Sociedade

Nova sede da CECAB começa a ganhar forma: uma conquista construída pelas mãos do cacau

Foi sob um céu promissor que, esta quarta-feira, se lançou a primeira pedra daquilo que promete ser um novo capítulo para os produtores de cacau biológico de São Tomé e Príncipe: a sede da CECAB – Cooperativa de Exportação de Cacau Biológico. Localizada na movimentada Avenida Amílcar Cabral, no centro da capital, a futura sede será erguida em três pisos e traduz um sonho que há muito germinava entre os agricultores.

A cerimónia contou com a presença de membros do governo, representantes das associações e parceiros. Mas a verdadeira força motriz do projeto foram os homens e mulheres do campo, representados por 41 associações, que ao longo dos anos construíram, com esforço e perseverança, a reputação da CECAB como modelo de exportação sustentável e comércio justo.

Para António Dias, diretor executivo da cooperativa, este momento é mais do que simbólico: é o reflexo de um trabalho coletivo. “Esta sede não é apenas um edifício. É a materialização da união, da paciência e da determinação dos nossos produtores”, frisou, ao lembrar que a força da cooperativa vem da base – das comunidades agrícolas.

O projeto não só responde a uma necessidade logística como também carrega um peso institucional. Com esta nova estrutura, a CECAB poderá aprimorar os seus serviços, melhorar as condições de trabalho e ampliar o seu impacto junto às famílias que vivem da produção do cacau biológico.

Em representação do primeiro-ministro, o ministro da Economia e Finanças, Gareth Guadalupe, liderou o ato e reforçou o valor da CECAB como motor da economia rural. “A CECAB é hoje um espelho do que podemos alcançar quando trabalhamos em conjunto. É um modelo de economia associativa que gera resultados concretos”, afirmou.

Guadalupe anunciou ainda que o governo irá devolver à CECAB o valor do IVA referente ao investimento da obra, num gesto que visa aliviar encargos financeiros e acelerar o progresso da construção.

O prazo de execução da obra foi estabelecido em nove meses, durante os quais se espera erguer não apenas uma estrutura física, mas também um símbolo de progresso, dignidade e esperança para os pequenos produtores que, com o suor do seu trabalho, colocam São Tomé e Príncipe no mapa do cacau de excelência.

Num país em que a terra ainda é sinónimo de identidade, a nova sede da CECAB surge como um marco concreto de valorização da produção local, da organização coletiva e da crença no futuro sustentável das comunidades agrícolas.

Waley Quaresma

2 Comments

2 Comments

  1. Justice

    22 de Maio de 2025 at 10:34

    Promover a produção de cacau e café em São Tomé e Príncipe pode ser uma estratégia poderosa para impulsionar a economia local, aumentar as exportações e melhorar as condições de vida dos agricultores. Aqui estão algumas propostas práticas e estratégicas para esse objetivo:

    ✅ 1. Melhoria das técnicas agrícolas
    • Capacitação dos agricultores: Promover programas de formação em boas práticas agrícolas, manejo sustentável, poda, irrigação, compostagem e controle de pragas.
    • Adoção de tecnologias modernas: Introduzir equipamentos acessíveis para o beneficiamento e secagem dos grãos, além do uso de drones ou apps para monitoramento das plantações.

    ✅ 2. Apoio financeiro e logístico
    • Criação de linhas de crédito agrícola: Facilitar o acesso ao financiamento com juros baixos para pequenos produtores.
    • Subsídios e incentivos: Apoiar a compra de insumos agrícolas (sementes, fertilizantes, ferramentas).
    • Melhoria da infraestrutura: Investir em estradas rurais, armazéns e sistemas de transporte para facilitar o escoamento da produção.

    ✅ 3. Valorização e certificação dos produtos
    • Certificações de qualidade e sustentabilidade: Como Fair Trade, Orgânico e Rainforest Alliance, que aumentam o valor de mercado do produto no exterior.
    • Criação de marcas locais fortes: Investir em design de embalagens, identidade visual e marketing para produtos como “Cacau de São Tomé – Premium” ou “Café do Príncipe – Orgânico”.

    ✅ 4. Expansão dos mercados
    • Acesso a mercados internacionais: Participar de feiras agrícolas e buscar parcerias com empresas de chocolate e torrefadoras de café.
    • Plataformas digitais de venda: Apoiar a criação de e-commerce e presença em marketplaces para venda direta ao consumidor final.

    ✅ 5. Sustentabilidade e resiliência climática
    • Agroflorestas: Promover o cultivo consorciado com outras espécies nativas, aumentando a biodiversidade e a resistência às mudanças climáticas.
    • Projetos de reflorestamento: Usar a cultura do cacau como ferramenta de conservação ambiental.
    • Monitoramento climático: Investir em dados meteorológicos locais para melhor planejamento agrícola.

    ✅ 6. Cooperação e associativismo
    • Fortalecimento das cooperativas: Incentivar a organização dos agricultores em associações ou cooperativas para ganhar escala, negociar melhores preços e compartilhar recursos.
    • Parcerias público-privadas: Criar projetos em conjunto com ONGs, universidades, empresas de alimentos e governos estrangeiros.

    Exemplos inspiradores:
    • Gana e Costa do Marfim: Países líderes na produção de cacau, com políticas públicas voltadas para o empoderamento dos produtores.
    • Colômbia e Etiópia: Referências na valorização e exportação de café especial.

  2. Edson Neves

    23 de Maio de 2025 at 4:44

    Só migalhas…

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