Opinião

D E S A B A F O – “Responsabilidades inerentes às funções.”

13 01 2023

É do conhecimento de todos que, infelizmente com as mudanças dos Governos em São Tomé e Príncipe, acontecem as chamadas “dança das cadeiras” e a desenfreada e vergonhosa luta pelos “tachos”. Independentemente de ser um fenómeno transversal em toda a administração pública são-tomense, vou cingir-me apenas à área da comunicação social.

É sabido que, os diretores dos diversos órgãos de comunicação social do nosso país são indicados ou indigitados pelos Governos, mas, no entanto, existem outros cargos nas Direções que precisamos perceber como se processam as escolhas de modo a que se possa assacar as responsabilidades. Não é justo estarmos a imputar responsabilidades apenas aos Governos e Diretores dos órgãos de comunicação social quando as coisas correm mal. Nesse sentido, há toda a necessidade de se saber quais são os critérios ou quem escolhe os restantes membros que compõem as diversas Direções.

Se partirmos do princípio de que qualquer Diretor é livre de escolher os membros para a sua equipa de trabalho, seriam raríssimas as exceções para que um responsável não escolhesse os melhores para a sua equipa de trabalho, uma vez que as probabilidades de obter melhores resultados são maiores.

Constatando que existem profissionais da comunicação social com vasta experiência e competência sobejamente comprovadas a serem relegados em detrimento de pessoas, que pouco ou nada sabemos das suas capacidades e competências, fico um tanto quanto atónito e preocupado.

Segundo informações a que tive acesso, as Direções dos órgãos de comunicação social estão compostas por: Diretor; Chefe do Departamento de Programas; Chefe do Departamento de Informação; Chefe do Departamento Técnico; Chefe do Departamento de Marketing e Publicidade; Chefe do Departamento Administrativo.

Será que as pessoas escolhidas para esses cargos de chefia nas diversas Direções dos órgãos sabem das responsabilidades inerentes às funções que ocupam?

Faço esta questão porque, alguns dos cargos de chefia mencionados acima, têm atribuições como: Gestão; contabilidade; Criação; Realização; Edição; Produção e Operação.

Os profissionais escolhidos para ocupar os lugares de chefia têm, entre outras, a missão de desenvolver ideias, criar e estruturar projetos do ponto de vista técnico, artístico, operacional e financeiro.

Será que as pessoas escolhidas para ocupar os cargos de chefia têm competências e estão capacitadas para desempenhar as tarefas dos seus setores?

Não consigo entender o que se passa na cabeça de alguns dos profissionais da comunicação social são-tomense. Das três, uma: Cabeça dura, teimosia ou proposital. Tive informações de que no telejornal de quarta-feira, dia 11 de janeiro, a TVS voltou a cometer os mesmos erros que fiz referência no último desabafo, com a agravante de fortes suspeitas de censura em relação a intenção da oposição de formalizar uma moção de censura contra o Governo.

A título de exemplo, gostaria de saber que importância tem para o nosso país, que uma das notícias da manchete de abertura do telejornal seja “o Benfica vence o Varzim e vai aos quartos de final da Taça de Portugal”?

Enfim… os problemas da comunicação social são-tomense começam a ficar muito preocupantes e quem de direito deverá tomar medidas sérias e urgentes, senão será um descalabro total para o país e o próprio Governo.

Não é, e jamais será a minha intenção colocar a imagem de seja lá quem for em causa. Mas, o que se está a passar na nossa comunicação social, dói-me a alma. Estaria a ser conivente se continuasse calado. A minha dor é maior ainda quando ouço um responsável da comunicação social dizer que “cada redação tem a sua forma de proceder alinhamento, trata-se de um poder discricionário” e que “não vem na lei quais as notícias que devem ser primeiras ou últimas”. Esse responsável teve a ousadia de dizer ainda que “essa matéria é da estrita competência da redação e ninguém pode meter a colher”.

Enfim… fiquei estupefacto com essas afirmações. Isto é uma total aberração para não dizer outra coisa pior!

Será que, com esse tipo de “profissionais”, conseguiremos desenvolver a comunicação social em STP?

Caros colegas, os meus desabafos não visam atacar ninguém em particular, mas sim, despertar consciências, porque o país não ganha nada com responsáveis que não têm competências para desempenhar as funções que lhes são conferidas.

Por tudo isso, exorto o Governo e as demais Direções dos órgãos a elaborarem com urgência, um plano estratégico para salvar a comunicação social são-tomense.

Um bem-haja a todos!

Nilton Medeiros

1 Comment

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  1. Gentino Plama

    15 de Janeiro de 2023 at 18:15

    Quando ele será tu?
    Não se convença que de já sabes tudo. Designar incompetente a quem quer que seja, deve-se primeiramente fazer a troca na posição que ocupa; isto é: ceder o seu lugar ao designado incompetente por certo período de tempo. A não prestação no horizonte temporal, que consagra a sua avaliação, aí sim, merecerá a condenação, como colega de profissão. Quero também chamar a sua atenção de que o designado incompetente fará o melhor do que tu. Com o devido respeito e a honra, refiro a pessoa que em circunstância reconhecera quanto é a sapiência e a mera posição.
    Terra dito nas antenas da RDP- África, alguns anos atrás pelo seu diretor David Borges, ter sido convidado para ser o Diretor da Rádio Nacional em Angola, embora esteja há meses de se aposentar. Segundo as suas declarações, o referido pedido fora declinado, acreditando de que ao nível interno haveria pessoa com a maior capacidade que ele. Não se tratou de complexo de Superioridade, mas sim, a realidade. Na Europa tudo está formatado, e que, pessoas apenas limitam-se a seguir. No nosso País a coisa ainda vai se fazendo. Em face a sua repulsa, não posso deixar de referir, quão fraco são os representantes de São-Tomé e Príncipe na RDP-África e na RTP-África pelo que, ao nível interno dispomos de técnicos com imensurável qualidade para nos representar. Quero aqui dizer que encurvo-me para Lina D´Alva; Carlas Santos; São Lima; José M. Noronha; Silvério Amorim; Carlos Teixeira; forma e continuam sendo subaproveitados

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