Há 40 anos que o Japão fornece ajuda alimentar a São Tomé e Príncipe. O donativo alimentar, sobretudo arroz, contribui para a segurança alimentar da população, incentiva o ensino e a aprendizagem nas escolas, e produz um fundo de contra-partida que realiza vários projectos sociais e económicos, e também financia a democracia santomense.
Noguchi Shuji embaixador do Japão para São Tomé e Príncipe, tem residência no vizinho Gabão. Assinou com o Ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação Gareth Guadalupe o protocolo de ajuda alimentar para o ano 2024.
«Estamos conscientes da importância dessa ajuda alimentar para o dia a dia das famílias santomenses. Espero que o arroz fornecido pelo Japão contribua para melhorar a situação alimentar em São Tomé e Príncipe, e que os fundos de contrapartida sejam utilizados em projectos que beneficiam os cidadãos santomenses», afirmou o embaixador Noguchi Shuji.
O diplomata Japonês recordou que as relações diplomáticas com São Tomé e Príncipe foram estabelecidas em 1976. Indicou a promoção da segurança alimentar, a estabilidade e o desenvolvimento sustentável como acções prioritárias da cooperação bilateral.
O Ministro dos Negócios Estrangeiros, Gareth Guadalupe, prometeu uma gestão rigorosa dos fundos de contrapartida que resultam da venda de arroz à população. O donativo japonês permite, segundo o chefe da diplomacia santomense, a estabilidade do preço no mercado. Arroz é o cereal mais consumido em São Tomé e Príncipe. No passado recente a escassez do arroz no mercado provocou a queda de governos.
O arroz ofertado pelo Japão passou também a alimentar o debate político nas campanhas eleitorais. Sobretudo nas eleições legislativas, há um líder partidário que caça os votos vendendo ao povo a mensagem de que ao subir ao poder, o arroz do Japão será vendido a preço mais baixo.
A realização das eleições em São Tomé e Príncipe é suportada financeiramente pelo fundo de contrapartida que resulta da venda do arroz do Japão. Tem sido assim ao longo dos anos, e o destaque vai para as eleições legislativas, autárquicas e regionais de 2022, em que o financiamento do Japão assegurou mais de 80% das despesas eleitorais.
Consciente da importância política, social e económica do arroz em São Tomé e Príncipe, o Ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Gareth Guadalupe, destacou que para além da segurança alimentar o cereal oferecido pelo Japão promove a educação de qualidade em São Tomé e Príncipe.
«O arroz ofertado permite-nos apoiar o nosso sistema educativo, e ajuda a manter as crianças nas escolas, por isso a elevada taxa de escolarização…», sublinhou o ministro.
Japão acolhe em 2025 a Exposição Mundial de Turismo, a EXPO OSAKA. São Tomé e Príncipe foi convidado, e o governo japonês patrocina a participação do arquipélago santomense. O embaixador do Japão considerou São Tomé e Príncipe como uma pérola que deve brilhar em Osaka.
«Como apoiante do vosso país, que é rico em produtos agrícolas, começando pelo chocolate, o café, o óleo de coco, a baunilha e o óleo de palma, o Japão trabalha de forma séria para assegurar o maior número de visitantes à exposição do vosso país», pontuou o embaixador Noguchi Shuji.
Gareth Guadalupe agradeceu o apoio «que o Japão tem dado à nossa equipa para que possamos estar presentes, e que São Tomé e Príncipe possa como país eminentemente turístico vender o seu produto ao mundo», frisou o ministro dos negócios estrangeiros.
TANAKA é o nome de uma empresa japonesa que desde 2019 está a explorar a produção do cacau de São Tomé. Para além do cultivo do cacau pura origem de São Tomé, TANAKA produz e comercializa com sucesso, o chocolate de origem santomense no mercado japonês.
Abel Veiga
Ngê Tamé
18 de Setembro de 2024 at 21:48
Como disse o Thomas Sankara, a ajuda alimentar torna o povo escravo, ” a melhor coisa a se escrever, é que somos escravos de Japão a 40 anos”.
É necessário voltarmos para dentro de São Tomé e Príncipe, consumir o que produzimos, e deixar de ser mendigos devido ao arroz.
É para mim uma grande tristeza ver que jovens que poderiam, pensar no futuro do país, estarem nesta situação devido umas migalhas, se não definirmos o que é desenvolvimento para nós os africanos, seremos sempre escravos.
Jojo
21 de Setembro de 2024 at 14:36
Bons aldrabões….