Isabel Castro Henriques(na foto), professora e historiadora, investigadora do centro de estudos africanos sobre a África da Universidade de Lisboa – Instituto Superior de Economia e Gestão, é uma participante habitual da Bienal de Arte e Cultura de São Tomé e Príncipe.
Nesta IX Bienal, a investigadora portuguesa trouxe para o espaço CACAU “ Viagens das Plantas”. Uma palestra para mostrar como São Tomé e Príncipe funcionou como um entreposto de plantas desde os finais do século XV.
Plantas que vieram do mundo inteiro e que moldaram o património cultural do arquipélago. Plantas que após serem estudadas em São Tomé e Príncipe seguiram Viagem para outros pontos de África.
«Aquilo que venho falar é como é que as plantas vindas do mundo inteiro, se foram concentrar em São Tomé e Príncipe, a partir dos finais do século XV, e transformando essas plantas em plantas africanas de São Tomé», afirmou Isabel Castro Henriques.
Vieram da Ásia, da América, da Europa e também do próprio continente africano.
«São Tomé e Príncipe, funcionou a partir do século XV e princípio do século XVI como uma espécie de laboratório de experimentação dessas plantas. Vieram através das caravelas. Aqui foram experimentadas, adaptadas…Aqui foram estudadas e depois difundidas nomeadamente para o continente africano», precisou a investigadora.
A palestra “Viagens das Plantas”, na IX Bienal de São Tomé mostrou as plantas falou de plantas que representam o património cultural e gastronómico de São Tomé e Príncipe.
«Estamos a falar da mandioca, da batata-doce, do ananás, da goiabeira vindas da América, e por exemplo da mangueira que veio da Índia».
Segundo Isabel Castro Henriques as plantas “são aquilo que nós somos também”. São o elemento básico e central da alimentação dos povos, reforçou.
Na Viagem das Plantas, São Tomé e Príncipe no centro do golfo da Guiné, e na rota das caravelas, recebeu plantas que moldaram o seu património gastronómico, e outras que para além do sabor gastronómico promoveram a sua importância económica no mundo.
«Com as duas plantas mais finais, que aparecem no final do século XVIII e princípio do século XIX, que é o café primeiro e depois o cacau que vem da América», pontuou.
O café, que depois de torrado fica negro, negro como a cor do contratado, sempre foi africano. «O café é africano, foi levado de África, mais concretamente da Etiópia para América, e da América veio para São Tomé e Príncipe nos finais do século XVIII», concluiu a palestrante, Isabel Castro Henriques.
Plantas, são também património cultural de São Tomé e Príncipe.
Abel Veiga