Desporto

Monte Café é campeão de São Tomé….Organização, Paixão e União

Organização, paixão, união (…) faz de Monte Café campeão de São Tomé em Futebol.

Parabéns, parabéns (…) parabéns ao Agrosport de Monte Café que alcançou pela primeira vez, nos 31 anos de história, o seu maior momento de glória (até a presente) no futebol santomense, conquistando o principal campeonato na ilha de São Tomé, e garantindo a vaga para os jogos de apuramento do Campeão Nacional de São Tomé e Príncipe, que será diante do Operários do Príncipe.

Este triunfo não só trouxe alegria apenas para os habitantes do distrito de Mé-Zochi, como também levou-nos a reflectir sobre o que andamos a fazer com o nosso futebol, onde, nos últimos anos, o “dinheiro” tem entrado de uma forma desajustada na modalidade, colocando de lado “a paixão e o prazer dos jogadores”, que já não querem (na maioria) jogar por amor a camisola, como fizeram Taty, Minho, Chalino, Jordão I, Bana, Dio, Esquerdinha, Artur Pinho, Lavia, Armadinho, Pax, entre outros grandes nomes que imortalizaram o futebol, mas sim, pelo dito “capital”.

Afinal quem é a equipa de Agrosport de Monte Café? Uns vão dizer que, é equipa de Mé-Zóchi, e outros que, é equipa de roça. Mas, a coisa não é bem assim, porque sé formos ver a sociologia do clube, Agrosport de Monte Café é uma equipa tipicamente dos santomenses, unida, organizada, focada, ambiciosa, dedicada, trabalhadora, rica na alma e crente nos valores da comunidade.

Já alimentou por diversas vezes a selecção nacional, com nomes como Agi, Abidu (actual treinador adjunto do clube), China, Bobo, Gastão, entre outros.  O combinado de Agrosport foi fundado, segundo os dados recolhidos, em 23 Maio de 1988 (segunda-feira), após o desaparecimento da equipa de Batepá, que no passado absorvia as pérolas de Monte Café.

Ano de 1988 começava a história do novo campeão de São Tomé, que na sua humildade, pois fim à hegemonia do poderio “económico” em detrimento do poder da “paixão” e do “prazer de jogar a bola”, como vimos e ouvimos na época de ouro do nosso futebol, onde era impensável (a selecção nacional) perder com frequência e por resultados escandalosos, como vem acontecendo nos últimos 10 anos.

A história de alegria e conquista do clube de ex-empresa agrícola  Monte Café, já teve capítulos “negros”, com a despromoção por duas ou mais vezes à II Divisão, derrotas pesadas, como por exemplo, ainda neste ano, 6-1 diante da UDRA e, entre várias desilusões, que em vez de desmoronar, passou a fortalecer o clube, como presenciamos esta temporada.

Esses tropeços, quedas, tristezas, lágrimas (em muitos casos) fizeram nascer um novo clube (onde reina trabalho de equipa, formação, espírito colectivo, união, e amizade). Órfão do “guita” para arquitectar uma equipa “galáctica” como tem os adversários, apostou no trabalho, dando conhecimento táctico e aperfeiçoando técnico aos jogadores que vêm alimentado a equipa desde 1988.

Contudo, o resultado desejado (ser campeão) não aparecia, mesmo assim os dirigentes e a equipa técnica não abdicavam da formação, porque estavam confiantes que o futuro daria resposta aos que duvidavam do sucesso do clube apenas com jogadores da comunidade de Monte Café.

Seguro no provérbio: “ o homem sonha, Deus quer e a obra nasce”, o Agrosport viria sagrava-se campeão da ilha de São Tomé, no histórico domingo-07 de Dezembro, ao vencer o Caixão Grande, por 1-0, e aproveitando o deslize do segundo colocado ante o terceiro, por 4-3.

Foi preciso muito “sacapulir” (expressão utilizada pelos populares para dizer – “agir” ou “mexer”), porque até o fim da primeira volta, o novo campeão de São Tomé, ainda andava há sete pontos do então líder.

O feito hoje ressaltado, coloca pela primeira vez o clube de Monte Café, na fase mais importante do futebol de São Tomé e Príncipe, a finalíssima do Campeonato Nacional, que é disputada anualmente, entre os representantes das duas ilhas, e neste ano terá como protagonistas, Agrosport de Monte Café (São Tomé) e Operários (Príncipe).

Em declarações ao Téla Nón,  os maestros desta “orquestra”, Abidu Dumby e Aureliano Semedo (Yano), não esconderam as respectivas emoções, agradecendo à Deus, jogadores, direcção, adeptos e todo São Tomé e Príncipe, que vibrou com o clube, na consagração doméstica.

A Grande Final começa a ser jogada este fim de semana. A primeira mão no Estádio Nacional 12 de Julho em São Tomé e a segunda mão na Região Autónoma do Príncipe.

Téla Nón

6 Comments

6 Comments

  1. Yuri Eusébio

    11 de Dezembro de 2019 at 8:17

    Grande, grande e grande, meus parabéns a equipa de Agrosport de Monte Café pela proeza conquistada, agora só tenho que desejar-vos sorte na final diante de Operários.

  2. Adepto de monte café

    11 de Dezembro de 2019 at 11:57

    Isso é pura verdade, o nosso futebol já não é o que era. Só quem está a tirar o dividendo é que vai dizer o contrario. Parabéns monte Cafe.

  3. Paulo Simões Cruz

    11 de Dezembro de 2019 at 11:59

    Estou com a alma ferida com o estado actual do nosso desporto, em especial o futebol. os nossos jogadores já não querem representar nenhum clube por amor a camisola, porque foram viciados por os nossos dirigentes. OS jogadores não são culpados. Hoje vamos aos jogos e o que vemos são campos vazios. muito triste…..

  4. Rogério

    11 de Dezembro de 2019 at 20:42

    Acompanho a página daqui do Brasil, por gostar e admirar esse pequeno país que não conheço, mas sinto apreço. Senti falta das notícias do campeonato de futebol. Se possível, fosse apresentado como desenrolou o campeonato até agora. Abraço ao povo irmão de São Tomé e Príncipe.

  5. Adepto de Conde

    13 de Dezembro de 2019 at 16:06

    Parabéns Telá Nón por este artigo,aqui espelha o estado actual do nosso desporto, onde o dinheiro por muitos anos ofuscou a paixão, mas Deus não dorme e a paixão venceu o dinheiro.

  6. Carlos Salvador Monteiro

    13 de Dezembro de 2019 at 16:12

    O que me deixa triste é vê dirigentes sabendo que as coisas estão mal, mas vão aceitando, depois quando as coisas dão mal, vem chorar. Vamos aprender com os valores que o desporto coloca a nossa disposição. Como fica a situação de Conde? Quem vai baixar ao terceiro segundo do nosso futebol. Vamos acreditar que as coisas possam mudar. Estou em Angola, mas triste com a situação do nosso futebol. Aqui a realidade é outra.

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