Sociedade

30 tartarugas foram abatidas nos últimos dias entre Micoló e Mouro Peixe

Intensifica-se a caça às tartarugas nas Praias da ilha de São Tomé. De Agosto à Setembro, pelo menos 30 tartarugas foram abatidas entre as Praias de Micoló e de Mouro Peixe. A ONG Marapa, disse ao Téla Nón  que São Tomé não tem legislação que proíbe a matança das tartarugas.

MARAPA-Mar Ambiente e Pesca Artesanal,  é a ONG a nível nacional que se ocupa pela protecção das tartarugas marinhas. Após ter denunciado Há alguns meses a matança de dezenas de tartarugas as praias da ilha de São Tomé, a ONG, chamou o Téla Nón para dar conta que a matança das tartarugas, está a intensificar.

De Agosto à Setembro último, os guardas que a ONG tem destacados nas praias da região norte da ilha de São Tomé, mais concretamente Micoló e Mouro Peixe, registaram a morte de 30 tartarugas, que deram a praia para desovar.

João Pessoa Lima, secretário executivo da ONG, disse ao Téla Nòn que a matança em curso ameaça a sobrevivência dessa espécie animal, uma vez que só as femeas é que vêm a praia no periodo da desova. O abate indiscriminado das mesmas como está a ocorrer no país, ameaça a reprodução da espécie. « É no periodo de desova que vêm para praia. O risco é que só as fémeas é que vêm para praia a fim de desovar.  Agora as pessoas vão a praia e fazem patrulhamento a espera das tartarugas para matar e comer. Isso durante a noite», reclamou o responsável da MARAPA.

A ONG que destacou guaardas nas praias de São Tomé, para acompanhar as tartarugas no periodo da desavo, diz que está de mãos atadas, porque as autoridades governamentais, ainda não deligenciaram no sentido de criar uma legislação que possa proteger as tartarugas. «Um dos aspectos que nos deixa de mãos atadas é a ausência da Lei sobre protecção dessas espécies. Vimos trabalhando neste assunto desde 2006 sem sucesso», precisou.

Falta de vontade política contribui para o aniquilamento das tartarugas. Espécie que em muitas partes do mundo já deixou de existir. «Recentemente concluímos um projecto-lei envolvendo a Direcção Geral da Agricultura e o Director de Gabinete do Ministro das Obras Publicas e Meio Ambiente e o seu Gabinete juridico. O documento esta pronto para ser analisado e aprovado no Conselho dos Ministros  e ja la vão 3 meses», denunciou João Pessoa Lima.

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MARAPA diz ser necessária a união de todos para salvar as tartarugas na ilha de São Tomé. Isto porque na ilha do Príncipe, a situação é diferente. Príncipe é reserva mundial da biosfera e as autoridades regionais, agem para preservar o futuro.

As autoridades do Príncipe criaram uma legislação regional, que proíbe a caça e o consumo da carne de tartaruga. Recentemente o Téla Nón, publicou um artigo, em que as autoridades do Príncipe detiveram algumas pessoas implicadas no comércio da carne de tartaruga.

Abel Veiga

6 Comments

6 Comments

  1. Sensa

    14 de Outubro de 2013 at 12:04

    Como kerem acabar com as matanças de tartarugas marinhas, sem leis que proibem para essas matanças. Vais falar com gente de baixo nível académico pra não comerem tartarugas, sabendo que não há leis que os sancionam!!!
    O que é que os deputados estão fazendo? E a vontade politica?
    Gente só esse País mesmo…
    Outro dia estava no caminho de Neves, e vi uns cotas pescadores com tartaruga e lhe disse que era proibido comer e comercializar akilo, pois pra devolver ao mar… os gotas me cobraram 100 mil dobras.
    Acha mesmo que todos têm essa vontade… eu acho que foi sorte pra akelas tartarugas naquele dia… e kem sabe já estão na panela a muito… como eles são!!!
    Bem haja STP

  2. lede di alami

    14 de Outubro de 2013 at 15:40

    100 mil dobras….,,talvez nao sabes oque e fome, quando se tem fome come se de tudo, pra evitar isso e preciso criar condicoes

    • SS

      14 de Outubro de 2013 at 17:27

      lede di alami, desculpa por minhas palavras se assim interpretaste, mas a ideia não era pelos 100, mas sim pela forma como levavam isso (a tartaruga) abertamente, já te antemão que é proibido e eles sabem. E uma coisa é certa, akeles que eu vi com as tartarugas, tenho a certeza que têm o minimo por estavam pescarem… por isso

  3. ONG MARAPA

    14 de Outubro de 2013 at 16:08

    Caros leitores do Tela-Non,
    Apelamos a todos os santomenses e estrangeiros de visita ao país que querem acabar com esta matança : POR FAVOR, NÃO PAGUEM PARA LIBERTAR TARTARUGAS CAPTURADAS EM SÃO TOMÉ !!! As tartarugas viradas nas praias a vista de todos muitas vezes foram tão maltratadas que não irão aguentar o regresso ao mar, e serão muito provavelmente recapturadas pelos pescadores. Não devemos alimentar este negócio mórbido! Faça a sua parte na sensibilização, fale com os seus familiares e amigos para que não compre carne ou ovos de tartaruga, verifica a origem da peça de artesanato que comprou na rua. Se encontrar com alguém com tartaruga virada, não entra em conversas desnecessárias. Se puder, tira uma fotografia e publica nas redes sociais para chamar a atenção sobre o massacre em curso nas ilhas “maravilhosas”. Afinal, a vontade política é dependente da opinião pública. Com a ajuda de todos, conseguiremos a aprovação do decreto-lei a assim poderemos envolver as autoridades policiais nesta luta.
    Divulguem!!
    Bastien Loloum
    Coordenador do Programa Tatô de Proteção das Tartarugas Marinhas em São Tomé, ONG MARAPA

  4. Zona Sul

    14 de Outubro de 2013 at 18:43

    Bastiem podes contar comigo e com muita gente da zona sul na proteção das tartarugas. Mas é necessário que se crie leis para punir severamente as pessoas que praticam estes atos. Em Africa do Sul um cidadão foi condenado a prisão por ter matado um tubarão. Em S.Tomé cada um faz o que quer. É o pais que temos.

  5. gritodosolhos

    15 de Outubro de 2013 at 7:28

    caros leitores,
    Não faz sentido de esconder a realidade. Não ha mas peixe nas costas da ilha para permeter os pescadores de subreviver. Comunidades abandonadas exemplo morro peixe, jovens desempregados sem futuro, iletrismo por falta de meios, tudo isso leva lhes a procura de uma fonte de dinheiro qualquer para manter uma forma de dignidade. Nossa visão esta limitada a cidade, temos que ver as condicões de vida dessas populaçãoes esquecidas.
    Viva STP

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