Nesta segunda feira a IX Bienal de Arte e Cultura de São Tomé, apresenta no espaço CACAU o projecto RoçaLingua, e no cair da noite uma exposição internacional domina o espaço de cultura na capital São Tomé.
Considerado como maior evento cultural e de categoria internacional realizado em São Tomé e Príncipe, a Bienal de Arte e Cultura, arrancou no último sábado 25 de Junho.
Duas exibições teatrais marcaram a cerimónia de inauguração. “O Tchiloli” ou tragédia de Marquês de Mântua, teatro popular de São Tomé, manifestou-se no quintal do espaço Cacau, 30 minutos antes da cerimónia de abertura da Bienal.
Um teatro de rua que retracta a história medieval europeia, mais concretamente do Império Carolíngio.
João Carlos Silva, Presidente da Bienal de Arte e Cultura de São Tomé, vestiu-se a rigor, como um dos figurantes do Tchiloli(Príncipe Valdevinos)), para abrir a IX Bienal.
Do palco do espaço CACAU foi lançado o desafio para valorização do Tchiloli como Património Cultural Nacional, para depois ser consagrado como Património Imaterial do Mundo pela UNESCO.
O Presidente da República Carlos Vila Nova, e o Presidente da Assembleia Nacional Delfim Neves, marcaram presença na abertura do evento.
A Assembleia Nacional, abraçou o desafio lançado por João Carlos Silva, e prontificou-se a legislar para dar corpo a valorização do Tchiloli, e de outras manifestações culturais do país.
«É preciso fazer um levantamento das manifestações culturais, credencia-las como património nacional, e concorrer ao património mundial da UNESCO. Da parte que cabe a Assembleia Nacional garanto-vos que já na próxima semana(esta semana) iremos convocar um grupo de pessoas sábias na matéria para começar a esboçar a legislação que possa credenciar todas essas manifestações como património nacional», afirmou Delfim Neves, o Presidente da Assembleia Nacional.
Por sua vez, Carlos Vila Nova, Presidente da República, declarou aberto a IX Bienal de Arte e Cultura, depois de ter elogiado o seu amigo João Carlos Silva.
Um homem das artes, um criador e utópico, que desde o ano 2002, promove São Tomé como um entreposto de arte e de cultura.
«Quando se tem um amigo que sonha, cria e transmite, acho que é uma concentração muito grande numa só pessoa. Mas, é o que eu vejo em ti João…», afirmou o Presidente Carlos Vila Nova.
Teatro Griot, com a peça “O Riso dos Necrófagos”, abriu as manifestações culturais na Bienal.
“O Riso dos Necrófagos” recreia os acontecimentos de 1953 em São Tomé, mais concretamente a guerra de Batepá.
Até 25 de Julho, São Tomé, que foi entreposto de escravos, é no século XXI um entreposto de cultura e das artes.
” A redescoberta de nós….e dos povos de Língua Portuguesa ” é o tema da IX Bienal.
Abel Veiga