Sociedade

Chefe da ONU abre Conferência dos Oceanos com quatro recomendações aos países

António Guterres pede que acordo global que será negociado em Lisboa envolva investimentos na economia azul, redução de todo o tipo de poluição marinha, investimentos em infraestruturas costeiras e mapeamento de 80% do fundo do mar.

O secretário-geral das Nações Unidas deu as boas-vindas esta segunda-feira às delegações de mais de 130 países que participam, em Lisboa, da Conferência dos Oceanos.

Na abertura do evento de alto-nível, António Guterres agradeceu aos “governos de Portugal e do Quênia”, ressaltando que são dois países com “longa tradição marítima”, por organizarem a conferência.

O chefe da ONU disse que partilha com os seus concidadãos portugueses uma especial afinidade com o mar. Ele citou o poeta Fernando Pessoa: “Deus quis que a terra fosse toda uma, que o mar unisse, já não separasse. Faço, pois, votos para que esta Conferência represente um momento de unidade e aproximação entre todos os Estados-membros, gerado em torno dos assuntos do mar e da proteção e preservação dos Oceanos.”

Mudar a Maré

António Guterres lamentou que o oceano não foi valorizado e atualmente, o mundo enfrenta o que ele chama de “Emergência Oceânica”. Para isso, é preciso “mudar a maré”, uma vez que “o aquecimento global está levando as temperaturas do oceano a níveis recorde, criando tempestades mais frequentes e mais fortes”.

O secretário-geral citou vários problemas: aumento do nível do mar, acidificação dos oceanos, branqueamento dos corais, degradação de manguezais e poluição. Guterres afirmou que “quase 80% das águas residuais são descartadas no mar sem tratamento” e por ano, “8 milhões de toneladas de plástico vão parar nos oceanos”.

O chefe da ONU pede “ação drástica” para que o volume de plástico não supere o total de peixes nos oceanos em 2050. Na abertura da Conferência dos Oceanos, o secretário-geral mencionou também o problema da pesca excessiva, que está “acabando com os estoques de peixes” e fez um apelo aos governos, ao lembrar “não ser possível ter um planeta saudável sem um oceano saudável”.

Tratado sendo negociado em Lisboa

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Ao lembrar que o oceano produz mais da metade do oxigênio que respiramos, além de ser fonte de renda para mais de 1 bilhão de pessoas, António Guterres fez quatro recomendações aos países-membros da ONU. O secretário-geral pede que o novo tratado que será negociado esta semana em Lisboa tenha como meta o investimento na economia azul para os setores de alimentação e de energias renováveis.

Ele explicou que o manejo sustentável dos oceanos tem o potencial de aumentar em seis vezes produção de alimentos que vêm do mar e gerar 40 vezes mais energia renovável. A segunda recomendação é para a prevenção e redução de todos os tipos de poluição marinha.

O terceiro ponto apresentado por Guterres envolve a proteção dos oceanos e das pessoas que dependem deles, com investimentos em infraestrutura costeira e compromisso do setor naval para emissões zero de CO2 até 2050.

A quarta proposta do chefe da ONU é para que toda a comunidade global participe do mapeamento de 80% do fundo do mar até 2030. António Guterres pede ainda ao setor privado para que invista em pesquisas sobre os oceanos. O secretário-geral da ONU terminou seu discurso com uma saudação em Kiswahili, dizendo que “o oceano nos leva a qualquer lado.”

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