A cidade de São Tomé alberga quase a metade da população do país e produz cerca de 70 mil toneladas de lixo por ano.
Para resolver o problema do lixo que ameaça a saúde pública, a autarquia da cidade de São Tomé, promoveu um fórum de participação cívica, para colher a contribuição dos cidadãos sobre a melhor forma de tratar dos resíduos sólidos na cidade.
A problemática do lixo, preocupa os habitantes da cidade de São Tomé. Francisca da Costa, vendedora do mercado da capital, uma das participantes do Fórum descreveu a situação de insalubridade que se vive nas imediações da lixeira da Penha.
«Por exemplo na entrada da lixeira vejo que os contentores já não têm espaço para receber o lixo. O lixo fica abandonado e as crianças vão aí e apanham coisas e comem. Acho que se deveria ter mais contentores em todas as zonas», declarou.
Por sua vez Inácio Pires, taxista de profissão pediu a afirmação da autoridade do Estado, para que as opções dos cidadãos de Água Grande, em relação ao tratamento do lixo, sejam efectivamente implementadas.
«Eu gostaria que o que se está a tratar aqui, pudesse deixar marcas para o futuro. Já participei em encontros semelhantes a este e verifiquei que as decisões as decisões tomadas acabam por não serem implementadas», afirmou o taxista.
Vendedores ambulantes, vereadores da autarquia, e agentes cívicos de todos os bairros da cidade de São Tomé participaram no Fórum.
No quadro do projecto REHDES – Reforço Holístico para o Desenvolvimento Sustentado, a União Europeia investe 2,2 milhões de euros, para garantir o tratamento do lixo, e o desenvolvimento sustentável da cidade de São Tomé, até o ano 2023.
O Consórcio de La Ribera de Espanha, mais concretamente Valência, e a Câmara dos Mosteiros de Cabo Verde são parceiros da autarquia de São Tomé, na execução do projecto.
No fórum de participação dos cidadãos, sobre a melhor forma de tratar dos resíduos na cidade, o representante do Consórcio de La Ribera, Óscar Navarro destacou a participação dos cidadãos na definição das políticas de gestão do lixo.
Segundo o representante do Consórcio que executa o projecto REHDES, por maior que seja o financiamento que a comunidade internacional possa colocar a disposição, nada funcionará se os cidadãos da cidade não estiverem envolvidos.
«Se os cidadãos não acreditam no projecto, se não assumem como alvo seu, não vai funcionar. Só haverá bons resultados, se os cidadãos se sentirem como parte da iniciativa. Por isso são convidados a participar desde o princípio», pontuou Óscar Navarro. .
Através do lixo, o projecto pretende lançar as bases da economia circular na capital do país. A Câmara Municipal dos Mosteiros de Cabo Verde, participa no projecto, e tem a missão de promover formação e troca de experiências com os agentes do poder local da cidade de São Tomé.
«É um compromisso colaborar para fazer deste projecto, um caso de sucesso. Um modelo a replicar em outros distritos de São Tomé e Príncipe, e porque não, em outros territórios além fronteiras», declarou Fábio Vieira, Presidente da Câmara Municipal dos Mosteiros-Cabo Verde.
Em parceria com o projecto REHDES, a cidade de São Tomé pretende transformar as 70 mil toneladas de lixo que produz todos os anos, em matéria-prima para agricultura, e outros serviços, e também como fonte de energia eléctrica.
José Maria Fonseca, o anfitrião, detalhou no Fórum o momento de crise que vive a Câmara Distrital de Água Grande. Pediu apoio dos parceiros para que «possamos ultrapassar este momento de crise de formação, crise de materiais e de equipamentos que nos assola», sublinhou.
Projecto REHDES representa uma alternativa para o Presidente da Autarquia de Água Grande. «Estamos convictos que possamos congregar esforços e iniciativas inovadoras que nos façam sair desta fase de crise para uma situação de resiliência», frisou José Maria Fonseca.
O poder local de Água Grande, manifestou-se confiante de que as diversas contribuições dadas pelos cidadãos sobre a problemática do lixo vão servir para melhorar e adaptar o plano de gestão integrado de resíduos sólidos, «bem como o pacto de desenvolvimento territorial do distrito de Água Grande…».
A cidade de São Tomé é uma das mais antigas do espaço lusófono em África. Tem mais de 500 anos. Pretende com o projecto REHDES, conquistar o desenvolvimento sustentado.
Abel Veiga
SEMPRE AMIGO
15 de Novembro de 2021 at 9:57
Sobre os autarcas de Agua Grande recai uma enorme responsabilidade,sobretudo o presidente José Maria Fonseca.O sucesso ou insucesso do projecto REHDES determinará o vosso futuro em 2022.Voces têm a responsabilidade e por obrigação RESSUSCITAR a esperança num futuro mais limpo e saudável, não só dos eleitores de Agua Grande mas também dos restantes de outras regiões de STP.
Andorinha
15 de Novembro de 2021 at 18:52
O problema é que dentro das câmeras municipais devem ter empresas especializadas em recolhas de lixos que façam recolhas de lixos semanal ou quinzenal e o orçamento de estado deve cubrir isto , S.tomé neste momento não tem nada disso a Câmara Municipal não esta a fazer o seu trabalho os políticos estão a cumer dinheiro.