Opinião

A Inclusão : Uma premissa para o desenvolvimento de STP

Não pode existir uma ideia de desenvolvimento sustentado baseado em acções violentas e ou de exclusão. As guerras civis e as revoluções, não conduzem necessariamente ao desenvolvimento. Os acontecimentos que se deram na Serra Leoa desde que a guerra civil terminou em 2002 e a ausência de um poder institucional na República Democrática do Congo (RDC) por conta do conflito armado, ilustram bem que o recurso a violência/guerra pode não nos conduzir ao sucesso.

Se trago a reflexão os casos da Serra Leoa e da RDC, é para alertar a todos de que a via que muitos e a cada vez em número maior defendem de que STP precisa de uma guerra civil ou revolução para entrar no eixo, pode também não ser antibiótico para a enfermidade que padece o nosso país.

Por outro lado, a exclusão ou afastamento de quadros com opinião contrária, também contribui para atrasar o país, pois gera desperdício e fuga de cérebro. É imperioso, aproveitarmos todos santomenses independentemente da sua filiação político-partidária ou origem familiar.

Entendo que a solução passa por aceitar diferenças e incluir pessoas. A China que nós hoje admiramos foi obrigada a mudar a sua estratégia. A história relata-nos que o Partido Comunista, sob a liderança de Mao Tsé-tung, tinha exactamente o mesmo vício que temos em São Tomé e Príncipe – a exclusão está presente em todos os momentos da história política santomense – excluir pessoas com opiniões contrárias, o que prejudicava o desenvolvimento económico e social daquele país.

Foi preciso derrubar está forma de pensamento. Ao longo dos anos, os chineses perceberam que tinham de introduzir reformas, abrir o país a pessoas com ideias novas e a diferença. E, o resto todos nós sabemos o que hoje é a China. Não quero apresentar a China como um modelo perfeito, todavia penso que todos nós temos estado a assistir o crescimento da economia chinesa bem como do seu avanço tecnológico.

Quando o Botsuana ainda se chamava, Bechuanalândia e depois tornou-se independente em 1966, era dos países mais pobres do mundo. Porém, ao longo dos quarenta e cinco anos seguintes, o Botsuana viria a tornar-se um dos países do mundo com um crescimento mais rápido. As reformas e sobretudo a sua política de inclusão, foram determinantes para o sucesso.

Com mais ou menos palavras devo dizer que o nosso atraso não é porque tomamos a independência no dia aziago como alguns dizem ou porque o nosso colonizador- Portugal- é pobre ou ainda devido a nossa localização geográfica. Continuamos a fazer as mesmas coisas erradas e a espera de resultados diferentes.

Carlos Barros Tiny

FAÇA O SEU COMENTARIO

Leave a Reply

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

To Top