STP?

A meu ver e, seguramente, ao da maioria dos cidadãos atentos à política santomense, a corrupção deveria ser, entre outros, o tema fulcral nos debates mediáticos, comícios e nas reuniões porta a porta, pela importância social da sua erradicação na nossa sociedade. A este propósito, existem argumentos evidentes que nos obrigam a encarar com maior seriedade e celeridade o assunto em causa, dada a necessidade de a combater, por se tratar de um obstáculo com raízes muito profundas nas nossas comunidades, tendo em conta que ela representa a principal causa do atraso no desenvolvimento do país e da predominância de uma estagnação económica e social entre os seus cidadãos.

A abordagem da corrupção impõe que se fundamente em determinados conceitos destinados a melhor interiorização dos princípios que dela emanam, os quais assentam em valores morais e na ética política. Estes servem, por sua vez, de apoio na derrota do imobilismo, no combate à ausência de transparência, abuso do poder com o intuito de obter benefícios, manipulação de políticas, conflito de interesses, bem como a existência de instituições e regras de procedimento na distribuição de recursos e no financiamento, por parte de decisores políticos que, em detrimento do interesse coletivo, abusam da sua posição para manter o seu poder, o estatuto pessoal e riqueza.

De salientar que o fenómeno “boca de urna”, compra e venda de votos e manipulação de circunscrições dos votantes constituem, por seu turno, um défice na transparência e integridade do processo eleitoral.

Entretanto, essas tendências derivam do imobilismo e consequente disseminação do fenómeno de corrupção, alimentada pelo tribalismo político que impede o desenvolvimento e a institucionalização de uma ética política e de uma cultura de cooperação entre forças partidárias, capazes de desbloquear barreiras e criar unanimidades necessárias para a modernização e reforma do sistema vigente.

Esta realidade, de par com os demais condicionalismos existentes, tende a conduzir a um círculo vicioso de pobreza, por ausência de uma aposta num desenvolvimento económico coerente, agravado pela arbitrariedade no exercício do poder.

É certo que baixos níveis de democracia, fraca participação civil e baixa transparência política, níveis elevados de burocracia, ineficientes estruturas administrativas, baixa liberdade de imprensa, baixos níveis de educação representam, dentre outros, os fatores, um enorme contributo para o desenvolvimento da corrupção. Acresce ainda que, no que respeita a níveis de educação, sejam extremamente fundamentais para a formação de ideologia anticorrupção, que se alcança através da socialização formal ou informal que nada mais sejam do que experiências que, ao longo da vida, nos permitam desenvolver o nosso potencial cognitivo e reconhecer a nossa autonomia, tomar decisões, gerar o discernimento crítico, além de muitas outras contribuições que nos possam trazer ao longo de toda a vida.

Não se espere, contudo, que um líder político, se tal colidir com os seus interesses, vá a um comício discursar sobre as consequências nefastas que a corrupção produz na sociedade. Deveria estar, todavia, mais consciente do mal que ela causa às comunidades e disposto a combatê-la com empenho e determinação. 

Enfim, fica-se na expectativa do advento de um líder descomplexado que ouse, de forma reiterada e com afinco, abordar, em consciência, um tema de que tanto se propala, mas que se tem vindo, na verdade, a configurar como uma banalidade.

Com efeito, em STP, as classes política e judicial, segundo a opinião pública, são quase na generalidade corrupta, acusam-se mútua e distintamente entre si de tal modo que dificilmente se consegue esclarecimento cabal das acusações. Tem-se vindo a constatar um autêntico tribalismo político/jurídico suportado por grupos fortemente aliados por interesses obscuros, paladinos de; N’guê ku ka plemê méle ka loló dédu.

Por outro lado, o poder institucionalmente incumbido, para investigar, criminalizar e sentenciar atos de corrupção, vem também dando sinais de um modus operandi, desajustado, quase ou nada eficaz, por razões supostamente de dependência, lealdade, compromisso ou até mesmo de subserviência aos demais poderes instituídos.

E se tudo mantiver como está, jamais será edificado esse S. Tomé e Príncipe de que todos desejamos mais ditoso, mais feliz e mais justo.

Domingos Daio

2 Comments

2 Comments

  1. Fuba cu bixo

    6 de Setembro de 2022 at 22:48

    Amim nasca suga budu fla cuma ê sa balufô-by Jorge Bom Jesus.
    Jorge Bom Jesus é que tem mania de prometer que vai baixar tudo e não baixou nada pelo contrário tudo subiu de preço.
    Governo de Jorge Bom Jesus prometeu 20 mil casa social nada barco para Príncipe nada ponte de brigoma nada.
    Jorge Bom Jesus prometeu as palaiê na campanha que não iria leva-las pa Bobô foro e não cumpriu.
    Jorge Bom Jesus menti muito.

  2. mezedo

    9 de Setembro de 2022 at 17:03

    Você fuba com bixo é mesmo cheio de bichá,

    Pelo menos ele limpou cidade e palaiê esta bem confortável em bobo foro.

    e voce só anda de bixo atras do ADI,

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