Sindicato dos Médicos suspendeu a greve

SINDICATO DOS MEDICOS

Comunicado

Caro povo de São Tomé e Príncipe

É do conhecimento de todos que o Sindicato dos Médicos, após um pré-aviso, iniciou a greve no dia 24 de outubro, reivindicando a falta de condições de trabalho no nosso Sistema de Saúde, seja a nível hospitalar como nos Centros de Saúde Distritais.

A base das nossas reivindicações, tinha e tem a ver com o fato dos medicamentos, consumíveis, meios auxiliares de diagnóstico e segurança laboral considerados como o mínimo necessário para atender de forma digna a populacão santomense.

Após os esforços realizados pelo SIMED (Sindicato dos Médicos de São Tomé e Príncipe) nestas duas últimas semanas, decidimos fazer a seguinte declaração:

1. O Governo de STP em resposta a nossa acção reivindicativa tem vindo a divulgar a chegada de alguma quantidade de consumíveis e medicamentos hospitalares. Apesar da nossa solicitação para a verificação dos mesmos, não nos foi concedida a autorização para tal, facto que nos deixa com muita dúvida sobre esta informação. E perguntamos, o porquê de não nos deixarem verificar os medicamentos.

• O Governo tentou manchar o bom nome dos médicos na rádio e na televisão, levantando calúnias e difamações, dizendo ainda que a greve era ilegal e que até agora não conseguiu provar esta ilegalidade, numa tentativa de desviar a atenção da população. “Imaginem se não acontecesse a greve, qual seria a situação actual?”

• Exortarmos ao governo a:
• ter coragem de assumir as suas responsabilidades;
• rever a sua gestão do Sistema Nacional de Saúde e os seus erros de planificação;
• ter coragem de assumir a sua incapacidade em dar resposta as necessidades reais do sistema de saúde;
• ter coragem de acabar com a venda ambulante de medicamentos;
• realizar inspeções periódicas às clínicas e farmácias privadas.

• Os médicos não gerem os medicamentos, apenas prescrevem aquilo que os doentes necessitam, não podendo ser responsabilizados das consequências derivadas por falta dos medicamentos, consumíveis e meios complementares de diagnóstico.

Apesar de todo o sucedido e porque a nossa missão é cuidar da saúde da população, prevenir e combater as doenças, promover o bem-estar e a qualidade de vida, e, mesmo não tendo sido resolvidas todas as nossas reivindicações, decidimos dar ao governo mais um tempo para que faça o que lhe é devido por obrigação na Lei: “a proteção da saúde constitui um direito dos indivíduos e da comunidade”.

Apesar da recusa do Governo em assinar um memorando de entendimento que o comprometa em assumir as suas responsabilidades, o Sindicato dos Médicos decidiu suspender a greve, com o efeito a partir de hoje 06 de novembro de 2024 por um periodo de 3 semanas, com a esperança de ver todos os problemas resolvidos tal como consta do nosso caderno reivindicativo.

O Sindicato dos Médicos compromete-se em garantir a continuidade dos serviços por parte dos profissionais, dentro dos padrões éticos e deontológicos a que são inseridos.

“Unidos Venceremos, Juntos Podemos”.

São Tomé, 06 de novembro de 2024.

A Secretária Geral do SIMED,

______________________

Dra. Benvinda Vera Cruz